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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
FUNGOS ISOLADOS DE BANANAS EM PÓS-COLHEITA NA CEASA DE TERESINA-PI
Osilene dos Santos Rocha 1 (osilene_rocha@yahoo.com.br), Claudia Sponholz 2 e José de Ribamar Rocha 1
(1. Depto. de Ciências Biológicas, UFPI; 2. Embrapa Meio-Norte)
INTRODUÇÃO:
A banana é a fruta mais produzida e consumida no mundo, entretanto podem ocorrer até 50% de perdas dos frutos após a colheita, uma parte significativa destas perdas advém de doenças fúngicas. Os frutos de banana estão sujeitos à incidência de inúmeras doenças, destacando-se aquelas causadas por fungos, causando redução na produção, qualidade e vida pós-colheita dos frutos. A antracnose causada por Colletotrichum musae (Berk. and M. A. Curtis) von Arx, destaca-se como uma das principais doenças pós-colheita em bananas, podendo ocorrer em duas formas distintas: a antracnose dos frutos maduros, originária de infecção latente da casca verde e que permanece latente até a maturação e a antracnose não-latente, produzida pela invasão de Colletotrichum em ferimentos sobre frutos verdes em trânsito. Outros fungos também podem estar associados à podridão dos frutos comercializados tanto em compartimentos abertos como fechados, tornando-os impróprios para o consumo. Alguns fungos são capazes de produz manchas ou pintas nos frutos antes da colheita, comprometendo a qualidade da fruta. O estudo da ocorrência destes fungos em bananas em pós-colheita é importante no desenvolvimento de estratégias de controle para obtenção de frutos de melhor qualidade. O objetivo do presente trabalho foi avaliar, em pós-colheita, a incidência de fungos em bananas das variedades Prata, Maçã e Comprida comercializadas na CEASA em Teresina-PI.
METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Meio-Norte. Os frutos de banana das variedades Prata, Maçã e Comprida foram obtidos aleatoriamente na CEASA de Teresina-PI. As amostras constituíram-se de cinco frutos de cada variedade, coletadas quinzenalmente durante os meses de janeiro a março de 2005 e levadas para o laboratório. Os frutos foram lavados com água e sabão, a casca de cada fruto foi cortada em pedaços pequenos e uma amostra de 25g foi submetida à desinfecção superficial com álcool 70% por 20 segundos, hipoclorito de sódio a 2% por três minutos e enxaguado duas vezes em água destilada esterilizada. Em seguida as amostras foram trituradas separadamente com 250ml de água estéril durante cinco minutos em liquidificador previamente desinfestado como descrito para os frutos. A suspensão foi filtrada em gase e completada o volume para 250ml com água estéril. Retirou-se uma alíquota de 1ml desta suspensão e distribuiu-se separadamente em cinco placas de Petri por amostra, adicionando-se em seguida meio Batata Dextrose Ágar (BDA) adicionado estreptomicina. Posteriormente as placas foram incubadas a 27°C e avaliadas após cinco dias, observando-se a presença de colônias fúngicas. Os fungos obtidos foram transferidos individualmente para tubos de ensaio contendo BDA e preservados em geladeira para posterior identificação.
RESULTADOS:
Os fungos isolados dos frutos foram C. musae, Fusarium spp., Penicillium sp. e Alternaria sp. Os fungos Aspergillus sp., Curvularia sp. e Cladosporium sp. também foram isolados, porém em menor frequência (em menos de 10% das amostras). Os fungos do gênero Fusarium e o fungo C. musae foram os que ocorreram com maior freqüência. Em banana ‘Prata’ isolaram-se os fungos Fusarium spp., Penicillium sp., Alternaria sp. e C. musae em, respectivamente, 54,1%, 33,3%, 29,1% e 29,16% dos isolamentos. Na variedade Comprida ocorreram os fungos C. musae, Alternaria sp. e Fusarium spp., em uma freqüência de 58,3%, 41,6% e 25% dos isolamentos, respectivamente. Em banana ‘Maçã’ ocorreu o fungo C. musae em 62,5% dos isolamentos. Apesar de C. musae ser o agente primário da podridão de frutos da bananeira, outros fungos oportunistas podem ocorrer, os quais aceleraram a deterioração dos frutos a partir desta infecção primária. Observou-se que a presença de fungos na superfície dos frutos pode promover o rápido desenvolvimento de podridões, que se estendem do pedicelo e da coroa para o fruto e também do fruto para o pedicelo e a coroa.
CONCLUSÕES:
Os fungos isolados dos frutos foram: C. musae, Fusarium spp., Penicillium sp., Alternaria sp., Aspergillus sp., Curvularia sp. e Cladosporium sp. Os fungos do gênero Fusarium e o fungo C. musae foram os que ocorreram com maior freqüência nos frutos de banana em pós-colheita comercializados na CEASA de Teresina-PI.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Musa spp.; doenças pós-colheita; Colletotrichum musae.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005