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B. Engenharias - 1. Engenharia - 3. Engenharia Civil | ||
ANÁLISE DE SUSTENTABILIDADE E EFICÁCIA DE TRATAMENTOS COM PRESERVANTES NATURAIS PARA O CONTROLE ALTERNATIVO DO CUPIM-DA-MADEIRA-SECA - CRYPTOTERMES BREVIS – EM MADEIRAS DE FLORESTAS PLANTADAS NO RIO GRANDE DO SUL. | ||
Eugen Stumpp 1, 2, 3, 4 (estumpp@hotmail.com), Vânia Rech 2, Ana L. Raabe Abitante 1, Neiva Monteiro de Barros 2 e Miguel A . Sattler 1 | ||
(1. Programa de Pós-graduação em Engenharia civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2. Instituto de Biotecnologia da Universidade de Caxias do Sul – RS; 3. Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Caxias do Sul; 4. Sindicato das Industrias de Madeira do Nordeste do Estado do RS) | ||
INTRODUÇÃO:
Tratamentos sustentáveis visam o prolongamento da vida útil do respectivo componente ou estrutura de madeira mediante a aplicação de preservantes extraidos de plantas ou de minerais. BONNEMANN [1986] cita como extrativos da própria madeira: tanino, amido, corantes, óleos, resinas, ceras, ácidos graxos. A madeira é um recurso renovável, de baixo consumo energético, durável quando devidamente tratado, portanto, altamente sustentável. SATTLER [2002] apresenta, entre outros, princípios de sustentabilidade de um material, produto ou processo nos seguintes termos: usar recursos renováveis; usar materiais de baixo consumo energético; usar fontes locais de energia; visar a fixação de carbono na biomassa; procurar a durabilidade do produto, entre outros. Nesta pesquisa avaliou-se a ação dos óleos de mamona e silicatos de potássio como preservantes da madeira. |
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METODOLOGIA:
No presente trabalho utilizou-se corpos-de-prova [CP] com dimensões de 25,4 mm x 25,4 mm x 6,4 mm provenientes de madeiras de florestas plantadas no Estado do Rio Grande do Sul, ou seja: Pinus elliottii , Pinus taeda , Eucalyptus grandis . As madeiras foram tratadas com os seguintes preservantes: mineralizante Hasil (H) e óleo de mamona (M). Parte do CP tratados foram expostas a condições de intemperismo por 30 dias. Os CP tratados foram colocados individualmente em placas de Petri, sendo distribuídos 30 cupins por placa. As avaliações foram feitas segundo a norma ASTM 3345 – D, verificando-se os seguintes parâmetros: umidade dos CP, massa específica aparente das madeiras, retenção do preservante no CP em gramas por metro quadrado, percentual da mortalidade dos insetos e perfuração dos CP pelos cupins. Os cupins são da espécie de Cryptotermes brevis , que são Isopteras e por serem insetos sociais, há completa interdependência entre os indivíduos e sobreposição de gerações. Os preservantes aplicados são totalmente naturais e ecológicos para o controle deste cupim. Por fim analisou-se os resíduos após a conclusão dos ensaios, determinando relações diversas. |
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RESULTADOS:
Verificou-se que a umidade média dos CP foi de 11,7 %. As médias das massas específicas aparentes em gramas por centímetros ao cubo foram de 0,51 (Pel), 0,43 (Ptae) e 0,60 (Egr). A retenção dos preservantes na madeira (gramas por metro quadrado) foi de 145 para o minerlizanta Hasil e de 392 para óleo de mamona, que manteve a retenção de 100 % após o intemperismo. A retenção do mineralizante Hasil reduziu em 40% no ensaio de intemperismo. Com o preservante Hasil verifou-se taxas de mortalidade dos cupins de 82% nos CP de Pinus spp. e de 48% em Eucalytus grandis . Nos tratamentos com óleo de mamona [M] observou-se 73% de mortalidade em Pinus spp. e 88% em CP de Eucalyptus grandis . A perfuração por CP tratado foi de 0 para H e de 0 para M antes do intemperismo e após o intemperismo foi de 0,7 para Hasil e de 0,3 para óleo de mamona. A massa média por cupim novo foi de 6,25 mg. Após conclusão dos ensaios foram verificados os seguintes valores: Massa por cupim sobrevivente em miligramas (mg): H = 4,39; M = 4,00. Massa por cupim morto em mg: H = 1,20 mg e M = 1,04g. Massa das pelotas fecais produzidas em gramas: H = 0,0739; M = 0,0600. Massa das pelotas fecais por cupim por dia em mg: H = 0,0189; M = 0,0160. Pelotas fecais produzidas em % em relação à massa de cupim sobrevivente por dia: H = 0,42% e M = 0,40%. |
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CONCLUSÕES:
A retenção do óleo de mamona nos CP após exposição ao intemperismo foi de 100%. A retenção do mineralizante Hasil reduziu para 40%. A mortalidade dos cupins foi de 88% nos testes com óleo de mamona e de 82% com o mineralizante Hasil sem exposição às condições de intemperismo. Conforme a análise dos resíduos pode-se estabelecer as seguintes relações que indicam alteração de massa dos cupins durante o ensaio: Cupim novo x cupim sobrevivente = 6,25 / 4,29 = 1,46 ou inverso = 0,69. A massa dos cupins no final do ensaio fica reduzida em 31%. Cupim novo x cupim morto = 6,25 / 1,04 = 6,1 ou o inverso = 0,17. O cupim morto apresenta 17% de massa do cupim novo. Cupim sobrevivente x cupim morto = 4, 29 / 1, 04 = 4,13 ou o inverso = 0,24. O cupim morto representa 24% da massa dos cupins sobreviventes. A massa das pelotas fecais produzidas por dia em relação ao próprio peso dos sobreviventes é de 0,41 %. |
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Instituição de fomento: UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL; SINDICATO DOS MADEIREIROS DE CAXIAS DO SUL. | ||
Palavras-chave: TRATAMENTOS SUSTENTÁVEIS DE MADEIRAS;; CUPIM-DE-MADEIRA-SECA;; ENGENHARIA DA MADEIRA. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |