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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
ACUIDADE VISUAL EM MOTORISTAS DE ÔNIBUS NA CIDADE DE FORTALEZA - CE
Abrahão da Rocha Lucena 1 (transplantelucena@terra.com.br), Juliana de Lucena Martins Ferreira 2, Israel de Lucena Martins Ferreira 3, Aline Cunha Lima Alcântara 3, Natália Serafim Camurça 3, Sabine de Lucena Martins Ferreira 4, Tiago Pessoa Tabosa e Silva 3, José Airton Pontes Dias Filho 3, Aristóteles Rolim de Lucena 3 e Descartes Rolim de Lucena 3
(1. MSc. e chefe de departamento do Centro Avançado de Retina e Catarata - IBCO.; 2. Médica do Centro Avançado de Retina e Catarata, Instituto Brasileiro de Cirurgia Ocular - IBCO.; 3. Universidade Federal do Ceará, Campus Sobral - UFC.; 4. Universidade Federal de Alagoas - UFAL.; 5. Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte - FMJ.)
INTRODUÇÃO:
A visão de um motorista, principalmente de transportes coletivos, é fundamental para o desenvolvimento seguro de suas atividades e de um bom trânsito, além de manter fora de maiores riscos a vida de terceiros. No Brasil, 22.994 mortes ocorreram em 1998 decorrentes de acidentes de trânsito. A visão delega 95% do ato de dirigir, sendo de extrema importância uma boa acuidade visual. O objetivo deste trabalho foi realisar a avaliação oftalmológica em motoristas de ônibus coletivos na cidade de Fortaleza- CE.
METODOLOGIA:
Foi realizado um estudo transversal, onde estagiários em oftalmologia do Centro Avançado de Retina e Catarata mediram a acuidade visual de 60 motoristas de ônibus coletivos no sindicato da classe, situado na cidade de Fortaleza-CE. Além da acuidade visual, um formulário foi instituído com perguntas sobre sexo, idade, acidentes automobilístico anteriores e ingestão de bebida alcoólica. Foi utilizada a tabela de medição da acuidade visual pelo método de log mar com iluminação artificial. De acordo com a legislação brasileira, para estar apto para conduzir veículos nas categorias C, D e E (motorista de ônibus coletivo) a visão não pode ser pior que 0,66 (20/30) em qualquer olho. Outras alterações foram pesquisadas através de biomicroscopia e fundoscopia com lâmpada de fenda em unidade móvel do serviço de oftalmologia. Ao final, os dados foram digitados no EXCEL com avaliação estatística pelo teste qui-quadrado para dados categóricos e teste t student para dados quantitativos.
RESULTADOS:
Todos os 60 motoristas eram do sexo masculino. A média da idade foi de 44,1. A queixa principal foi a baixa da acuidade visual para perto em 30 (50%) casos. Cinquenta e nove (98,3%) motoristas possuíam visão igual ou melhor a 0,66 no olho direito e 59 (98,3%) no olho esquerdo. Dois motoristas apresentavam visão pior que 0,66 em um dos olhos, que, de acordo com o conselho nacional de trânsito, seriam reprovados. A ingestão de álcool fora do trabalho foi referida por 35 (58,3%), não havendo relação estatística significativa entre a ingestão de álcool e acidentes no trânsito. Vinte e quatro já tinham sofrido acidentes no trânsito, sendo dois com vítimas fatais. A média da acuidade visual foi de 0,1 em ambos os olhos, não havendo também relação significativa entre essa variável e os casos de acidentes. Dos 35 casos de erros refrativos para longe, 28 (80%) foram de hipermetropia. Na biomicroscopia, foi notado quatro motoristas com catarata incipiente, três com glaucoma e um com pterígio.
CONCLUSÕES:
Esse estudo vem colaborar com estatísticas nacionais nesse tema. Apesar do pequeno número de pessoas examinadas, a acuidade visual dos motoristas de ônibus do sindicato da classe em Fortaleza foi adequada, não havendo problemas oftalmológicos em número estatisticamente significativo. Faz-se necessário prevenção constante de acidentes de trânsito através de exames de acuidade visual com maior freqüência nos DETRAN de cada estado, tentando-se aproximar os intervalos de exames oftalmológicos do preconizado pela Organização Mundial de Saúde, que seria a cada ano.
Palavras-chave:  Acuidade visual; habilitação em motoristas; acidentes automobilísticos.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005