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C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 3. Toxicologia | ||
AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE DO EXTRATO ETANÓLICO DE Piper tuberculatum jacq | ||
Patrícia de Araujo Rodrigues 1 (patriciaraujoro@yahoo.com.br), Selene Maia de Morais 1, Diana Célia Sousa Nunes Pinheiro 1 e Cristiane Maria Sousa de Castro 1 | ||
(1. UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
O uso popular das plantas medicinais é milenar, contudo necessita de validação através de pesquisas científicas que utilizam modelos adequados de experimentação para comprovação do efeito farmacológico e em seguida procedem ao isolamento, purificação e caracterização de princípios ativos e mecanismos de ação. A dose, a concentração e a via de administração são essenciais para a formulação de fitoterápicos seguros para uso humano e animal. Estudos relatam as atividades imunomoduladora, anti-tumoral, larvicida, antifúngica e anti-parasitária de Piper longum. Outra espécie de Piperaceae, Piper tuberculatum, abundante no Ceará será avaliada quanto as suas propriedades imunomoduladora e antifúngica. No entanto para os testes in vivo é necessário determinar a dose ideal a ser administrada aos animais. Este trabalho teve por objetivo avaliar a toxicidade do extrato etanólico de Piper tuberculatum. |
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METODOLOGIA:
Os frutos de Piper tuberculatum foram coletados no Parque Ecológico do Cocó em abril de 2004 e identificados por botânicos da UFC. 800 g de frutos maduros foram imersos em 2 L de álcool etílico (95%) por 5 h, a solução obtida foi filtrada e evaporada em evaporador rotativo. O extrato etanólico foi submetido a lavagens com acetato de etila que foi evaporado, obtendo-se cerca de 40 g de extrato, armazenado a temperatura ambiente. Para avaliar a toxicidade do extrato foram utilizados camundongos Swiss, de ambos os sexos, pesando 30-35 g, com idade variando entre 6 e 8 semanas. 4 grupos de animais (n=10) foram utilizados e receberam, por via intraperitoneal, uma injeção de 0,2 mL contendo os seguintes tratamentos: 25, 50 e 100 mg/kg e o grupo controle recebeu apenas uma solução de NaCl 0,15 M apirogênica. Os animais foram pesados antes e ao final dos tratamentos e foram observados os parâmetros comportamentais. Os animais foram observados por uma hora e a cada hora até oito horas e com 24 h após a administração. Os sobreviventes do primeiro dia eram submetidos a novo tratamento. A toxicidade foi avaliada em dose única e em doses consecutivas uma vez ao dia durante cinco dias. Os animais foram necropsiados ou sacrificados e os órgãos (fígado e baço) retirados, analisados macroscopicamente, pesados individualmente para o cálculo do peso relativo dos órgãos. O número de sobreviventes foi determinado e o efeito tóxico cumulativo avaliado com base na morbidade e/ou mortalidade. |
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RESULTADOS:
Os animais tratados com dose única de 100 mg/kg apresentaram imediatamente após a administração do extrato: salivação, falta de coordenação motora, convulsões, aumento da freqüência respiratória, espasmos musculares e óbito. Nas doses de 50 mg/kg e 25 mg/kg, os animais ficaram bastante irritados instantes após a aplicação. Embora não tendo se registrado óbito todos os animais apresentaram aumento na freqüência respiratória, falta de coordenação amontoando-se uns sobre os outros, convulsão, salivação e cerca de 20 minutos depois se recuperavam. A partir do 2o dia de administração do extrato as reações diminuíram, embora apresentassem aumento na freqüência respiratória e falta na coordenação motora. Não houve óbito nas doses de 25 e 50 mg/Kg. Os animais tratados com a dose de 50 mg/kg tiveram perda de peso considerável (antes: 31,10g; depois 24,96 g), o que não foi observado nos animais que receberam a dose de 25 mg/kg (antes: 33,42g; depois 32,91 g)e o grupo controle (antes: 32,00g; depois 33,00g). Os pesos relativos do baço e do fígado para a dose de 50 mg/kg foram respectivamente de 0,40 e 4,48, para a dose de 25mg/kg 0,38 e 4,23 e para o grupo controle 0,44 e 5,22. |
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CONCLUSÕES:
No tratamento de 25mg/kg não foi observado variação significativa no peso corporal ou dos órgãos, mas os animais continuaram a apresentando sinais de irritabilidade neste tratamento. Conclui-se então, que as doses estudadas foram tóxicas em maior ou menor intensidade, devendo-se avaliar outras doses, com concentrações menores que 25mg/kg para que se possa em seguida proceder aos estudos de avaliação farmacológica ,in vivo. |
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Instituição de fomento: funcap | ||
Palavras-chave: Piper tuberculatum; toxicidade; extrato. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |