IMPRIMIR VOLTAR
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana
RAÇA, SEGREGAÇÃO E ESPAÇO NA MÚSICA BRASILEIRA
Alex Ratts 1 (ratts@iesa.ufg.br), Diogo Marçal Cirqueira 1, Sílvio Fernandes de Oliveira 1, Douglas da Silva Barbosa 2, Marcelo de Paula Pereira Perilo 2, Erikson Matinada 3, Fabiana Leonel de Castro 3, Raquel Pinto Fabeni 3 e Márcia Daniele de Souza Carvalho 4
(1. Instituto de Estudos Sócio-Ambientais/IESA-UFG; 2. Faculdade de Comunicação Social e Biblioteconomia/FACOMB-UFG; 3. Depto. de Ciências Sociais/Fac. de Ciências Humanas e Filosofia/FCHF-UFG; 4. Depto. de História/Fac. de Ciências Humanas e Filosofia/FCHF-UFG)
INTRODUÇÃO:
Este trabalho se insere nos levantamentos e pesquisas realizados pelo Grupo de Estudos Etnias em Goiás, interdisciplinar e organizado em módulos, sendo referente ao módulo 4 – Raça, segregação e espaço. Identificamos no pensamento social brasileiro duas vertentes que se posicionam em face do vínculo entre essas três noções na sociedade brasileira. Uma afirma a democracia racial e a miscigenação e nega ou subestima a separação racial, no máximo, situando-a no passado escravista. Outra trata a democracia racial como mito e indica a existência de um “racismo à brasileira” e, por conseqüência, de uma “segregação à brasileira”. O objetivo do levantamento das canções era identificar essas correntes de pensamento na música brasileira, em seus vários estilos e gêneros.
METODOLOGIA:
Realizamos uma seleção comentada de poemas musicados, marchas de carnaval, serestas, boleros, canções da chamada MPB e letras de rap nacional e as interpretamos segundo as vertentes acima referidas. Escolhemos uma amostra que sustenta a segunda vertente.
RESULTADOS:
No processo de seleção e interpretações das canções vemos como o preconceito racial, que atinge, sobretudo a população negra, comparece na música brasileira, aliado à separação espacial e social. As letras das canções selecionadas vão de uma suposta celebração da cor e da raça, que revela estereótipos, até a ênfase na divisão social e racial dos espaços. Com essa temática pretendemos relacionar a música ao seu contexto socioespacial com um enfoque em que raramente ela é percebida.
CONCLUSÕES:
O texto das canções revela que a música brasileira pode exemplificar o racismo e a segregação espacial, ainda que um certo senso comum negue ou minimize esses temas e suponha que esse campo seja o domínio da festa e da “mistura das raças”.
Palavras-chave:  Raça; Segregação Espacial; Música Brasileira.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005