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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO ANTES E APÓS A PRÁTICA DE FUTEBOL DE CAMPO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA CIDADE DE FORTALEZA-CE
Tais Ximenes Teixeira 1 (taisxt@yahoo.com.br), Vasco Pinheiro Diógenes Bastos 1, 2, Cristiano Teles de Sousa 1, 2, Roberta Catunda Costa 1, João Paulo Melo de Pinho 1, Emília Matos Rocha 1, Raimunda Hermelinda Maia Macena 1, 3 e Renata Marinho Pereira 1
(1. Faculdade Integrada do Ceará - FIC; 2. Univercidade Federal do Ceará - UFC; 3. Depto de Ciências Humanas, Universidade Estadual de Ceará - UECE)
INTRODUÇÃO:
O pico de fluxo expiratório (PFE) é uma variável importante de prova de função pulmonar. É o maior fluxo expiratório gerado pelo indivíduo após uma inspiração máxima e representa o nível de resistência das vias aéreas à expiração forçada. Mensura-se através de um aparelho manual chamado Peak Flow. Em crianças e adolescentes que apresentam pré-disposição de hiperreatividade brônquica ou história familiar, a prática de atividades física pode causar o aumento da resistência ao fluxo de ar nas vias aéreas, dificultando a respiração e prejudicando o desempenho físico, ocasionado por um mecanismo denominado broncoespasmo induzido por exercício. Baseando-se nas informações apresentadas, o presente estudo investigou os valores de PFE antes e após a prática de futebol de campo por crianças e adolescentes objetivando identificar alterações desses valores após o exercício físico.
METODOLOGIA:
Estudo do tipo descritivo, observacional com estratégias de análise quantitativa dos resultados apresentados obedecendo as normas da resolução 196/96 do conselho nacional de saúde. Foram selecionadas 73 crianças e adolescentes aleatoriamente da escolinha de futebol da Faculdade Integrada do Ceará - FIC com idades entre 7 e 14 anos. Foi entregue um informativo direcionado aos pais ou responsável contendo explicações a respeito do teste, um termo de consentimento autorizando a realização do mesmo e um questionário a respeito de história de patologias respiratórias e/ou familiar da criança ou adolescente. A mensuração do pico de fluxo expiratório foi realizada, utilizando-se um Peak Flow pertencente à marca americana Assess, em dois momentos: primeiro, antes da atividade física e em um segundo momento, que ocorreu aproximadamente 10 minutos após o término da atividade física. Três mensurações foram realizadas nos dois momentos, sendo selecionada a de o maior valor. O examinador utilizou um clipe nasal para que não houvesse escape de ar pelas narinas direcionando todo o fluxo expiatório para a região bucal e medidas de higiene, tais como, luvas e proteções descartáveis dos bocais. Todos os indivíduos foram avaliados na postura bípede. O treino de futebol foi realizado com duração média de 45 a 50 minutos. Os dados foram analisados através do software Microsoft Excel, utilizado test t de Student com significância para p<0,05.
RESULTADOS:
O índice de devolução do termo de consentimento corretamente assinado juntamente com a ficha de dados preenchida foi de 41,1%, ou seja, 30 crianças/adolescentes constituíram a amostra sendo que 11 crianças/adolescentes (36,66%) eram portadoras de rinite alérgica. Antes da prática de futebol de campo a média de pico de fluxo expiratório foi de 314,5 l/min com desvio padrão de 11,97 e, após, a média foi de 324,83 l/min com desvio padrão de 13,60 (p = 0,02) nas 30 crianças/adolescentes. Das 11 crianças/adolescentes que apresentavam rinite alérgica, apenas 1 (9,09%) apresentou uma diminuição de PFE acima de 10% do seu valor antes da atividade física.Verificado que em 6 crianças/adolescentes (54,54%) da amostra com rinite alérgica, a medida de PFE aumentou após a atividade física, esse valor apresentou-se diminuído abaixo de 10% em 3 (27,27%) das crianças/adolescentes e permaneceu estável em 2 (18,18%).
CONCLUSÕES:
A prática de futebol de campo, por ser uma atividade intermitente, tem uma menor probabilidade de induzir o broncoespasmo caracterizado por uma diminuição no PFE acima de10% em relação a atividades continuas. Conforme apresentado nos resultados, as crianças/adolescentes portadores de rinite alérgica, de modo geral, beneficiaram-se da prática de futebol de campo devido ao aumento do seu PFE após atividade física. Em toda a amostra o aumento do valor de PFE foi significamente aumentado após a prática desta atividade física, confirmando dados literários onde atividades intermitentes não é fator desencadeador de broncoconstricção.
Palavras-chave:  Pico de fluxo expiratório; Atividade física; Crianças e adolescentes.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005