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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
PADRÃO REGIONAL DE VENTILAÇÃO PULMONAR DURANTE AS TÉCNICAS DE BREATH-STACKING E INSPIRÔMETRO DE INCENTIVO PELA INALAÇÃO DE RADIOAEROSSOL
Denise Maria Sá Machado Diniz 1, 2, 5 (denisidiniz@fic.br), Raimunda Hermelinda Maia Macena 1, Armèle de Fátima Dornelas de Andrade 3, Maria da Glória Rodrigues Machado 4, Adriano Jorge Teixeira Lopes 1, 5, Antônio Maurício Silva Mendes 1, 5, Sofia Machado Nogueira 1 e Tereza Lie Irikita 1
(1. 1 Faculdade Integrada do Ceará – FIC; 2. 2 Hospital Geral de Fortaleza – HGF; 3. 3 Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; 4. 4 Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH; 5. 5 Instituto de Medicina Nuclear de Fortaleza – IMN)
INTRODUÇÃO:
Má distribuição da ventilação freqüentemente ocorre em doenças e complicações pulmonares decorrentes do ato cirúrgico, podendo levar a disfunção da troca gasosa, redução no volume de reserva expiratório (VRE), no volume residual (VR) e conseqüentemente na capacidade residual funcional (CRF), gerando hipoxemia e hipercapnia. Esses fatores, isolados ou em conjunto, contribuem para o alto índice de morbidade e mortalidade, dos quais atelectasisas, pneumonias e disfunção diafragmática prolongam o tempo de internação. Na tentativa de evitar ou até mesmo tratar essas complicações, manobras respiratórias têm sido rotineiramente utilizadas. Dentre elas, a sustentação máxima da inspiração (SMI), a respiração com pressão positiva intermitente (RPPI), a continuos positive airway pressure (CPAP) e o inspirômetro de incentivo (II). A manobra de sustentação máxima da inspiração (SMI) é utilizada para melhorar a ventilação através de incentivadores inspiratórios. Em decorrência, contudo, da SMI e do II serem de orientação e execução difíceis, os resultados dos estudos comparando seu uso a outras técnicas de expansão pulmonar têm se apresentado contraditórios. O “breath-stacking” (BS), técnica alternativa ao inspirômetro de incentivo (II), não necessita da cooperação do paciente. Os objetivos deste estudo foram analisar o padrão regional de deposição pulmonar, usando as técnicas de BS e II e correlacionar o volume máximo alcançado com o índice de deposição (ID) do radioaerossol.
METODOLOGIA:
Foram estudados 18 voluntários, saudáveis, com idade de 22,72±2,96. Mediu-se o volume pulmonar alcançado e a captação das imagens cintilográficas, durante as técnicas. O estudo foi realizado no Laboratório de Fisioterapia Cardiorrespiratória da UFPE e da FIC e no Instituto de Medicina Nuclear de Fortaleza. O radioaerossol utilizado foi o 99mTc-DTPA. Após a inalação foram obtidas imagens na câmara de cintilação. Foi realizada uma medida cintilográfica em respiração espontânea, considerada imagem controle (C). Foram delimitadas regiões de interesse (ROIs) e analisados o ID nos gradientes vertical e horizontal. Para análise estatística utilizou-se ANOVA, teste t-Student pareado e correlação de Pearson.
RESULTADOS:
Para o grupo total o II favoreceu a deposição em terço médio (p=0,03) e região central (p<0,001) e o BS em inferior (p=0,03) e periférica (p<0,001). No masculino a deposição em terço superior (p=0,04) foi favorecida pelo II. Não houve correlação entre o volume alcançado e a deposição durante BS e II, nem alteração no volume pulmonar alcançado durante as técnicas.
CONCLUSÕES:
Nossos resultados sugerem que as técnicas utilizadas atingem regiões pulmonares distintas em termos de ventilação pulmonar, podendo ser úteis na prática clínica. A técnica do “breath-stacking” pode ser utilizada para reexpansão do terço inferior e regiões periféricas do pulmão, principalmente em patologias que acometem base e vias aéreas distais, enquanto a técnica do inspirômetro de incentivo poderá ser útil para expandir terço médio e tratar alterações que comprometam a ventilação de regiões intermediárias do pulmão.
Instituição de fomento: FUNCAP
Palavras-chave:  Inspirômetro de Incentivo; Breath-stacking; Cintilografia.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005