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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva | ||
VIVÊNCIA SEXUAL ENTRE ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DE EUSÉBIO/CE. | ||
Roberta Catunda Costa 1 (robertacatunda@yahoo.com.br), Vasco Pinheiro Diógenes Bastos 1, 2, Cristiano Teles de Sousa 1, 2, Raimunda Hermelinda Maia Macena 1, 3, Maria Noélia Lima do Amaral 3 e Francisco Fleury Uchoa Santos Júnior 1 | ||
(1. Faculdade Integrada do Ceará - FIC; 2. Universidade Federal do Ceará - UFC; 3. Depto. de ciências humanas, Universidade Estadual do Ceará - UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
A globalização, a evolução tecnológica e a mídia, dentre outros fatores, têm levado à alterações dos valores sociais vigentes gerando inúmeras mudanças sócio-sexuais entre adolescentes, promovendo uma modificação do perfil das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e transformando seu controle em desafio para a saúde pública em todo o mundo. Assim, entendendo que há uma necessidade urgente de conhecer as percepções do adolescente acerca da sexualidade, para que se possa promover estratégias de educação em saúde que atenda as necessidades dessa clientela nas tomadas de decisão que envolvam o domínio do corpo biológico, psicossocial e afetivo, a fim de incentivar comportamentos sexuais mais seguros, realizou-se este estudo que tem como finalidade avaliar a vivência sexual de adolescentes de escolas públicas do município de Eusébio/CE. |
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METODOLOGIA:
Estudo descritivo e transversal, de natureza quantitativa abrangendo a população entre 10 e 25 anos, de ambos os sexos, moradores do município de Eusébio/CE. Para o precedimento amostral foi feita a seleção e três escolas da rede pública municipal que oferecem ensino regular de primeira a oitava série, sendo o critério de escolha o desenvolvimento de ações de prevenção através de um projeto de intervenção comportamental. Para composição da amostra, identificou-se o número de alunos matriculados por turno série e sexo, sendo a seguir estabelecida amostragem estratificada proporcional e definido 30% da população discente das escolas. Os dados foram obtidos através de um questionário de 26 perguntas abertas e fechadas. As respostas não previstas no instrumento foram codificadas posteriormente. A testagem do instrumento de coleta de dados se deu em uma escola da rede pública de ensino não selecionado no plano amostral. A coleta de dados ocorreu no período de 10 de outubro a 10 de dezembro de 2004, através de visita às escolas durante os três turnos de funcionamento. A equipe de apoio foi composta por três pessoas que visitaram as salas de aula, por série, e de acordo com a amostra definida previamente, selecionando através de sorteio pela lista de freqüência o número de pessoas participantes do sexo masculino e feminino estabelecido. A análise dos dados foi feita com o auxílio do programa SPSS versão 10 e consistiu na confecção de tabelas de freqüência e estratificações. |
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RESULTADOS:
Na amostra estudada, cerca de 70% possuíam menos de 17 anos, com média de 16,8 anos (+- 5,05), predominando o sexo feminino. Verificou-se que 38% afirmavam ter namorado com envolvimento entre 0 - 12 meses de duração, sendo que este não era seu primeiro namorado. O início sexual deu-se com namorado anterior (13%) seguido de amigo(a) (10,9%). Merece destaque o fato do início programado, em especial, pelas meninas em conjunto com os parceiros sexuais. Tal planejamento favoreceu o uso do preservativo em 27% dos casos. No que se refere ao uso do preservativo na última relação sexual, 74,6% afirmou prevenir-se das DST através de uso do preservativo e/ou não mantendo relações sexuais e somente 3,8% relata ter tido DST com predominância de lesões sob forma de feridas. No que se refere às normas de prevenção da AIDS e da gravidez, o uso de preservativo e/ou não manter relações sexuais também foram apontadas como principais formas. |
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CONCLUSÕES:
Os resultados encontrados no presente estudo indicam a necessidade de novas investigações que possibilitem uma maior compreensão sobre a vivência sexual dos adolescentes, bem como o papel da família no seu comportamento sexual e reprodutivo; a relação entre escolaridade e sexualidade; e sobre as escolhas contraceptivas em distintas formas de relacionamento afetivo-sexual em diferentes contextos de relações de gênero. Assim, acreditamos que os programas/projetos de intervenção em relação à sexualidade devem oferecer mais do que uma simples informação sobre as doenças e a gravidez. Não adianta muito apenas alertar aos jovens sobre os perigos do uso inconsistente do preservativo ou dos perigos de ter múltiplos parceiros ou de não tratar as doenças sexualmente transmissíveis que os colocam em risco. É necessário que se discutam a dinâmica dos relacionamentos e o significado do sexo seguro nos diversos contextos afetivos. |
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Palavras-chave: Saúde coletiva; Sexualidade; Adolescência. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |