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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
MECANISMOS DE ENFRENTAMENTO UTILIZADOS PELO CLIENTE HIPERTENSO FRENTE À ADESÃO AO TRATAMENTO
Ádla Nêmia Saldanha de Almeida 1 (arisanara@hotmail.com), Arisa Nara Saldanha de Almeida 2 e Almerinda Holanda Gurgel 3
(1. Pós-Graduanda do Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 2. Graduanda do Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 3. Prof. Dra. do Depto. de Enfermagem, Universidade Federal do Ceará - UFC)
INTRODUÇÃO:
A hipertensão arterial (HA) é uma doença crônica que predispôe a complicações graves, além de atualmente, não possuir cura, só o controle dos níveis pressórios dentro dos critérios considerado normais. Esse controle da HA é adquirido através da adesão terapêutica que inclui: assiduidade às consultas, tomar os medicamentos e alterar o estilo de vida. O coping é um processo de enfrentamento da doença em que o cliente utiliza mecanismos eficazes (comportamento utilizado para resolver situações desconfortáveis) e não eficazes (quando a situação ameaçadora não for manejada de forma eficaz). Buscou-se descrever os comportamentos de pacientes hipertensos, frente aos mecanismos de coping na adesão ao tratamento. O estudo propiciará avaliar e refletir sobre as ações de orientação educativa na prática cotidiana da consulta de enfermagem, como também auxiliar o paciente portador de HA a buscar mecanismos de enfrentamento eficazes para o controle da doença e bem estar.
METODOLOGIA:
Realizou-se um estudo descritivo com aplicação da análise de conteúdo dos depoimentos dos pacientes. A amostra foi selecionada de forma aleatória simples, considerando-se o período da coleta de dados de setembro à outubro de 2004, tendo como critérios de inclusão: estar cadastrado no programa de acompanhamento há no mínimo um ano e não ter abandonado o serviço; residir no bairro Campo Novo do município de Quixadá; aceitar a participação no estudo; estar consciente e orientado. A amostra constou de 30 sujeitos portadores de HA. Os dados foram coletados pela própria pesquisadora, através de uma entrevista semi-estruturada. A pesquisa obteve o parecer do comitê de ética em pesquisa da Universidade Estadual do Ceará em 31 de agosto de 2004.
RESULTADOS:
Identificou-se as caracteristicas dos sujeitos e exame físico, tendo como resultados: 22 (73,3%) eram do sexo feminino; 13 (43,3%) de cor branca; a faixa etária predominante estava entre 60 à 79 anos; 23 (76,6%) eram católicos; 15 (50%) eram alfabetizados; 12 (40%) eram aposentados; 15 (50%) apresentavam índice de massa corporal menor ou igual que 25 kg/m2 e 19 (63,3%) tinham hipertensão não controlada. Descreveu-se alguns fatores de risco: 21 (70%) referiram história pregressa familiar de HA; 21 (70%) relataram dificuldade de dormir à noite; 06 (20%) consumiam alimentos com alto teor de sal; 03 (10%) eram tabagistas e etilistas; 03 (10%) não exerciam atividades físicas. Verificou-se dos achados, alguns depoimentos dos mecanismos de coping frente à adesão ao tratamento: quanto a utilização dos mecanismos eficazes, alguns compareciam a todas as consultas aprazadas, outros tomavam sistematicamente a medicação prescrita; quanto aos mecanismos ineficazes, há evidências de diversas respostas que incluem o não conhecimento da patologia e a não valorização da terapêutica.
CONCLUSÕES:
Buscou-se descrever o comportamento dos clientes hipertensos frente aos mecanismos de coping na adesão ao tratamento. Assim, identificou-se nas características do sujeito que: a faixa etária de predominância foi de 60 a 79 anos; 15 (50%) eram alfabetizados; 12 (40%) eram aposentados; 15 (50%) apresentavam índice de massa corporal menor ou igual a 25kg/m2 e 19 (63,3%) foram classificados em hipertensão não controlada. Pode-se observar em relação aos fatores de riscos que: 03 (10%) eram tabagistas e etilistas; 03(10%) não praticavam atividade física; 21 (70%) apresentavam história de hipertensão em parentes de primeiro e segundo graus. Ao analisar os mecanismos de coping eficazes constatou-se que: alguns hipertensos compareciam a todas as consultas aprazadas, outros tomavam sistematicamente a medicação; quanto aos mecanismos não eficazes, alguns não conheciam a patologia e não valorizavam a tomada da medicação. Destacou-se, no estudo, que o profissional enfermeiro, como vem atuando com esse tipo de clientela, precisa estar preparado para enfrentar desafios. Que juntos “hipertensos e enfermeiros” busquem o entendimento diante das dificuldades e necessidades sentidas, para que o paciente participe e enfrente melhor o tratamento clínico. Tem-se como sugestão: motivar os familiares dos hipertensos a participar assiduamente das atividades educativas, sensibilizando-os quanto à cooperação e participação no controle dos níveis pressóricos.
Palavras-chave:  Hipertensão arterial; Adesão ao tratamento; Mecanismos de coping.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005