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C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia
ESTUDO DOS EFEITOS CENTRAIS DA ADMINISTRAÇÃO AGUDA DE AMINOFILINA EM CAMUNDONGOS
Samara Gomes Matos 1 (samaragom@ibest.com.br), Natália Braga Hortêncio Jucá 1, Rômmulo Celly Lima Siqueira 1, Silvane Rodrigues Lima 1, Marcelo de Moraes Andrade 1, Paula Matias Soares 1, Bruno Cardi Andrade 3, Krishnamurti de Morais Carvalho 3, Nilberto Robson Falcão do Nascimento 2 e Silvânia Maria Mendes Vasconcelos 1
(1. Laboratório de Neurofarmacologia, UECE; 2. Laboratório de Farmacologia Cardiovascular e Biotecnologia Celular, UECE; 3. Laboratório de Farmacologia Molecular e Toxinologia)
INTRODUÇÃO:
A Aminofilina é um antagonista dos receptores de adenosina, classificada como uma metilxantina, composta por 85% de teofilina e 15% de etilenodiamina. Os mecanismos de ação celular proposto das metilxantinas são a inibição das fosfodiesterases (aumento intracelular do AMP-c), efeito na concentração de cálcio intracelular (direto e indireto, via hiperpolarização da membrana celular), desacoplamento do cálcio intracelular (favorecendo elementos contráteis intramusculares) e antagonizando receptores de adenosina, agindo de forma geral na redução da responsividade brônquica. Tem sido amplamente utilizada na medicina pediátrica, principalmente devido à capacidade de relaxar a musculatura lisa (brônquica). Entretanto, sua importância vem declinando nas últimas décadas devido ao fato de causar estimulação do Sistema Nervoso Central, ou seja, é uma droga de estreita faixa terapêutica, onde sua toxicidade é freqüente com o uso crônico. Em nível central é um potente inibidor, em concentrações terapêuticas, dos receptores de adenosina A1, A2a e A2b, sendo menos eficaz no receptor A3. Outros estudos sugerem que o efeito exagerado de antagonizar os receptores de adenosina acarreta prejuízos no desenvolvimento cerebral. Assim, o objetivo do presente trabalho foi verificar os efeitos da administração de Aminofilina no comportamento de campo aberto, rearing e grooming em camundongos.
METODOLOGIA:
* Animais – Foram utilizados um total de 40 animais, camundongos machos da espécie Swiss, com peso médio de 35 gramas, fornecidos pelo Biotério da Faculdade Christus. Os animais foram mantidos sob as mesmas condições (10 animais/caixa), ciclo de alternância claro/escuro de 12 horas, ração e água ad libitum, seguindo-se o Guia de Cuidados e Uso de Animais de Laboratório do CEUA/UECE. Aminofilina (MINOTON® - laboratório Ariston, frascos-ampolas de 10 ml e concentração de 24 mg/ml. Tratamento e Análise - Os animais foram tratados com água destilada (Controle-intraperitoneal-ip) ou aminofilina (5 mg/ kg e 10 mg/ kg, ip) e posteriormente realizado os testes comportamentais. Testes – No 1° dia do tratamento, após 30 minutos da administração da Aminofilina, foram feitos testes de Atividade Locomotora Espontânea (ALE), Rearing e Grooming. Tais testes foram realizados novamente no 3° e 5° dias consecutivos, sem a aplicação da droga.
RESULTADOS:
Os resultados mostraram que houve aumento significativo da atividade locomotora no 1° dia do teste, na dose 5 mg/kg (39,4±2,3), quando comparada ao controle (29,7±2,5). No 3° dia do teste, a atividade locomotora também aumentou na dose 10mg/kg (26,5±3,0), em relação ao grupo controle (13,1±1,9). O número de grooming foi alterado apenas no terceiro dia de observação, com ambas as doses estudadas (5 mg/kg = 3,7±0,8; 10mg/kg = 4,6±0,8), quando comparado ao controle (1,1±0,2). No 3° dia do teste, um aumento do rearing foi observado apenas com a maior dose de Aminofilina (21,2±1,3) em relação aos grupos controle (12,2±1,8) e ao grupo de Aminofilina 5 mg/kg (14,4±2,5).
CONCLUSÕES:
A Aminofilina apresentou um efeito excitatório nos testes comportamentais e esse efeito persiste após a retirada da droga.
Instituição de fomento: FUNCAP, CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Aminofilina; SNC; Comportamento.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005