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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública | ||
EDUCAÇÃO E SAÚDE: REFLETINDO SOBRE A CONVIVÊNCIA FAMILIAR DO PORTADOR DE HIPERTENSÃO ARTERIAL: Realidade do Programa de Saúde da Família de Maracanaú no Bairro Esplanada do Mondubim
Secretaria de Saúde de Maracanaú (SSM) |
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Maria Glailman Caminha Moraes 1 (glailman@pop.com.br), Maria de Fátima Cunha Lustosa 2, Maria de Fátima Morais Muniz 3 e Márcia Helena Bonfim Gomes Rodrigues 4 | ||
(1. Setor Emergencial - HMMAR; 2. Unidade Básica de Saúde da Família - EBSMAR; 3. Unidade Básica de Saúde da Família - SMNFTMAR; 4. Unidade Básica de Saúde da Família - SMNFTMAR) | ||
INTRODUÇÃO:
Atualmente as políticas públicas de Educação e Saúde têm-nos feito refletir, sobre a relação Trabalho/Educação. A partir dessa reflexão, nosso estudo foi desenvolvido através do Programa de Saúde da Família de Maracanaú, no bairro Esplanada do Mondubim, direcionado à Área de Educação em Saúde, destacando a convivência familiar do portador de hipertensão arterial. As ações e as várias atividades executadas na comunidade estão direcionadas a uma clientela portadora de hipertensão arterial, numa abordagem educativa e assistencial. Essas ações culminam com a realização de consultas de enfermagem, palestras e visitas domiciliares. Entretanto, temos observado diversas dificuldades enfrentadas pelo cliente portador de hipertensão e por seus familiares, quando do ajuste de suas atividades rotineiras. Compreendida como problema de Saúde Pública, a hipertensão arterial requer a adoção de medidas no seu controle, tais como: o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, evitando o surgimento de doenças cardiovasculares. Nessa perspectiva, nosso estudo tem como objetivos compreender como se dá a convivência familiar, identificando as mudanças vivenciadas no contexto familiar do ser portador de hipertensão arterial e de seus familiares, descrever as experiências e as expectativas dos portadores de hipertensão arterial e das suas famílias no convívio com a doença; assim como, desenvolver ações educativas que promovam a humanização do cliente e de seus familiares. |
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METODOLOGIA:
A pesquisa consiste em, um estudo exploratório descritivo, sobre a educação na área da saúde, refletindo sobre a convivência familiar do portador de hipertensão arterial no município de Maracanaú, no bairro Esplanada do Mondubim. Segundo a análise fundamentada no conteúdo de Trivinos (1994) e Lakatos (1993), esse tipo de estudo permite ao investigador aumentar suas experiências, em torno de um determinado problema, bem como trabalhar ações pedagógicas baseadas nas competências referentes ao domínio dos conteúdos a serem socializados. Para a seleção da amostra, utilizamos toda a população dos portadores de hipertensão desta área (52 clientes) e seus familiares (52 membros das famílias envolvidas), totalizando um número de 104 pessoas. Para constituir a amostra da nossa pesquisa, escolhemos pacientes pertencentes ao PSF de Maracanaú, tratados há pelo menos 1 ano e somente portadores de hipertensão arterial. Os dados foram coletados na residência desses pacientes, mediante o convite informal, estabelecendo, nesse momento, um compromisso de garantia de sigilo das informações. A coleta dos dados foi realizada, utilizando dois questionários: um para o hipertenso e outro para o membro da família, constando de uma parte de identificação e outra de perguntas abertas e fechadas. Os dados foram agrupados pela semelhança das variáveis através de tabelas, gráficos e quadros, sendo analisados descritivamente, completando-se a análise com textos de falas emergentes e significativas. |
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RESULTADOS:
A análise dos dados foi descritiva e a apresentação, em forma de tabelas, gráficos e quadros e interpretados à luz do referencial teórico estudado acerca da hipertensão arterial. De acordo com o exposto nas tabelas, observamos que a predominância maior de hipertensos nessa comunidade ocorreu na faixa etária acima de 40 anos, 49 (94%). Isto vem de encontro à referência citada pelo III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial (1998), que revela que 65% dos idosos são hipertensos e entre as mulheres com mais de 75 anos a prevalência pode chegar a 80%, visto que a privação gradativa da produção do hormônio estrogênio ocorre nesta faixa, aumentando o agravamento do quadro clínico da hipertensão arterial, além da instalação de doenças agudas e/ou crônicas como as doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e osteoporose. Diante do exposto, podemos relevar que, de acordo com o novo paradigma, devemos trabalhar para a promoção da saúde, que inclui: prevenção, diagnóstico precoce, recuperação e reabilitação. Esse trabalho compete aos serviços básicos de saúde, principalmente aos profissionais que trabalham com essas ações, deverão ser profissionais capacitados e com formação reconhecida pelo Ministério da Saúde para consecução dos princípios e diretrizes gerais do SUS, com finalidade de propiciar uma melhor qualidade de vida, visando ao aumento da população idosa, fato este cada dia mais comum nos nossos dias, já que a expectativa de vida dos brasileiros tem se elevado. |
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CONCLUSÕES:
Ao concluirmos este estudo baseado na Formação Pedagógica em Educação Profissional na área de Saúde: Enfermagem, evidenciamos vários aspectos relevantes para a pesquisa, tais como: - a compreensão da saúde, em relação à essa doença, como uma produção social, capaz de ser modificada; - a investigação para conhecer a realidade em que as ações pedagógicas estão inseridas e a intencionalidade que determina sua realização tal como acontece; - a compreensão crítica das bases e relações político-pedagógicas em saúde/enfermagem; - o reconhecimento do planejamento da prática pedagógica como elemento organizador da integração do ensino com os espaços da saúde-serviços, instituições, famílias, comunidades, viabilizando a articulação das dimensões teórica e prática nas ações pedagógicas e no cuidar em enfermagem; - em relação ao convívio com a doença pressão alta, constatou-se, entre os portadores de hipertensão arterial e seus familiares pesquisados, que para eles, o mais difícil era seguir as recomendações dos profissionais de saúde, fazer o uso correto da medicação, evitar as complicações próprias da doença e conviver com o medo da morte. Através dos resultados obtidos, foi possível perceber que a convivência da clientela e familiares em estudo é influenciada por fatores sócio-culturais e econômicos, relacionados à doença e ao tratamento no ambiente familiar. O que precisamos reconhecer é que trabalho e educação são princípios educativos para a cidadania e a humanização. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: programa de saúde da família; educação e saúde; hipertensão arterial. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |