IMPRIMIR VOLTAR
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
RISCOS DE TRANSMISSÃO TRANSFUSIONAL DA DOENÇA DE CHAGAS NAS REGIÕES DA GRANDE FLORIANÓPOLIS E JOAÇABA, ESTADO DE SANTA CATARINA, BRASIL.
Alcides Milton da Silva 1 (alcides@usp.br), Emil Kupek 1, Mário Steindel 2 e José Maria Soares Barata 3
(1. Depto. de Saúde Pública - Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC; 2. Depto. de Microbiologia e Parasitologia - Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC; 3. Faculdade de Saúde Pública-FSP / Universidade de São Paulo-USP.)
INTRODUÇÃO:
A doença de Chagas atualmente representa um problema de saúde pública não somente de áreas endêmicas da América Latina, mas também de áreas que sofreram com a migração de indivíduos infectados. O Estado de Santa Catarina, considerado indene para esta enfermidade, recebeu nas últimas décadas elevado número de doadores de sangue naturais de áreas endêmicas que o expõe aos riscos da transmissão transfusional. Tem como objetivo avaliar o risco de transmissão transfusional da infecção por Trypanosoma cruzi entre receptores de sangue nas Unidades Hemoterápicas das Regiões da Grande Florianópolis e Joaçaba, Estado de Santa Catarina, no período de 1990 a 1999.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo que tem como modelo estatístico uma coorte histórica retrospectiva, onde se pesquisou uma população de 17.365 doadores de sangue de repetição que realizaram doações em 3 Unidades Hemoterápicas do Estado de Santa Catarina. Para a triagem sorológica foram empregados os exames de ELISA, Hemaglutinação Indireta-HAI e Imunofluorescência Indireta-IFI e avaliado o risco de transmissão transfusional entre receptores de sangue, nos serviços de hemoterapia do Hemocentro Regional de Florianópolis – HRF e Serviço de Hemoterapia do Hospital Universitário – SHHU/UFSC, localizados na Região da Grande Florianópolis e Hemocentro Regional de Joaçaba na Região de Joaçaba, Estado de Santa Catarina. Para o cálculo do Risco Residual de Transmissão Transfusional (RRTT) utilizou-se o modelo (Incidência Ajustada x Período de Janela imunológica) descrito por CANUTTI JUNIOR, 1998, que mede a possibilidade de uma unidade hemoterápica transfundida transmitir doença.
RESULTADOS:
Foram encontrados 14 casos soropositivos e indeterminados de soroconversão da infecção por T. cruzi, entre os doadores de repetição no conjunto das 3 Unidades Hemoterápicas estudadas em Santa Catarina. O cálculo do RRTT da doença de Chagas, indicou para a Região da Grande Florianópolis 3,38 possíveis contaminações/100.000 doações efetuadas; 0/100.000 para a Região de Joaçaba; e de 2,42/100.000 doações para o Estado de Santa Catarina.
CONCLUSÕES:
Os resultados mostram a presença de indivíduos infectados pelo T.cruzi entre os doadores de repetição no Estado de Santa Catarina e indicam a existência de RRTT da doença de Chagas em um Estado, considerado indene, sugerindo a necessidade de maior atenção de vigilância epidemiológica a essa enfermidade.
Instituição de fomento: capes
Palavras-chave:  Doençca de Chagas; riscos; Transmissão transfusional.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005