|
||
G. Ciências Humanas - 6. Ciência Política - 2. Estado e Governo | ||
O PODER E O POVO: A REALIDADE DE UM CONCEITO E A CONCEITUAÇÃO DE UMA REALIDADE. | ||
Davi Vinicius Gomes Lira 1 (davi_vinicius@yahoo.com.br) | ||
(1. Departamento de Ciências Políticas e Econômicas,Uiversidade Estadual Paulista,Unesp-Marilia Marilia) | ||
INTRODUÇÃO:
Surgida na Grécia Antiga, a Democracia foi resultado, a grosso modo, da união de vários grupos familiares. Por suas dimensões geográficas e populacionais não serem grandes, permitindo uma rápida comunicação entre os indivíduos da pólis, cidade,a Democracia Grega, mais especificamente em Atenas, proporcionava ao cidadão,homem adulto, a possibilidade real e direta de governo da pólis onde residia.A sociedade acaba por confundir-se com o próprio Estado/Governo.Séculos mais tarde, xviii e xix,com a ocorrência de movimentos como a Independência dos Estados Unidos e Revolução Francesa, a democracia reaparece/aparece no mundo moderno como alternativa à realidade social existente.Diferentemente do processo histórica acontecido na Grécia, a Democracia moderna apresenta-se como uma contrapartida negativa do, regime feudal.A centralização política e o conservadorismo econômico não correspondiam às mudanças sociais que vinham processando-se. Considerando esta conjuntura histórica e a partir da analise crítica e confrontamento teórico dos autores Norberto Bobbio e Domenico Losurdo, que o presente trabalho pretende delimitar o conceito de Democracia questionando a existência/forma de existência desta tipologia de governo na realidade contemporânea.Já que as dimensões do Estado hoje são maiores e o advento do sufrágio universal tornou todas as pessoas, hoje, em cidadãos, contudo de maneira contraria à Grécia o Estado/Governo é representativo e separado da sociedade |
||
METODOLOGIA:
A busca por opiniões divergentes, contrapondo-as, é o fio condutor do trabalho, o que evidencia-se na escolha dos autores centrais para pesquisa, Norberto Bobbio,um liberal que leu Marx , e Domenico Losurdo,um marxista leitor dos liberais.No mesmo sentido foi escolhida também a leitura complementar -derivada em boa parte dos textos dados em sala de aula e grupos de estudos- como por exemplo: os clássicos,F. Engels, Os Federalistas, Marx , Toqueville e os contemporâneos, Giovani Sartori e Ellen Wood .Com vistas à interdisciplinaridade presente nas Ciências Sociais e, também, à um maior enriquecimento da pesquisa consultamos textos ligados à filosofia e à economia, respectivamente,Escola de Frankfurt,François Chesnais e Istvan Meszaros. A contribuição diária dada por revistas e jornais é buscada no sentido de uma reflexão imediata relacionando-a com as processualidades que a engendraram |
||
RESULTADOS:
Muito mais do que voto universal Democracia é o povo, entenda-se povo em seu sentido amplo e genérico de cidadão com direitos políticos e jurídicos iguais, escolhendo seus governantes, mas,também, as circunstancias em que as “regras do jogo”,para essa escolha, estão inseridas.Com isso tanto no capitalismo quanto no socialismo a democracia é função das formas de poder e governo adotadas, ou seja, em nossa sociedade onde a semi-formação,nivelamento por baixo da potencialidades humanas,juntamente com os imperativos da industria cultural, são realidades cada vez mais universais, como, acertadamente, aponta a escola de Frankfurt, as próprias circunstancias democráticas são atingidas.Outros problemas são, controle do poder e liberdade de dissenso,apontados por Bobbio.Atualmente o liberalismo adentra as realidades nacionais de forma quase concomitante à formas de governos eleitas por voto universal,contudo tal realidade econômica afeta de maneira direta o Estado nacional, na forma de seu controle por um agente externo.Por outro lado a liberdade de dissenso outra característica central da democracia , recentemente agredida pelo primeiro país a ter formalmente uma democracia, Estados Unidos da América, coloca-se como um problema sempre na pauta dos regimes ditos democráticos. |
||
CONCLUSÕES:
Opiniões divergentes não são, num todo, necessariamente, excludentes.Ponderações diferentes não significam, de imediato, asserções antagônicas. Pelo contrario, a complementaridade contraditória, relação entre termos divergentes necessários entre si, é, via de regra, o caminho mais arguto. Deste modo a partir das diversas bibliografias consultadas em especial Losurdo e Bobbio, averiguou-se que o crescimento democrático hoje, sua expansão quantitativa, não corresponde, de maneira geral, à um crescimento sustento,qualitativo.E isso apresenta-se de varias formas, em defesa da própria democracia negando-a em essência, como é o caso dos Estados Unidos da América e sua política despolitizante de luta contra o terror,ou então, a recaída no Bonapartismo, um personalismo político que,hoje, escondendo a falta de propostas realmente substanciais por soluções populistas projetadas em políticos carismáticos.Com isso ,as circunstâncias democráticas, o controle do poder e a liberdade de dissenso perdem força e sentido real. O consenso pragmático, no sentido filosófico da teoria pragmática, acerca do tema faz da indiferença pela discussão sua maior arma , tanto na academia quanto na política não há duvidas sobre a existência e funcionamento da democracia.Contudo dar nomes certos à coisas certas não é somente caracterizar é excluir e negar o que não é, ou que é somente na aparência imediata. |
||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Democracia; Poder; Povo. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |