IMPRIMIR VOLTAR
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental
A LAGOA DE MESSEJANA SOB A ÓTICA DA COMUNIDADE DO BAIRRO DE MESSEJANA-FORTALEZA-CE
Geovany Rocha Torres 1 (geotrilhas@yahoo.com.br), Esdras Santos 1, Daniel Andrade Girão 1 e Maria Cleide Andrade Ximenes 1
(1. Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará - CEFET-CE)
INTRODUÇÃO:
A pesquisa teve como objetivo investigar como a população que vive na margem da Lagoa de Messejana (localizada no município de Fortaleza-CE) e suas imediações entende a presença desse corpo hídrico, suas opiniões sobre o estado de conservação e utilização da mesma. Um levantamento do nível de entendimento sobre as questões ambientais locais é fundamental para o objetivo posterior de despertar o interesse da população local sobre os vários aspectos envolvidos no trato dos recursos hídricos e sua influência determinante na vida de uma comunidade. A pesquisa foi estruturada sob a forma de entrevistas com questões abertas e fechadas, que abordaram assuntos relacionados à recente urbanização das margens da Lagoa de Messejana, e o atual estado em que a mesma se encontra. Realizada no início do mês de março de 2005, teve como alvo os moradores e transeuntes da margem e ruas adjacentes à lagoa assim como alguns funcionários de dois postos de saúde do bairro.
METODOLOGIA:
Inicialmente foram realizadas visitas preliminares na área da Lagoa de Messejana, visando identificar os pontos cruciais a serem investigados. Após ouvir a opinião de moradores da localidade e freqüentadores da lagoa, elaborou-se um questionário com perguntas objetivas e subjetivas com o intuito de se obter informações da comunidade sobre a recente reforma realizada no local e a atual situação do reservatório hídrico estudado. Posteriormente, realizaram-se visitas em campo para aplicar os questionários com moradores próximos da margem da lagoa, como também com transeuntes e demais usuários. As respostas subjetivas foram separadas em grupos, de modo que expressassem as opiniões parecidas dos freqüentadores e moradores locais. Finalmente, elaborou-se um diagnóstico da área, a partir da análise crítica dos dados, os quais foram expostos na forma de gráficos.
RESULTADOS:
Avaliação da reforma e urbanização da lagoa
75% consideram positiva, 17% consideram positiva com restrições, enquanto 8% consideram como negativa, citando problemas surgidos após a reforma.

Importância da lagoa
8% a consideram muito importante, enquanto 33% e 59% consideram-na importante e sem nenhuma importância, respectivamente.

Uso da lagoa
17% diz fazer uso da lagoa, enquanto 66% afirmaram não fazer uso da mesma, ao passo que alguns entrevistados (17%) afirmaram já ter feito uso da lagoa.

Perspectivas
50% da população entrevistada revela-se otimista, ao passo que outros 50% acreditam que o poder público e a população acabaram por relegar a lagoa ao abandono.

Fatores que prejudicam a lagoa e sua margem
lixo (33%), falta de educação da população (21%), esgotos (21%), sujeira (5%), abandono da administração (5%), feira aos domingos nas proximidades (5%), ausência de tratamento da água (5%).

Limpeza da lagoa e sua margem
50% consideram-na muito suja; 17% consideram-na suja; 33% consideram-na regular.

Esgotamento sanitário
70% têm o sistema de fossa-sumidouro em sua residência ou estabelecimento comercial, ao passo que 20% não sabem responder qual o sistema de esgotamento empregado e apenas 10% afirmou ter sua residência conectada ao sistema público.

Lixo na margem da lagoa
Todos (100%) afirmam não dispor de lixo na margem da lagoa, enquanto 34% afirmam que a vizinhança é responsável pela disposição do lixo na área. Todos os entrevistados afirmaram ser a coleta de lixo regular e eficiente.
CONCLUSÕES:
Analisando os dados obtidos, observa-se um certo descontentamento por parte da população local acerca das condições atuais da lagoa. Embora uma parte significativa dos entrevistados não apresente relações afetivas com a mesma, o que prejudica a iniciativa de participar de ações em prol da melhoria da qualidade ambiental local. Observou-se também um certo saudosismo em relação às condições da lagoa há cerca de 20 anos, tendo sido citados diversos usos que se fazia da mesma nessa época.
São constantes as reclamações, por parte dos moradores, acerca de descaso das autoridades com relação à segurança pública no local, assim como acerca da degradação dos investimentos empregados, seja pelos atos de vandalismo, seja pela disposição de lixo e ligações de esgoto à lagoa. Devido às condições precárias de iluminação, geradas por atos de vandalismo, a margem da lagoa paulatinamente vem perdendo usuários, os quais, desinteressados pelo empreendimento, acabam por abandona-lo à mercê da marginalidade.
A população também demonstra descontentamento com relação à ausência de consulta prévia referente à implantação do empreendimento, o qual, segundo alguns depoimentos, favoreceu somente alguns setores da margem da lagoa. Os entrevistados observam o empreendimento em questão como um meio de propaganda política, devido o abandono a que foi relegado após sua implantação.
Instituição de fomento: Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará - CEFET-CE
Palavras-chave:  Lagoa de Messejana; Educação Ambiental; Comunidade.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005