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E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 2. Nutrição e Alimentação Animal
DEGRADABILIDADE RUMINAL DA SILAGEM DE CAPIM ELEFANTE (Pennisetum purpureum, Schum)COM DIFERENTES NÍVEIS DE RESÍDUO DE PIPOCA
Keyla Laura de Lira dos Santos 1 (k.l.lira@bol.com.br), Ney Bráulio de Oliveira Lins 1, Adriana Guim 1, Ângela Maria Vieira Batista 1, Dilza Batista de Albuquerque 1, Evaristo Jorge Oliveira de Souza 1, Edson Ricardo de Farias Zumba 1, Daniele Silva de Matos 1 e Gladston Rafael de Arruda Santos 1
(1. Departamento de Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco- UFRPE)
INTRODUÇÃO:
A partir da década de 60, o Capim-elefante (Pennisetum purpureum, Schum) começou a ser utilizado também para confecção de silagem, devido a sua alta produtividade (Lavesso, 1993). No entanto, o alto teor de umidade e baixo teor de carboidratos solúveis no momento ideal para o corte inibem o adequado processo fermentativo, dificultando a confecção de silagens de boa qualidade (Lavesso, 1985).
Uma forma de estimular a fermentação desejável do material ensilado é o uso de aditivos. Essa pratica para ensilagens de gramíneas vem sendo freqüente em várias regiões do país. O resíduo de pipoca é proveniente de produtos que não foram comercializados por erro no preparo ou por terem perdido o prazo de validade. Sua utilização na silagem de Capim-elefante pode favorecer a qualidade da silagem, uma vez que apresenta grande quantidade de carboidratos não fibrosos.
De acordo com Lavesso (1993), a qualidade da silagem pode ser traduzida em consumo voluntário e conseqüentemente resposta animal.
Dentre os fatores dietéticos que atuam no desempenho animal está a cinética de degradação. O conhecimento de como ocorre e quão eficiente é a degradação dos alimentos pelos microrganismos ruminais é de estrema importância em estudos de avaliação para ruminantes. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi determinar a degradabilidade da MS em silagem de Capim-elefante contendo diferentes níveis de adição de resíduo de pipoca.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido no Departamento de Zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, em maio de 2003. As silagens foram confeccionadas em silos de PVC com 25 cm de diâmetro e 50 cm de altura, com resíduo de pipoca (RP) e Capim-elefante com idade aproximada de 80 dias. A adição do RP foi calculada com base na matéria seca, tendo-se adotado os seguintes níveis: T0- 0 %; T15- 15%; T30- 30%.
Procedeu-se a abertura do silo em maio de 2004, sendo recolhidas amostras que foram pré-secas e moídas para posterior incubação no rúmen dos animais. Foram utilizados três caprinos da raça Alpina Americana, com peso médio de 45kg, portadores de cânula ruminal. A dieta, composta por feno de Tifton e concentrado comercial.
Sacos de náilon, medindo 8 x 10 cm, com porosidade de 36 micras, contendo aproximadamente 1g da amostra foram incubados no rúmen em duplicata por 0, 6,12,24,48,72 e 96 horas. Após a retirada dos saquinhos do interior do rúmen, estes foram imersos em água fria para inativar as ações dos microrganismos do rúmen, lavados em máquina de lavar e colocados na estufa a 55 graus por 72 horas.
Para estimativa da fração solúvel (a), da fração potencialmente degradável (b) e da taxa de degradação de b (c), utilizou-se o modelo matemático proposto por Orskov e McDonald (1979). A degradabilidade efetiva (DE) foi estimada utilizando-se o modelo matemático DE= a + (b*c)/(c+k), proposto por Orskov e McDonald (1979), considerando-se as taxas de passagem de 0,03; 0,05 e 0,08.
RESULTADOS:
Os valores de a, b e c foram, 12,25; 45,50 e 0,0204; 26,02; 39,21 e 1,0277; e 21,30; 53,24 e 0,0316, respectivamente para os tratamentos T0, T15 e T30. Adição de RP afetou linearmente (P<0,05) a taxa de degradação. Santos et al. (2004), adicionando pão à silagem de Capim-elefante, nesses mesmos níveis, encontrou maior fração solúvel para as silagens que continham pão, porém sem afetar a fração potencialmente degradável.
Adição de RP afetou linearmente (P<0,05) a degrabilidade efetiva para as taxas de passagem 0,03; 0,05 e 0,08, cujos valores foram: 30,50; 25,31 e 21,41; 44,25; 39,55 e 35,79 e 48,28; 41,69 e 36,24, respectivamente para os tratamentos T0, T15 e T30. Resultados semelhantes foram encontrados por Zumba et al. (2004), avaliando a degrabilidade efetiva de silagem de Capim-elefante, com 0; 15 e 30 % de resíduo de panificadora, nas taxas de passagem de 0,02, 0,05 e 0,08.
CONCLUSÕES:
A adição de resíduo de pipoca a silagem de Capim-elefante favoreceu a taxa de degradação, a degradabilidade potencial e efetiva.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Ensilagem; Degradabilidade; Resíduo de pipoca.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005