|
||
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 1. Físico-Química | ||
ESTUDO DA CASCA E DA FLOR DO JAMBO Eugenia malaccensis ATRAVÉS DE HPLC PARA UTILIZAÇÃO COMO CORANTE FOTOSENSÍVEL | ||
César Cavalcante Filho 1 (cmcfilho@bol.com.br), Kamilla Barreto 1 e Afrânio Craveiro 1 | ||
(1. Parque de Desenvolvimento Tecnológico - PADETEC- Fortaleza-CE) | ||
INTRODUÇÃO:
As células solares também chamadas células fotovoltaicas, podem ser encontradas em pequenas aplicações como máquinas de calcular ou até em naves espaciais. A principal desvantagem do processo fotovoltaico convencional reside no altíssimo custo de produção da eletricidade em decorrência da dificuldade no processo de obtenção das células solares de silício. Um avanço nesta área foi obtido com o uso de produtos naturais como corantes para estas células. Os flavonóides, destacando-se as antocianiinas já estão sendo utilizados na preparação de célula solar com corante fotoexcitável (CSCF). Estes flavonóides, que estão presentes nas folhas, frutos e flores das plantas, funcionam na proteção das mesmas contra os efeitos da luz Ultravioleta e como atração de insetos para polinização, dentre outras funções. Estas substânncias, sob certas condições, apresentam o efeito fotoelétrico, isto é liberam elétrons com facilidade pela absorção de fótons, uma característica importante que as tornam propícias para o uso em CSCF. Estes compostos naturais podem ser facilmente obtidos por processos extrativos convencionais e utilizados na construção de CSCF diminuindo ainda mais o seu custo de produção. Este trabalho tem como principal objetivo: Isolar e purificar os corantes naturais do jambo Eugenia malaccensis a serem utilizados nas células. |
||
METODOLOGIA:
Foi utilizada neste trabalho, como solventes de extração, uma mistura de etanol 95°GL e solução de ácido clorídrico 1,5N. A água usada foi purificada pelo sistema Milli-Q. Para a pesquisa da absorção de energia na região do visível, das amostras no equipamento foi empregado um Cromatógrafo Líquido (HPLC) da Shimadzu equipado com um detector UV-Vis Diode. Os estudos dos extratos foram realizados em uma coluna da Supelco C18 usando gradiente de eluição com Hac 0,1% em ACN e Hac 0,1%. A temperatura da coluna durante a corrida cromatográfica foi de 40°C. Os comprimentos de ondas investigados foram 240, 270, 360, 450, 550 e 650 nm. Foi escolhido o jambo - Eugenia malaccensis - para servir de pesquisa em função da coloração vermelha dos tecidos vegetais característica da classe dos flavonóides foram utilizadas as flores e a casca dessa fruta, colhidas no campo diretamente do jambeiro. A extração dos flavonóides foi realizada pesando-se 100g da amostra e adicionando-se como solvente extrator uma solução mistura de etanol 95ºGL e ácido clorídrico 1,5N na proporção de 85:15 (v/v), relação entre amostra e solvente de 1:3, em seguida a mistura foi mantida em geladeira durante 18h e em seguida submetida a filtração à vácuo e neutralização com NaOH 1 mol/L. Os compostos retidos foram eluídos com 100mL da solução inicial. Os extratos obtidos foram à outra eluição em cartucho C18 e 20µl foi injetado em duplicata no sistema HPLC. |
||
RESULTADOS:
Na planta, produtora de flavonóides, analisada e de acordo com a metodologia aplicada, foi possível verificar a presença de compostos que absorvem na região do visível (400nm à 700nm) nas seguintes partes da planta: flor e casca. Na flor do jambo (Eugenia malaccensis) os melhores resultados encontrados foram com comprimento de onda de 240nm e 270nm. A flor do jambo no comprimento de onda 270nm, apresentou a maior absorção na região do visível com um valor total de absorbância de 385,572 mAU. A casca do Jambo (Eugenia malaccensis) apresentou uma gama maior de resultados, embora com absorções menores que os da flor do mesmo fruto. Os melhores resultados encontrados foram com o ensaio casca do jambo, com comprimento de onda de 240nm e 450nm. Ela apresentou absorção significativa na região do visível, no comprimento de onda de 450nm com absorbância de 194,2 mAU. |
||
CONCLUSÕES:
Os extratos obtidos da flor e da casca do jambo podem entrar na confecção de células fotovoltaicas, como corante fotoexcitáveis. Por se tratar de um fruto sazonal que frutifica de janeiro a maio, amostras da flor e do fruto devem ser armazenados para posterior utilização com alguns cuidados, pois o fruto e a flor não suportam baixas temperaturas. Por se tratar de um fruto barato que é cultivado em quase todo Brasil, em regiões de clima quente e úmido, a planta pode produzir por mais de 20 anos. Sua utilização é bastante viável. |
||
Instituição de fomento: CNPq, FUNCAP e FINEP. | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: célula-solar; corante fotosensível; jambo. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |