IMPRIMIR VOLTAR
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica
VARIAÇÃO DA PROTEÍNA PLASMÁTICA EM FÊMEAS DE TAMBAQUI (Colossoma macropomum) APÓS INDUÇÃO COM O LHRH COMUM (GONADARRELINA) EM DIFERENTES FOTOPERÍODOS
Renata Aline Vilar Neves 1 (renataoceano@hotmail.com), Elba Verônica Matoso Maciel 2, Luana Cassandra Breitenbach Barroso Coelho 2 e Athiê Jorge Guerra Santos 1
(1. Depto. Engenharia de Pesca, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE; 2. Depto. Bioquímica, CCB, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE)
INTRODUÇÃO:
O tambaqui (Colossoma macropomum, Cuvier 1818), apresenta ampla distribuição nos rios da Região Norte. Este peixe vem, nas últimas décadas, se tornando uma das principais espécies nativas para a piscicultura brasileira, apresentando um ótimo padrão de crescimento e produtividade, fato que torna abundante a sua oferta no mercado consumidor. Sua alimentação é onívora e, quanto à reprodução, é um peixe reofílico, portanto não desova naturalmente em cativeiro. O presente trabalho tem como objetivo analisar a influência do fotoperíodo na variação da proteína plasmática após a indução da ovulação com LHRH comum (gonadarrelina).
METODOLOGIA:
Foram utilizados 13 fêmeas e 14 machos maduros de tambaqui escolhidos dentre o plantel de reprodutores com o peso variando de 10-16 kg e o comprimento 70-90 cm. Os testes foram realizados durante período reprodutivo (setembro a janeiro, 2004/2005). O hormônio utilizado para a indução da ovulação foi o sintético LHRH comum (gonadarrelina) de uso veterinário. Para cada fêmea, exceto a controle, foram aplicadas dosagens variando entre 30 e 50 µg LHRH/kg, divididas em duas aplicações. A fêmea controle recebeu 2 ml de soro fisiológico (0,9 %) e os machos receberam uma dose única de 100 µg LHRH/peixe aplicada durante a segunda dose das fêmeas. O intervalo da primeira para a segunda dose foi de 13 h. Foram feitas três coletas de sangue nas fêmeas sob o seguinte calendário fotoperiódico: uma antes da primeira dose, às 10:00 h; 13 h após a primeira dose e logo depois do momento da ovulação. O protocolo de indução seguinte foi igual ao do anterior, exceto a hora da primeira dose, que foi realizada às 17:00 h. Após todas as coletas, foi realizada uma dosagem protéica (Lowry et al. 1951) utilizando curva padrão de albumina sérica (0-500 µg). A amostra (0,2 ml) foi incubada com 1 ml de solução alcalina de cobre em citrato de sódio a 1% e 50 ml de solução de carbonato de sódio a 2% em hidróxido de sódio a 0,1%. Após a incubação, 0,1 ml do reagente de Folin-Ciocalteus, diluído 1:1 com água, foi adicionado e, após 30 min, a absorbância foi medida a 720 nm.
RESULTADOS:
Todas as fêmeas que foram induzidas às 10:00 h desovaram entre 8-10 h após a segunda injeção hormonal; a primeira amostragem de plasma (antes da primeira dose hormonal) de todas as fêmeas, inclusive a controle, apresentou uma média de 24 mg/ml de proteínas plasmáticas. Na segunda amostragem de plasma (referente a 13 h após a primeira dose) as fêmeas apresentaram uma média de 53,5 mg/ml, enquanto que os peixes controle mantiveram a média de 24 mg/ml. Na terceira amostragem (logo após o momento da ovulação) os peixes induzidos apresentaram uma diminuição na concentração protéica do plasma (28,8 mg/ml). Embora se tenha observado um aumento na concentração protéica (de 36,40 mg/ml para 52,37 mg/ml), os peixes que foram induzidos às 17:00 h não ovularam.
CONCLUSÕES:
Os resultados mostraram que houve alteração na concentração plasmática de proteínas após a indução do LHRH comum. Ocorreu também um aumento significativo da concentração de proteínas nos peixes que não ovularam, indicando assim um aumento da gonadatrofina (uma glicoproteina) plasmática. Contudo, o maior número de ovulações aconteceu quando os peixes foram induzidos inicialmente numa fase clara, indicado com isso uma maior fotosensitividade dos esteróides sexuais nesse protocolo de indução.
Instituição de fomento: Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ)
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Tambaqui; Indução Hormonal; Variação Protéica no Plasma.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005