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F. Ciências Sociais Aplicadas - 5. Arquitetura e Urbanismo - 4. Tecnologia de Arquitetura e Urbanismo

ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS E SUSTENTABILIDADE URBANA: O CASO DE FRANCA

Paula Raquel da Rocha Jorge Vendramini ¹ (paulajvendra@yahoo.com), Gilda Collet Bruna ¹, Juliana di Cesare Margini ¹, Wendie Piccinini Requena ¹, Juliana Dalbello ¹, Roberto Righi ¹, Luiz Guilherme Rivera de Castro ¹, Angélica A. Tanus Benatti Alvim ¹ e Vólia Costa Kato ¹

(1. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbiteriana Mackenzie - UPM)

INTRODUÇÃO:
Este trabalho apresenta uma análise da cidade de Franca, no interior do Estado de São Paulo, e de seu papel como sede de um APL (Arranjo Produtivo Local) com base em duas pesquisas desenvolvidas pelo Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie; uma no decorrer de 2004, já encerrada, e outra, neste ano de 2005. A primeira pesquisa intitulada “Reestruturação Produtiva e Projetos Urbanos: os clusters e tecnopólos como instrumentos de regeneração urbana” fornece subsídios para a compreensão de clusters produtivos e de APLs tanto no Brasil quanto em casos significativos no exterior. Paralelamente, a pesquisa em desenvolvimento “Estruturação Urbana e Arranjos Produtivos Locais: identificação e análise das relações entre processos sociais, efeitos espaciais e políticas urbanas através do estudo dos casos das cidades de Franca e Limeira, no Estado de São Paulo” – desenvolvida por: Gilda Collet Bruna; Roberto Righi; Angélica Benatti Alvim; Luiz Guilherme Rivera de Castro; Vólia Costa Kato; Juliana Marques; Paula Jorge Vendramini; Wendie Piccinini Requena e Juliana Dalbello, conta com o apoio financeiro do Mackpesquisa mostrando o caso do município de Franca e procurando apontar os fatores que contribuíram para gerar e manter esta área como um exemplo de sucesso de APL no Brasil.

METODOLOGIA:
Com base nos dados das pesquisas acima, fez-se uma análise dos fatores que contribuem para que Franca seja um caso de sucesso de Arranjo Produtivo Local. Destacam-se os potenciais locais, as políticas públicas e os projetos urbanos como elementos importantes na implantação de APLs.

RESULTADOS:
Como resultados das análises já desenvolvidas, tem-se, no caso de Franca, que:
1. o respeito à vocação produtiva do município foi fundamental para o sucesso do APL, uma vez que as atividades do segmento couros e calçados estão presentes na região desde o princípio do século XIX. Desde o início do século XX, iniciam-se experiências de industrialização da produção de sapatos, sempre com envolvimento da população local, tanto nas atividades relacionadas à pecuária e curtumes, quanto como mão de obra produtiva.
2. foram desenvolvidas políticas públicas municipais visando o desenvolvimento econômico da atividade, sem focalizar um projeto específico que respaldasse o desenvolvimento urbano. Isto acabou por comprometer a qualidade de vida dos cidadãos.
3. A cadeia produtiva do setor de couro e calçados abrange a cidade de Franca como um todo, com empresas espalhadas na mancha urbana. Por isto é preciso contar com um projeto urbano associado ao APL de modo a prevenir as deseconomias associadas à cidade, como congestionamentos e problemas ambientais e promover as sinergias necessárias entre empresas aumentar a qualidade de vida aos cidadãos.

CONCLUSÕES:
Franca tem um APL de sucesso promovido em grande parte pelo respeito à vocação produtiva do município.
Por outro lado, um município que abriga aproximadamente 300.000 hab deveria ser alvo de um projeto urbano, que fosse capaz de associar políticas públicas de desenvolvimento das atividades econômicas, conciliando qualidade e promovendo sustentabilidade urbana. Entende-se aqui a sustentabiliade em seu conceito ampliado, abrangendo os seguintes aspectos:
1. qualidade urbana – promovida pelo desestímulo à segregação de usos e promovendo transporte público de qualidade, entre outros;
2. qualidade econômica – incentivada pela sinergia gerada entre agentes produtivos e população envolvida nas atividades, com geração de empregos e desestímulo à deseconomias tais como congestionamentos e passivos ambientais;
3. qualidade social – resultante das condições de vida da população, das oportunidades de instrução, de emprego, e lazer;
4. qualidade ambiental – devido à mitigação de problemas como de passivos ambientais – brownfiels – incentivando a criação e manutenção de áreas verdes, aumentando as áreas servidas por saneamento ambiental e a oferta de alternativas de energia “limpa” para os processos produtivos, entre outros.

Instituição de fomento: Mackpesquisa

Palavras-chave: Arranjos Produtivos Locais; Município de Franca; Sustentabilidade Urbana.

Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005