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F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Turismo e Hotelaria - 1. Turismo e Hotelaria
TURISMO NATURAL MEDIADO POR UM PROJETO DE PESQUISA NA ZONA DA MATA SUL DE PERNAMBUCO: UMA ESTRATÉGIA PARA A CONSERVAÇÃO AMBIENTAL.
Aline Maria Bezerra da Costa 1 (alinemcosta@ig.com.br), Elma Maria de Oliveira 1, Joâo Luiz Cursino Barbosa 1 e Signe Dayse Castro de Melo e Silva 1
(1. UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO; 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO; 3. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA)
INTRODUÇÃO:
Diante da expansão da atividade turística mundial e do seu grau de desenvolvimento em regiões onde a mesma é planejada, o Turismo em áreas naturais, assim como outros segmentos desta atividade, torna-se cada vez mais evidente e necessário, no entanto, a mesma deve ocorrer baseada nos princípios da sustentabilidade. Com este propósito foi desenvolvido por acadêmicos do Curso de Turismo da Universidade Católica de Pernambuco um projeto de pesquisa no Engenho Massangana, localizado no município do Cabo de Santo Agostinho, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, distante 44 km de Recife. Objetivando desenvolver a atividade turística no referido engenho, tendo como um ponto de concentração o Turismo Natural, despertando na comunidade, a consciência ambiental. Para tanto, foram estabelecidas duas metas principais: atividades pedagógicas com a finalidade de educar a comunidade para a importância de conservar os resquícios de Mata Atlântica e reserva de manguezal, sendo esta última, a principal fonte de subsistência das comunidades locais; e, atividades voltadas ao turismo, tais como: criação de trilhas na Mata Atlântica ressaltando, contudo, que a mesma deve estar em sintonia com a preservação ambiental, a capacidade de carga, fauna e flora locais. E, ainda, passeios em torno do Engenho Massangana possibilitando ao visitante um conhecimento dos costumes e paisagens da zona canavieira pernambucana.
METODOLOGIA:
Durante o período de três semestres, foram realizadas, no local, práticas acadêmicas onde se identificaram: a paisagem natural diversificada, possibilitando o conhecimento de extensa área de manguezal, uma das principais fontes de equilíbrio do ecossistema local; 292ha de reserva de Mata Atlântica com várias espécies animais e vegetais, ainda as áreas de canavial que propiciam ao visitante uma viagem ao período colonial, conhecendo, desta forma, a cana-de-açúcar, principal matéria-prima para a produção do “ouro branco”. Foram realizadas, também, entrevistas com moradores das vilas de Massangana e Serraria na perspectiva de diagnosticar a aceitação das mesmas quanto à atividade turística no local. Como suporte teórico, foram identificados em Ruschmann (1997), Swarbrooke (2000) e Beni (2003) indicativos da importância da preservação ambiental bem como os seus impactos. Em Lemos (1996) esclarecimentos necessários à criação de trilhas e seus impactos positivos e negativos na região. E, ainda subsidiados por Trigo (2001) e Gastal (2001), referências para a elaboração de entrevistas.
RESULTADOS:
Como conseqüência destas práticas acadêmicas foi possível identificar a importância dessa área natural para o conjunto arquitetônico do Engenho Massangana, evidenciando, também, o considerável conhecimento da mesma pelos moradores das vilas de Massangana e Serraria. A maioria destes moradores apóia a criação, nesta área natural, de atividades voltadas para o entretenimento do turista que a visita, como: passeio de barco, possibilitando ao visitante apreciar as belezas do manguezal; a criação de atividades recreativas e a criação de trilhas que podem, inclusive, ser ministradas por moradores locais, treinados e capacitados para este fim. Ainda de grande relevância, as entrevistas com alguns moradores antigos das vilas citadas, forneceram informações sobre lendas que envolvem essas áreas naturais nomeando as mesmas, ressaltando-se, ainda, que tais lendas estão diretamente ligadas a história do Engenho Massangana. Após a obtenção destas informações, foi elaborado um plano estratégico com propostas de ações e intervenções para o local, proporcionando as comunidades vislumbrarem na atividade turística, a possibilidade de um incremento em sua renda. Já que, o turismo pode, através desta atividade, transformar este incremento em melhorias sócio-econômicas para as mesmas.
CONCLUSÕES:
Assim, verifica-se que, através destas propostas, será possível destacar e explorar a área natural do Engenho Massangana com todas as suas potencialidades, porém, faz-se necessário que estes ambientes naturais estejam providos de uma política ambiental e turística devidamente planejada, fundamentada, sobretudo, na sustentabilidade, onde, as comunidades das vilas de Massangana e Serraria sejam inseridas na atividade turística, atuando de forma decisiva na preservação e valorização dos recursos naturais das áreas acima citadas, sob pena do turismo adquirir um papel inverso a sua proposta inicial, ou seja, de ser o elo entre a atividade turística e a sustentabilidade local. Neste sentido, foi possível identificar as potencialidades naturais na área em que se insere o Engenho Massangana, propondo, também, melhorias no desenvolvimento sócio-econômico das comunidades das referidas vilas através da prática do turismo natural.
Instituição de fomento: Fundação Joaquim Nambuco
Palavras-chave:  Turismo natural; Preservação ambiental; Inclusão social.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005