|
||
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências | ||
FORMANDO PROFESSORES PARA DESENVOLVER E APLICAR EM SALA DE AULA SIMULAÇÕES DE QUIMICA | ||
Silvia Lopes de Menezes 2 (slmenez@iq.usp.br), Marcela Fejes 1, Ana Maria Navas 1, Denise Neves 1, Flavio Maximiano 2, Luciane Akahoshi 2 e César Augusto Amaral Nunes 1 | ||
(1. Escola do Futuro, Universidade de São Paulo - USP; 2. Instituto de Química, Universidade de São Paulo - USP) | ||
INTRODUÇÃO:
A idéia central da proposta do Laboratório Didático Virtual é conseguir que os alunos adquiram um papel ativo e motivador como autores/criadores de situações que envolvam seus temas curriculares de ciências e que as suas idéias sejam transformadas em simulações, através de uma rede colaborativa entre a universidade e a escola. O LabVirt Química surgiu como expansão deste projeto e foi desenvolvido pela Escola do Futuro/USP, o Instituto de Química, a Faculdade de Educação, a Escola de Engenharia e a Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Esta proposta buscou a criação de uma comunidade virtual que apoiasse a aprendizagem de química no ensino médio e que favorecesse: o aprender fazendo, a solução de situações problema do cotidiano, o trabalho em grupo, a metacognição, a produção de materiais didáticos (simulações interativas) e o intercâmbio de informação e experiências entre a universidade e a escola. A primeira etapa concluída do projeto permitiu (1) capacitar a equipe de pesquisa; (2) capacitar e acompanhar uma equipe de professores responsáveis pela implementação do projeto nas escolas; (3) produzir material didático (simulações interativas), (4) gerar e promover a implementação de novas estratégias de avaliação e (5) avaliar os resultados obtidos quanto às mudanças de postura dos professores em relação às metodologias de trabalho propostas e os processos de ensino-aprendizagem de química. |
||
METODOLOGIA:
Para o desenvolvimento da primeira etapa do projeto, foram realizados 2 cursos de capacitação voltados à formação de uma equipe constituída por pesquisadores e alunos de graduação e pós-graduação da USP e outra com 18 professores da rede pública estadual, responsáveis pela implementação do projeto nas escolas. As metodologias de trabalho desenvolvidas durante os cursos consideraram como elemento central o “aprender fazendo” e incluíram trabalho em grupo, discussões, auto-avaliações, apresentações e depoimentos de professores que implementaram o projeto na área de física. Como extensão do curso de capacitação, foram realizados 6 encontros mensais com a equipe de professores, que buscaram criar um espaço aberto para reflexão sobre o andamento do projeto e troca de experiências. Como instrumentos de coleta de dados, utilizaram-se questionários de perguntas pré-elaboradas, abertas e fechadas, apresentados aos professores durante o curso de capacitação e durante os encontros mensais. Realizaram-se também entrevistas com os professores participantes do projeto, baseadas em roteiros pré-elaborados. Através destes elementos de coleta, obtiveram-se dados relacionado às expectativas dos professores quanto à participação no projeto, às diversas formas em que o LabVirt foi implementado nas escolas, aos resultados obtidos quanto às mudanças nos processos de ensino-aprendizagem e às posturas dos docentes em relação à própria prática. |
||
RESULTADOS:
Os cursos de capacitação realizados permitiram a transmissão de experiência de acadêmicos e pesquisadores a pós-graduandos, estagiários e professores do ensino médio. Estes diferentes atores foram responsáveis pela construção da rede de trabalho colaborativa universidade-escola do LabVirt Química. Quanto ao material didático, 8 simulações interativas foram produzidas inicialmente pelas equipes de pesquisa e de professores, durante os cursos de capacitação. A estes materiais, somam-se aqueles produzidos pelos alunos das escolas, uma vez que os professores implementaram o projeto. Desta forma, os esforços interdependentes das equipes de trabalho permitiram a construção do espaço virtual da comunidade de aprendizagem que reúne atualmente 21 simulações interativas próprias, 6 números da revista eletrônica H+ (voltada para a divulgação científica), respostas dadas por especialistas a perguntas formuladas e links a sítios de interesse no tema de ensino de química e trabalho por projetos. A análise das entrevistas e discussões realizadas e dos questionários apresentados revelaram mudanças na postura dos professores em relação ao ensino-aprendizagem, que se traduziram na elaboração de planejamentos de aulas baseados em atividades e não em conteúdos programáticos, na aplicação das metodologias de trabalho propostas (tratamento de situações problema abertas, discussões, trabalho em grupo) e no uso de ferramentas de avaliação (rubricas e registros de atividades). |
||
CONCLUSÕES:
O desenvolvimento da etapa piloto do LabVirt Química permitiu que os professores participantes do curso de capacitação se transformassem em construtores do próprio conhecimento. No processo, enfrentaram vários desafios que implicaram a implementação de novas metodologias de trabalho em sala de aula e o desenvolvimento de novos conhecimentos necessários para apoiar o trabalho dos alunos. Neste ponto, é importante destacar que o curso de capacitação foi um dos mecanismos para promover mudanças nas posturas dos professores, mas que o acompanhamento realizado através dos encontros mensais, os serviços educativos disponibilizados no website e as visitas dos orientadores nas escolas (acompanhadas de trocas permanentes de e-mails e comunicações telefônicas) foram fundamentais para apoiar o desenvolvimento do projeto nas escolas. É assim que a ligação criada entre universidade-escola permitiu uma aproximação por parte da equipe de pesquisa do projeto ao trabalho e às posturas dos professores, quanto ao ensino-aprendizagem de química e aos processos de transformação educativa. Os alunos universitários responsáveis pela produção de simulações (arquitetos, programadores, engenheiros) tiveram a oportunidade de usar suas habilidades em situações autênticas e com relevância social. A finalização desta primeira etapa do projeto permitiu realizar os ajustes necessários para planejar o trabalho contínuo de professores e alunos durante o 2005 e a vinculação de novas escolas à proposta. |
||
Instituição de fomento: Fundação Vitae, Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e Itaú Social | ||
Palavras-chave: formação de professores; simulações interativas de química; ensino médio. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |