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C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica
PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA LECTINA DO SORO DE TAMBAQUI (Colossoma macropomum)
Elba Verônica Matoso Maciel 1 (everonica@uol.com.br), Rosiely Félix Bezerra 1, Athiê Jorge Guerra Santos 2, Maria Tereza dos Santos Correia 1 e Luana Cassandra Breitenbach Barroso Coelho 1
(1. Depto. de Bioquímica, CCB, Universidade Federal de Pernambuco-UFPE.; 2. Depto. de Engenharia de Pesca, Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE.)
INTRODUÇÃO:
Lectinas são proteínas ou glicoproteínas que possuem a habilidade de se ligar especificamente a mono ou oligossacarídeos, de forma reversível. A especificidade de uma lectina tem sido analisada através de ensaios de inibição da atividade hemaglutinante (IAH) utilizando diferentes carboidratos. A presença de lectinas é principalmente revelada através de um ensaio de atividade hemaglutinante (AH), que utiliza uma diluição seriada da proteína antes da incubação com eritrócitos. A purificação de lectinas tem despertado um amplo interesse tanto para aplicações biotecnológicas como para um melhor entendimento da participação das lectinas nos sistemas imunológicos de vertebrados e invertebrados. Lectinas podem ser encontradas em soro, muco e ovos de peixes, com papel biológico que inclui fertilização, morfogênese e defesa contra microorganismos. O tambaqui (Colossoma macropomum), espécie originária do rio Amazonas, pertence à família dos Serrasalmidae e é uma das principais espécies da aqüicultura brasileira, mostrando um excelente padrão de crescimento, com alta produtividade de filé. O objetivo deste trabalho foi purificar e caracterizar a lectina do soro do tambaqui (ComaSeL).
METODOLOGIA:
O sangue do peixe foi coletado através da veia caudal. Após a coleta, o sangue ficou em repouso em temperatura ambiente até formação de um coágulo e obtenção do soro; logo em seguida, foi diluído (1:1) em tampão Tris-HCl 0,01 M, pH 7,5, contendo NaCl 0,15 M. O soro diluído foi submetido a um fracionamento salino com sulfato de amônio, em saturação de 0-20%, 20-40%, 40-60% e 60-80%. Posteriormente estas frações foram dialisadas contra tampão Tris-HCl 0,01 M, pH 7,5, em água, seguida por troca no mesmo tampão contendo NaCl 0,15 M. Foi realizada AH utilizando eritrócitos glutarizados de coelho e humanos (A, B e O). Posteriormente foram efetuadas dosagem protéica e eletroforese para proteínas nativas e básicas, bem como para proteínas desnaturadas e reduzidas (SDS-PAGE); também foram realizados ensaio de IAH, teste com íons (cloreto de magnésio e potássio) e teste de temperatura (30 a 100o C).
RESULTADOS:
A fração 0-20%, ComaSeL (AH: 32-1), foi a de escolha para estudos posteriores por se revelar mais pura através da eletroforese para proteínas nativas básicas e SDS-PAGE. ComaSeL apresentou AH apenas quando incubada com eritrócitos de coelho e foi inibida quase totalmente (IAH: 2-1) pelos monossacarídeos galactose e fucose. A atividade de ComaSel na presença de íons não foi estimulada ou inibida. ComaSeL perdeu a AH a 40o C. Na eletroforese básica ComaSeL apresentou uma banda principal como padrão.
CONCLUSÕES:
O soro do tambaqui contém uma lectina de caráter básico, que reconhece os carboidratos galactose e fucose, sendo desta forma incluída na família das fucolectinas.
Instituição de fomento: Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq)
Palavras-chave:  Tambaqui; Lectinas; Purificação.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005