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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua)
A PESQUISA NA SALA DE AULA: CÓPIA OU DESCOBERTA?
Águida Barbosa 1, Janeide Mesquita 1, Lindomar Alves da Silva 1, Maria da Conceição Almeida 1, Nadijane Lins 1, Patrícia Lima  1, Sandra Marques 1, Teresa Amélia B. S. Oliveira 1 e Jaqueline Barbosa da Silva 1, 2
(1. Coord. do Curso de Pedagogia, Faculdade de Pedagogia da Vitória – FAPEVISA/PE; 2. Depto. de Adm. Escolar e Planejamento Educacional – UFPE)
INTRODUÇÃO:
Em meio a variedade de instrumentos que podem ser utilizados pelos professores em sala-de-aula, evidenciamos a “pesquisa” pelo seu caráter informativo e formativo sobre a compreensão de um determinado conhecimento. Em âmbito geral, pesquisa é toda atividade de busca, que nos permite elaborar um conhecimento que nos auxilia na compreensão da realidade, no ensino superior a ênfase decorre sobre a sua cientificidade. Já no ensino fundamental essa é tida como descoberta e/ou aprofundamento de informações, ou ainda como enfatiza Luckesi (2000), Saul (1998), Silva (2003), entre outros, serve também como reflexão de conteúdos que auxiliam a prática pedagógica do professor. A partir desse entendimento buscamos analisar o uso desse instrumento pelos professores, no interior das suas salas de aula, e refletir o produto desenvolvido com as formas de utilização.
METODOLOGIA:
Realizamos (1) levantamento bibliográfico, da literatura na área de avaliação, (2) entrevista aberta, com professores de diferentes níveis de ensino (fundamental, médio e superior), a partir de questões relacionadas às formas de utilização da pesquisa, quanto ao (1) objetivo, (2) metodologia, e, (3) finalidade, analisando o encaminhamento dado as atividades com esse instrumento. No grupo de oito professores pesquisados, todos são do sexo feminino; estão em processo de formação, realizando curso superior na área de educação, e, apenas, uma delas tem experiência de coordenação de curso no ensino fundamental II.
RESULTADOS:
A partir das análises da entrevista observou-se uma diversidade de experiência, tanto pessoal quanto profissional, desenvolvidas por esse grupo quanto à utilização desse instrumento. A pesquisa é exercida, na maioria dos depoimentos que se referem à prática da pesquisa no ensino fundamental, como um “preenchimento de tempo”, sendo utilizada como “cópia”, quando o professor disponibiliza materiais, como: livro, dicionário, etc., solicitando ao aluno a transcrição exata de trechos parciais ou completos, nas páginas selecionadas sobre um determinado assunto ou conteúdo. Em relação ao ensino superior, a presença dessa atividade, na maioria das vezes, se constitui como um contínuo de sua prática escolar, justificando essa atitude através do fator tempo, como sendo insuficiente entre o período da solicitação e o prazo de entrega, bem como da ausência de um acompanhamento mais efetivo do professor solicitante, no que se refere às devidas orientações para alcançar a natureza desse instrumento. Diante dessas experiências identificamos um reconhecimento da dificuldade de um trato direcionado ao seu caráter investigativo, bem como a ausência de clareza com o resultado obtido, há não ser como acúmulo de tarefa e preenchimento de tempo.
CONCLUSÕES:
Para que a pesquisa exerça sua verdadeira função é preciso que o professor tenha clareza sobre o objetivo a ser alcançado, com a indicação de determinadas atividades, ou seja, o que vai ser pesquisado?, para que pesquisar?, e, o como pesquisar?. Deixando a pesquisa caminhar de acordo com as descobertas que forem sendo realizadas, requerendo do professor uma (re)avaliação constante do trabalho desenvolvido, para o (re)encaminhamento das atividades. Percebemos assim, a necessidade de um trabalho direcionado ao esclarecimento quanto ao uso desse instrumento, para que não se continuar fazendo “imposições”, que nem advém da curiosidade, nem da inquietação do aluno, causa da dificuldade de procedimento no trabalho com esse instrumento na vivência da prática pedagógica escolar e fora dela.
Instituição de fomento: Faculdade de Pedagogia da Vitória de Santo Antão/FAPEVISA
Palavras-chave:  Avaliação da aprendizagem; Instrumento avaliativo; Prática pedagógica.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005