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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 17. Planejamento e Avaliação Educacional | ||
ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA AVALIATIVA DA ESCOLA PÚBLICA CEARENSE . A REALIDADE DE CAMOCIM- CE | ||
Adriana Madja dos Santos Feitosa 1 (dricamadja@bol.com.br) e Maria Margarete Sampaio de Carvalho Braga 2 | ||
(1. Núcleo de Inspeção Escolar, Secretaria de Educação Básica - SEDUC - CEARÁ; 2. Departamento de Educação, Universidade Estadual do Ceará - UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
Este estudo busca compreender os principais conceitos e as metodologias que fundamentam as práticas avaliativas desenvolvidas nas escolas estaduais do município de Camocim-CE, após as reformas curriculares implementadas no período de 1995 a 2002. Pretende-se abordar, num primeiro momento, os conceitos das principais abordagens avaliativas desenvolvidas na realidade escolar brasileira, a partir do enfoque teórico que fundamentou os documentos formativos dos professores. Num segundo momento, contextualiza-se o discurso teórico e as práticas vivenciadas em sala de aula pelos professores das escolas pesquisadas. O estudo, também, pretende traçar novos caminhos formativos acerca da avaliação, possibilitando uma retomada conceitual e procedimental dos processos de avaliação vivenciados na escola pública cearense. |
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METODOLOGIA:
O trabalho consta de um estudo de caso realizado em 04 (quatro) escolas estaduais do ensino fundamental e médio de Camocim-CE, visando observar e identificar possíveis mudanças ocorridas na postura dos professores quanto a sua forma de avaliar, a partir dos processos formativos e dos novos conceitos e paradigmas da reforma curricular implementada. Utilizou-se como procedimentos metodológicos: a observação da prática avaliativa; a participação de reuniões com os professores e alunos e a entrevista estruturada, realizada com 12 (doze) professores e 12 (doze) alunos das escolas pesquisadas. |
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RESULTADOS:
Nas escolas pesquisadas observou-se a recorrência nos processos avaliativos ao valor da medida, através da nota (0 a 10), como a forma de aferir os processos de aprendizagem dos alunos. Contatou-se a fragmentação das ações formativas, ou seja, realização de cursos com carga horária de quarenta horas sem que houvesse continuidade na escola. Esses momentos de formação eram realizados de forma aligeirada, sem consistência teórica e com pouca participação do corpo docente. Observou-se que os conceitos relativos ao sócio-construtivismo que fundamentariam as novas práticas de ensino, não conseguiram superar as concepções e práticas tradicionais tão presentes no cotidiano escolar. Havia uma significativa apropriação de alguns conceitos teóricos no discurso do professor, tais como: avaliação formativa diagnóstica e processual de ensino-aprendizagem, porém, na prática, o professor tinha dificuldades em organizar procedimentos e elaborar instrumentos avaliativos que consolidassem esses novos conceitos. |
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CONCLUSÕES:
Na prática pedagógica constata-se, ainda, o uso do valor da medida (nota) para registrar o rendimento escolar. Além disso, há lacunas quanto ao caráter formativo e a necessidade de elaboração de instrumentais mais efetivos para a avaliação. Identifica-se, portanto, na prática avaliativa realizada pala escola, uma certa absolutização dos procedimentos quantitativos e tradicionais, justificando-se esta prática, principalmente, pela falta de condições didáticas e administrativas que invibializam a re-significação de novas práticas, a partir do enfoque qualitativo. Conclui-se que para repensar-se as práticas avaliativas desenvolvidas nas escolas, é necessário efetivar-se um aprofundamento teórico-metodológico acerca das concepções de aprendizagem e de avaliação e, dentro das condições reais e de formação, redefinir-se estratégias que favoreçam o desenvolvimento de práticas pedagógicas mais inclusivas, que primem pelos aspectos qualitativos do processo de ensino-aprendizagem. |
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Palavras-chave: Avaliação; Prática Docente; Aprendizagem. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |