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G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 3. Antropologia das Populações Afro-Brasileiras | ||
A IMAGEM DA MULATA NA OBRA GABRIELA CRAVO E CANELA DE JORGE AMADO: UMA ABORDAGEM ANTROPOLOGICA | ||
Vanessa dos Santos Camargo 1 (vankmargo@yahoo.com.br) e Claude Lépine 1 | ||
(1. Depto. de Sociologia e Antropologia, Universidade Estadual Paulista - UNESP.) | ||
INTRODUÇÃO:
No Brasil sempre se explorou a questão da identidade nacional e a idéia de contraste e diferença entre as raças.Sendo assim a questão da mestiçagem se apresentou como um problema teórico fundamental para o pensamento social brasileiro. Considerando essa problemática, este trabalho teve como objetivo analisar a imagem da mulata na obra "Gabriela Cravo e Canela" de Jorge Amado, tendo como referencial desta investigação a questão da mestiçagem, que no século XIX era vista como uma mácula. Posteriormente, nos anos 30 do século XX, principalmente com Gilberto Freyre, passa a representar um modelo de convivência harmoniosa entre as raças, divulgando assim o mito da democracia racial. |
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METODOLOGIA:
Partindo do livro “Gabriela cravo e canela” de Jorge Amado e mantendo um constante diálogo com a bibliografia, propomos pensar como foi construída a imagem da mulata enquanto ícone de brasilidade e identidade nacional, levando em consideração as teorias raciais do século XIX e a re-elaboração cultural de 1930. Também procuramos analisar as relações entre as noções das categorias de raça e classe social presente na obra de Jorge Amado. |
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RESULTADOS:
Através das análises percebemos como a partir da busca de uma singularidade local e da identidade nacional se criam mitos de brasilidade, também observamos como ocorre a criação de estereótipos culturais impermeáveis. |
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CONCLUSÕES:
As análises fundamentadas no referencial teórico pertinente a questão levantada apontam para a confirmação de que no Brasil a interpretação racial e a constatação de que essa era uma nação singular porque miscigenada é antiga e estabelecida no país. Da afirmação do paradigma cientificista da degeneração das raças à democracia racial de Gilberto Freyre, percebe-se como é arraigado o argumento que: o “Brasil se define pela raça”. No tocante à questão das relações de gênero, constatamos que a presença de estereótipos cristalizam as imagens e impossibilitam a observação de processos históricos singulares em múltiplas temporalidades. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Mestiçagem; Democracia racial; Brasilidade. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |