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H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 5. Fotografia
INSTÂNTANEOS DO TEMPO: FOTOGRAFIA E MEMÓRIA NA VIAGEM DE TREM
VALDENIRA BARROS 1 (valbarros@yahoo.com.br)
(1. Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP)
INTRODUÇÃO:
O trabalho é fruto da dissertação de Mestrado desenvolvida pela autora no âmbito da linha de pesquisa Artes e Multimeios do Programa de Mestrado em Multimeios da Universidade Estadual de Campinas, e procura fazer uma reflexão em torno do processo de criação do ensaio fotográfico “Viagem de Trem”, realizado no período de 1998 a 2000, em espaços relacionados ao trem de passageiros da Estrada de Ferro Carajás (EFC). Nesse sentido, propõe uma compreensão mais ampla sobre a fotografia enquanto um meio de expressão artística que possibilita uma determinada leitura da realidade. A pesquisa obteve o apoio da CAPES para a sua finalização.
METODOLOGIA:
A dissertação “Instantâneos do Tempo: Fotografia e Memória na Viagem de Trem”, foi desenvolvida em dois anos de pesquisa e procedeu de revisão bibliográfica de autores que apontam a complexidade do fazer fotográfico, tais como Roland Barthes, Susan Sontag, Vilém Flusser, Philipe Dubois e outros. O enfoque dado à fotografia por Roland Barthes em “A Câmara Clara” nos mostrou como o resgate das memórias pessoais podem ajudar a compreender as complexidades envolvidas na criação fotográfica. A idéia de que o “fotógrafo é essencialmente testemunha da sua subjetividade” (Roland Barthes in O grão da voz), nos fez questionar sobre o que teria nos levado a realizar o projeto “Viagem de Trem”. A partir desse questionamento buscamos refazer os “percursos subjetivos” que nos levaram a fotografar, através do que poderíamos chamar de uma arqueologia da memória pessoal e familiar. Para tal, realizamos entrevistas com familiares e elaboramos um ensaio biográfico que está incluído na dissertação. Assim, o texto retoma memórias pessoais que possam ter dado suporte imaginário para essa criação visual. Também entrevistamos pessoas que fazem parte do universo fotográfico do tema “Viagem de Trem’, no caso específico, mulheres que ganham a vida vendendo comida na beira da estrada de ferro”. Suas trajetórias pessoais também foram incorporadas ao trabalho.
RESULTADOS:
Acreditamos que o trabalho contribua para a valorização do fazer fotográfico enquanto algo intrinsecamente ligado à subjetividade dos seus produtores, com algumas diferenciações como, por exemplo, a diferenciação entre o olhar do fotógrafo e o olhar do etnógrafo, ou mesmo o olhar do turista.
CONCLUSÕES:
Concluímos que a dissertação, assim como o ensaio fotográfico que lhe deu origem somam expressão artística e reflexão teórica, por meio de um diálogo em que não procuramos confrontar leitura artística com leitura acadêmica. Pelo contrário, procuramos mostrar que são universos com elementos totalmente intercambiáveis e que juntos ampliam nossa percepção sobre a realidade.
Instituição de fomento: CAPES
Palavras-chave:  criação artística; fotografia; memória.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005