IMPRIMIR VOLTAR
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 6. Parasitologia
A ESQUISTOSSOMOSE NO LITORAL ORIENTAL DO RIO GRANDE DO NORTE: IMPLICAÇÃO PARA ESTUDOS DE MEDIDAS DE CONTROLE E ASSISTÊNCIA À COMUNIDADE.
Acarízia Eduardo da Silva 1 (acarizia@gmail.com), Ana Helena Sales de Oliveira 1, Carlos Capistrano Gonçalves de Oliveira 4, Vanessa Santos de Arruda Barbosa 5, Andréa Carla Dantas Bezerra 1, Morgana Regis Dantas 1, Vanessa Fernandes Damasceno 1, Erineide Varela Barros 3 e Raimundo M. Lisboa Neto 2
(1. Depto. de Microbiologia e Parasitologia, Universidade Federal do RN - UFRN; 2. Depto. de Farmácia, Universidade Potiguar - UnP; 3. Depto. de Ciências Biológicas, Fac. de Ciências, Cultura e Extensão do RN - FACEX; 4. Prof. Dr. do Depto. de Microbiologia e Parasitologia, Univ. Federal do RN - UFRN; 5. Profa. Msc. Substituta do Depto. de Parasitologia, Univ. Federal do RN - UFRN)
INTRODUÇÃO:
O Schistosoma mansoni, agente etiológico da esquistossomose, mesmo após cem anos do seu descobrimento, continua a ser um grave problema de saúde pública, atingindo 19 estados do Brasil, totalizando 26 milhões de indivíduos expostos à esquistossomose (Andrade, 2002; Ministério da Saúde, 2003). Os maiores danos desta endemia ocorrem na população nordestina, na qual a sua prevalência varia de 11% na Paraíba a 43% no Estado de Alagoas (Barbosa et al. 1996). A cadeia epidemiológica do Schistosoma mansoni envolve o homem doente, caramujos de água doce pertencentes ao Gênero Biomphalaria e o homem sadio. No Nordeste do Brasil, a espécie Biomphalaria glabrata é a mais susceptível à infecção por S. mansoni que a B. straminea (Paraense, 1963; Magalhães, 1978). Este trabalho tem como objetivo o estudo epidemiológico da Esquistossomose no município de Pureza, com a finalidade de contribuir para a prevenção desta endemia e das enteroparasitoses na população residente no Litoral do Estado do Rio Grande do Norte.
METODOLOGIA:
Foram examinadas as fezes de 113 indivíduos residentes no município de Pureza, situada a 5º, 28’ 1’ S e 35º, 33’ e 22’’ W, a uma altitude de 40 m acima do nível do mar. O município está inserido na zona homogênea do litoral norte, distante 74 km de Natal, com uma população de 6.963 habitantes, sendo 2.537 residentes na zona urbana e 4.426 na área rural (IBGE, 2000). Apresenta clima úmido, com precipitação média anual de 1400 mm, temperatura média de 26ºC e umidade relativa média anual de 85%. Pureza encontra-se banhada pelo Rio Maxaranguape, provavelmente a principal fonte de infecção para crianças e adultos. Os exames foram feitos no período de julho a dezembro de 2004, através do Método qualitativo de Sedimentação espontânea e do quantitativo de Kato et Katz. Para isso, foram utilizadas as instalações Laboratoriais do Hospital de Pureza e do Laboratório da Disciplina de Parasitologia da UFRN.
RESULTADOS:
Dos 113 indivíduos examinados, 61 pertenciam ao sexo masculino e 52 ao feminino. Destes, 71 (62,832%) foram positivos para algum tipo de parasita intestinal. Com relação aos helmintos, o Ascaris lumbricoides foi encontrado parasitando 13 (11,504%) pessoas; os Ancilostomídeos, 27 (23,894%); Trichuris trichiura, 10 (8,849%); Schistosoma mansoni, 10 (8,849%) e Hymenolepis nana, 6 (2,655%). Com relação aos protozoários, a Entamoeba histolytica foi encontrada parasitando 22 (19,469%) pessoas; Entamoeba coli, 28 (24,779%); Giardia lamblia, 13 (11,504%); Iodamoeba butschlii, 9 (7,965%); Endolimax nana, 11 (9,734%) e Blastocystis hominis, 1 (0,885%). Além dos exames realizados, foram capturadas Biomphalaria glabrata e B. straminea, espécies transmissoras da Esquistossomose. Foram realizadas, também, palestras com os agentes de saúde, alertando sobre os riscos existentes para a população.
CONCLUSÕES:
A esquistossomose, em Pureza, distribui-se tanto na área urbana como em sua área rural. Uma observação que pôde ser comprovada é que a faixa etária mais parasitada com o Schistosoma mansoni é a compreendida entre 0 e 11 anos de idade. E de acordo com os questionários realizados, o banho nos rios do município, motivado pelo lazer, é o principal fator de contaminação. Por fim, concluímos que o município de Pureza é uma área endêmica de Esquistossomose e medidas de controle são necessárias para o combate a esta endemia, que alcança índice de 9,8% (nove ponto oito), na qual as crianças são as principais vítimas.
Palavras-chave:  Esquistossomose; Enteroparasitoses; Assistência à comunidade.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005