IMPRIMIR VOLTAR
C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 4. Embriologia
ESTRATÉGIA EDUCACIONAL ALTERNATIVA PARA O ENSINO DE BIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
Giorgia Lay-Ang 1 (gigilayang@yahoo.com.br), Igor Oliveira 1, Janaína de Sousa Menezes 1, Ricardo Márcio e Silva 1, João Luiz Gomides 1, Rodolfo Carvalho 1, Marcos Augusto Schliewe 1, Maria Tereza Faria 1, Joana Menezes 1 e Simone de Sabóia-Morais 1
(1. Depto. de Morfologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás - UFG)
INTRODUÇÃO:
A história do jogo na educação não é um tema atual, sendo discutido por grandes pensadores da Antigüidade como Platão, Aristóteles, Quintiliano, Montaigne, Rousseau e Froebel (Kishimoto, 1998). Dewey, citado por Kishimoto (1998), explica a importância dos jogos para a assimilação dos problemas cotidianos, que assim, seriam assistidos e compreendidos pelos alunos de maneira simples e interessante, em material palpável e seguro.
Para Kishimoto, o jogo educativo possui duas funções básicas: a função lúdica e a função educativa. Segundo a autora, estas funções exprimem a necessidade do jogo como fundamental para o aprendizado, desde que este não se torne apenas brincadeira ou vice-versa, onde o jogo deixaria de ter função de divertimento passando a ser apenas educativo.
Portanto, o professor deve ter criatividade ao exigir mais de seus alunos, não só para tornar a aula mais dinâmica como também para que estes obtenham o rendimento pré-determinado.
Com o intuito de realizar inclusão educativa em temas biológicos foram propostos jogos e maquetes que explicitam tridimensionalmente as formas, e aguçam todos os sentidos tornando prazeroso o aprendizado do conteúdo a ser compreendido. Conforme Libâneo (1994), a motivação é a chave que proporciona ao aluno o aprendizado. É com esta finalidade que foi proposto aos licenciandos em Biologia da UFG que estruturassem materiais pedagógicos para instigar este interesse e, ao mesmo tempo, que estes pudessem ser de mesma valia aos portadores de algum tipo de deficiência.
METODOLOGIA:
Para a realização deste trabalho, foi proposto aos estudantes de graduação em Biologia (Licenciatura Plena) da UFG, que cursam a disciplina de Biologia do Desenvolvimento, o desafio de transformarem o conteúdo apreendido em jogos e maquetes. Assim, ao obterem prévio conhecimento do assunto, é proposto um desafio de montar jogos infanto-juvenis que capacitem, aos alunos de Ensino Fundamental e Médio, o aprendizado mais divertido deste conteúdo, muitas vezes extenso e de difícil compreensão.
Foram observadas as etapas descritas a seguir:
1 – Divisão de temas diversos entre os graduandos
2 - Pesquisa e atualização do tema sorteado
3 – Adequação da linguagem científica
4 – Definição do tipo de jogo a ser realizado
5 – Contrução da maquete ou do jogo
6 – Traduzir a escrita à tinta para o Braile
A partir da obtenção dos moldes ou dos jogos os graduandos transferem as informações para os colegas ouvintes por meio da seguinte seqüência de atividades:
1 – Exposição e discussão dos temas; críticas
2 – Aplicação dos temas para os alunos do ensino fundamental e médio
3 – Aplicação de questionários para coleta de dados
4 – Coleta informal de dados
5 – Transformação dos dados para análise estatística
RESULTADOS:
O primeiro contato com esta nova proposta de ensinar o conteúdo de Biologia do Desenvolvimento através de jogos pedagógicos despertou, no primeiro instante, um certo receio de não conseguir atingir os objetivos propostos pelo professor, além das dificuldades em elaborar principalmente algo que atingisse portadores de deficiência. Os graduandos freqüentemente questionavam como fazer um jogo de uma disciplina tão complexa, e também o que fazer para que os portadores de deficiência entendessem aquilo, já que o conteúdo era complexo até mesmo para os estudantes de 3º grau.
O desempenho na elaboração e preparo dos jogos variou bastante de grupo para grupo, alguns demonstraram dificuldades, pois além de chegarem com informações condicionadas na graduação, não conseguiam por em prática sua criatividade adormecida. Outros grupos conseguiram elaborar com maior facilidade jogos interessantes e de fácil compreensão, indicando a grande potencialidade que estes possuem como criadores.
Na execução dos jogos, verificou-se a espontaneidade e familiaridade com que os alunos manipulavam as peças. De maneira alguma se sentiram acanhados ou com algum receio. Ao final de cada jogo, e em revezamento com seus colegas, tinham a ânsia por mais jogos e explicações. Foi observado que mesmo tornando a linguagem mais acessível, muitos jovens tiveram dificuldades em responder perguntas feitas nos jogos e, que mesmo assim, não se sentiram estimulados a parar.
CONCLUSÕES:
A partir deste experimento preliminar, do qual ótimos resultados foram obtidos, pode-se observar a necessidade de uma nova didática de ensino para a disciplina de Biologia do Desenvolvimento, já que além de ser uma disciplina interessante, é pré-requisito para as demais disciplinas cursadas em Biologia. O método da utilização do jogo como uma maneira divertida de se aprender, torna o conteúdo mais instigante além de transformar o pensar educacional do licenciando que deve, após ingresso, se entusiasmar cada vez mais pela arte de ensinar.
A necessidade que os estudantes tiveram de entender o conteúdo para a execução deste trabalho, aumentou ainda mais as vantagens, pois eles deixam o velho costume de não entender o conteúdo e simplesmente obter nota, passando a serem estimulados através da busca do novo, que pode mudar as experiências e dar um novo rumo para a história.
Instituição de fomento: PROEXT-MEC-Sesu-2003, PROEC-UFG E FUNAPE
Palavras-chave:  biologia do desenvolvimento; educação inclusiva; jogos.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005