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F. Ciências Sociais Aplicadas - 6. Planejamento Urbano e Regional - 4. Planejamento Urbano e Regional
PARQUES TECNOLÓGICOS, POLÍTICAS PÚBLICAS E DESENVOLVIMENTO LOCAL
Juliana Marques 1 (julianammarques@terra.com.br), Gilda Collet Bruna 1, Paula Jorge Vendramini 1, Nadia Somekh 1, Carlos Leite 1, Roberto Righi 1, Angélica A. Tanus Benatti Alvim 2, Luiz Guilherme Rivera de Castro 2, Luís Fernando C. S. Oliveira 1 e Juliana Dalbello 2
(1. Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbiteriana Mackenzie - UPM; 2. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbiteriana Mackenzie - UPM)
INTRODUÇÃO:
Este trabalho apresenta um panorama de parques tecnológicos no Brasil com base em duas pesquisas: a “Reestruturação Produtiva e Projetos Urbanos: os clusters e tecnopólos como instrumentos de regeneração urbana” desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 2004 com apoio financeiro do Mackpesquisa e da FAPESP, de autoria de Carlos Leite; Gilda Collet Bruna; Roberto Righi; Nadia Somekh; Angélica Benatti Alvim; Luiz Guilherme Rivera de Castro; Juliana Marques; Paula Jorge Vendramini; Juliana Dalbello e Luis Fernando Oliveira, e o ”Panorama da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores - 2004” . Busca-se detalhar e comparar as políticas públicas de estímulo a parques tecnológicos e seu rebatimento em projetos urbanos associados.
Os parques tecnológicos datam da 1980, quando se iniciaram algumas experiências pioneiras baseadas no “Programa de Implantação de Parques Tecnológicos”, instituído em 1984 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). No entanto, apesar do vulto que tomaram na década seguinte, mesmo assim essas experiências estão pouco consolidadas.
METODOLOGIA:
Para se alcançar esses objetivos, foram analisados os dados das pesquisas acima mencionadas e também aqueles discutidos no XIV Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas e XII Workshop ANPROTEC sobre Empreendedorismo e Inovação Promovendo o Desenvolvimento Sustentável.
RESULTADOS:
Os resultados do trabalho são a seguir enumerados:
1. As políticas públicas não induzem ou estimulam uma integração regional e local, por terem foco em aspectos mais setorizados, com fraca integração.
2. As políticas públicas não têm gerado uma estruturação urbana adequada ao desenvolvimento urbano e social que propõem, estando muito direcionadas às questões econômicas e praticamente despreocupadas dos aspectos físico-territoriais. Por isto, por vezes, acabam gerando obstáculos locais ao desenvolvimento.
3. Os projetos urbanos muitas vezes propõem a geração de sinergia entre as empresas do parque tecnológico, mas deficiências de implantação de projeto e carência de cultura de cooperação entre os agentes produzem obstáculos à criação dessa sinergia almejada, interferindo nos resultados em termos de inovação e competitividade.
4. O projeto proposto para os parques tecnológicos nem sempre é adequado física e territorialmente para estimular a produção. Paralelamente, no âmbito urbano, o funcionamento do parque tecnológico em relação ao zoneamento da cidade, muitas vezes não estimula o desenvolvimento urbano; gera deseconomias, tais como congestionamentos, dificuldades de distribuição da produção e problemas ambientais decorrentes.
5. Em relação ao meio urbano, a maioria dos modelos de parque tecnológicos é segregada da malha urbana atuando como barreiras ao crescimento integrado regional.
CONCLUSÕES:
É inquietante a ausência de projetos de parques tecnológicos voltados aos setores de produção da cultura local, sendo muito mais voltados para as tecnologias de ponta.
Torna-se necessário conhecer como os governos e prefeituras podem incentivar e ser parceiros dos arranjos produtivos locais, dos parques tecnológicos e das incubadoras, vistos como ferramentas de desenvolvimento local urbano.
É importante contar com vantagens urbanas de novas e diferentes concepções de projeto de parques tecnológicos, que privilegiem o entorno e o desenvolvimento local.
O poder público, além de procurar aliança com a iniciativa privada, precisa se colocar como agente articulador, estimulando e criando condições para o desenvolvimento de arranjos produtivos, respeitando e preservando a autonomia de todos os agentes envolvidos.
Conclui-se que a experiência brasileira ainda é carente de políticas de desenvolvimento tecnológico integradas, de investimentos em capacitação, inovação, parceria com financiadores, formas de apoio às pequenas e médias empresas e, no que diz respeito ao campo do planejamento e desenvolvimento urbanos, precisa estar vinculada aos planos diretores de município com uma visão ampla de desenvolvimento local.
Instituição de fomento: Fundo Mackenzie de Pesquisa - MACKPESQUISA; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP.
Palavras-chave:  parques tecnológicos; políticas públicas; desenvolvimento local.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005