|
||
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 3. Clínica Médica | ||
DISTÚRBIOS ANATÔMICOS TIREOIDIANOS EM PACIENTES DO HULW EM CINCO ANOS. | ||
Inês de Oliveira Maia 1 (maia_ines@yahoo.com.br), Cecília de Oliveira Maia 1, Renata Rolim de Sousa 1 e Adriana Bezerra Nunes 2 | ||
(1. Curso de Graduação em Medicina da Universidade Federal da Paraíba; 2. Departamento de Medicina Interna da Universidade Federal da Paraíba) | ||
INTRODUÇÃO:
A glândula tireóide é passível de alterações tanto funcionais quanto anatômicas. Dentre as alterações anatômicas mais freqüentes estão o bócio difuso, as formações nodulares e as infiltrações linfocitárias. Nódulo tireoidiano é um achado bastante comum, encontrado em 4 a 7% da população ao exame físico e em 30% das ultra-sonografias. A doença nodular de tireóide é um problema clínico corriqueiro com etiologias diversas, mais comum em mulheres, idosos e em regiões com deficiência de iodo. Os nódulos são, em sua grande maioria, lesões benignas que incluem bócio colóide e adenomas foliculares, enquanto que uma pequena porção corresponde ao câncer, embora seja a neoplasia endócrina mais comum. O objetivo desse trabalho foi descrever a distribuição de alterações neoplásicas e parenquimatosas de tireóide nos pacientes do HULW durante cinco anos, e correlacioná-las com algumas variantes como gênero e idade. A importância desse estudo está na necessidade de se conhecer os principais fatores envolvidos na gênese e evolução dos tumores de tireóide, que possam facilitar a determinação de um prognóstico e orientar o tratamento que deve ser utilizado. |
||
METODOLOGIA:
Foi utilizada abordagem indutiva, procedimento estatístico-descritivo e técnica de pesquisa por documentação indireta. Foram analisados todos os resultados de biópsias realizadas pelo Serviço de Anatomopatologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley, João Pessoa - PB, nos anos de 2000 a 2004. Ao todo, foram analisados 8757 resultados, dos quais 261 eram de tecido tireoidiano. Os dados foram expressos em médias e freqüências, e foram analisados em software SPSS. |
||
RESULTADOS:
Foram diagnosticados 138 casos de neoplasia benigna (50,9%) e 45 casos de câncer de tireóide (16,6%). Os carcinomas diferenciados foram mais freqüentes (43; 95,5%). Quanto ao tipo histológico, a neoplasia maligna mais freqüente foi o carcinoma papilar (86,7%). Quanto ao sexo, assim como descrito na literatura, as alterações de tireóide, de forma geral, foram mais comuns em mulheres (243; 89,7%) que em homens (28; 10,3%). A idade dos pacientes se apresentou como um fator significativamente determinante do desenvolvimento ou não de doença nodular de tireóide (p=0,0001) e de malignidade (p=0,03). Nódulos são mais comuns em pacientes na 4ª a 5ª década de vida (média de 43,7 anos), enquanto os tumores malignos de tireóide são mais freqüentes entre a 5ª e 6ª décadas (média de 48,5 anos). Quando considerados apenas os pacientes do gênero masculino, a alteração mais comum foi a presença de nódulos tireoidianos (75,0%), tratando-se de carcinoma papilar em 3 desses casos. Em mulheres, a neoplasia maligna de tireóide mais comum foi o carcinoma papilar (85,7%), dos quais 5 apresentaram padrão folicular, seguido do carcinoma folicular (9,5%) e medular (4,8%). A tireoidite de Hashimoto esteve associada a 7 casos de carcinoma papilar de tireóide e 1 caso de carcinoma folicular, em mulheres. No total, 33 pacientes (12,7%) apresentavam tireoidite linfocítica e 10 (3,7%) doença de Graves, indicando participação do sistema imune nas alterações de tireóide. |
||
CONCLUSÕES:
A partir do estudo realizado, podemos concluir que as alterações tireoidianas correspondem a uma parcela significativa das biópsias realizadas pelo serviço de cirurgia do HULW, e que a freqüência de carcinoma de tireóide em nossa região é importante. A idade e o gênero se mostraram como fatores determinantes na instalação da doença nodular e do câncer de tireóide, despertando a importância dos estudos epidemiológicos na determinação de prognósticos e orientação terapêutica. |
||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Endocrinologia; Tireóide; Neoplasia. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |