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D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 2. Cirurgia
DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE DA ENZIMA SUPERÓXIDO DISMUTASE EM MONÓCITOS DE PORTADORES DE ESQUISTOSSOMOSE HEPATESPLÊNICA SUBMETIDOS À ESPLENECTOMIA, LIGADURA DA VEIA GÁSTRICA ESQUERDA E AUTO-IMPLANTE ESPLÊNICO.
Maiara Santos Severo 1 (mararasevero@yahoo.com.br), Francisco Machado Manhães-de-Castro 2, Carlos Roberto Carvalho Leite 6, Carlos Teixeira Brandt 3, Rebecca Peixoto Paes-Silva 4, Érika Michelle Correia de Macedo 4 e Célia Maria Machado Barbosa de Castro 5
(1. Depto. de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; 2. Faculdade de Medicina - CCS/UFPE; 3. Depto. de Cirurgia Pediátrica - HC/CCS/UFPE; 4. Depto. de Nutrição - CCS/UFPE; 5. Depto. de Medicina Tropical - CCS/UFPE; 6. Depto. de Cirurgia - HC/CCS/UFPE)
INTRODUÇÃO:
Estima-se em cerca de 200 milhões o número de pessoas no mundo infectadas por Schistosoma mansoni, dos quais 120 milhões são sintomáticas e 20 milhões desenvolvem a forma grave, comprometendo fígado e baço. A esquistossomose mansônica é hiperendêmica no Nordeste do Brasil e representa a principal causa de hipertensão portal em crianças. A maioria destes pacientes é tratada clinicamente, todavia, alguns requerem intervenção cirúrgica, sendo a esplenectomia uma opção de uso freqüente no Nordeste do Brasil. Fagocitose com conseqüente geração de produtos microbicidas derivados do oxigênio, como o ânion superóxido (O2) contribui para que as células mononucleares respondam a agentes infecciosos. Ativação da SOD é essencial para a modulação dessa resposta. Trabalhos mostram que, após esplenectomia, esta função fica prejudicada. Com isso, auto-implante esplênico no grande omento mostra-se como uma forma aceitável de preservar esta função.
O presente trabalho teve por objetivo analisar a atividade da enzima SOD em monócitos de pacientes portadores de esquistossomose mansônica, na forma hepatoesplênica, submetidos à esplenectomia, ligadura da veia gástrica esquerda e auto-implante esplênico (AI), quando comparados a voluntários sadios, a pacientes com esquistossomose hepatesplênica diagnosticada e ainda não tratados e pacientes portadores de esquistossomose hepatesplênica tratados apenas com esplenectomia.
METODOLOGIA:
Realizou-se coleta de sangue (15mL) de voluntários adequadamente selecionados para formar o grupo Controle (C-n=15); de pacientes com esquistossomose na forma hepatesplênica, submetidos à esplenectomia com ligadura da veia gástrica esquerda e auto-implante esplênico (AI-n=15); de pacientes com esquistossomose na forma hepatesplênica, submetidos apenas à esplenectomia (E-n=10); e de pacientes com esquistossomose na forma hepatesplênica diagnosticada, porém não tratada até então. (O procedimento cirúrgico com o auto-implante foi realizado no HC-UFPE segundo protocolo próprio, no período de 1991 a 2000. Esses pacientes são acompanhados desde então no ambulatório de Cirurgia Pediátrica do HC-UFPE.) Os integrantes de todos os grupos são de ambos os sexos com idade entre 10 e 25 anos.
Em seguida, realizou-se o processamento das amostras a fim de isolar os monócitos do sangue periférico.
Depois, fez-se a cultura das células, procedendo-se à reação para mensuração da atividade da SOD - ensaio hipoxantina/XOD com redução do Citocromo C. Foram colhidas amostras da reação e feitas as leituras em espectrofotômetro. Com esses dados, foram realizados os cálculos da atividade da SOD para cada grupo e comparados, mediante o teste T de Student.
RESULTADOS:
Obtiveram-se como resultados: AI=30,2793195UI de SOD/mg de proteína dos monócitos (DP=8,268808); C=44,1784222UI de SOD/mg de proteína dos monócitos (DP=14,57193); E=44,9140629 de SOD/mg de proteína dos monócitos (DP=10,43283); e EHE=66,8097831 de SOD/mg de proteína dos monócitos (DP=19,06732).
Observou-se, pois, que houve diferença entre os diversos grupos (p<0,05): C e EHE, AI e E, AI e EHE, E e EHE e que não houve diferença entre os grupos (p>0,05): C e AI, C e E.
CONCLUSÕES:
Isso nos mostra, de forma sumária, que houve maior produção de SOD nos monócitos de pacientes EHE (esquistossomóticos hepatesplênicos sem tratamento) e produção parecida com a dos pacientes-controle nos grupos AI e E. Isso pode significar uma resposta imune alterada nos EHE, com resposta reduzida das células pela menor quantidade de superóxido, que é um radical livre, liberado pelas células monocitárias, dentre outras, com efeito microbicida conhecido (como de fato já foi observada menor produção de superóxido entre estes, com relação a grupo controle em artigo publicado previamente pelo mesmo grupo). E, por conseguinte, poderia acarretar uma resposta imune deficitária (com efeito microbicida baixo), quando comparados os EHE com os pacientes do grupo controle e dos tratados.
Instituição de fomento: CNPq; PIBIC-UFPE/CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Esquistossomose Hepatesplênica; Auto-implante Esplênico; Atividade monocitária.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005