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G. Ciências Humanas - 5. História - 8. História Regional do Brasil
ORDEM E REGRESSO: AS MAZELAS SOCIAIS DAS CRIANÇAS NA SÃO LUÍS DA PRIMEIRA REPÚBLICA
Jonathan Rocha Guimarães 1 (jonathanfazendoefeito@bol.com.br), Jardel William Reis Fontes 1, Luana Texeira Costa 1, Cleiton Ferreira da Silva 1, Leylane Carvalho de Castro 1, Natália Davina Fonseca Ribeiro 1, Ynaê dos Santos Martins 1 e Regina Faria 1
(1. Depto. de História, Universidade Federal do Maranhão - UFMA)
INTRODUÇÃO:
A primeira república decretada em 1889 detinha como ideal republicano influências do pensamento positivista. Como base para sua argumentação de uma república prospera detinha enquanto máxima desta idealização o lema “Ordem e Progresso”. A ordem seria pensada a partir de uma base essencial deste pensamento: o núcleo familiar. A família bem composta e hierarquicamente bem definida nos seus papeis sociais: o pai, sustentando o restante da família e corroborando com o desenvolvimento da sociedade; a mãe, responsável pela preservação do núcleo familiar e resguardo das crianças; e, os filhos, aptos a seguir o exemplo dos pais para reproduzir o sistema e garantir sua perpetração; seguindo, desta forma, para o progresso.
Contudo, na cidade de São Luis do Maranhão durante o período em questão existem alguns problemas para a esperança deste estado positivista bem formado – na realidade o maior deles: se, a criança deveria garantir a perfeita sobrevivência desta república, ela não possuía formas de garantir esta; afinal, existiam inúmeras crianças nas ruas da mesma cidade, núcleos familiares desfalcados (sem pai, ou sem mãe) ou ainda, meninos e meninas utilizados no trabalho compulsório. Estaria, assim, o ideal republicano de estado fadado ao fracasso.
METODOLOGIA:
Frente às considerações de alguns autores sobre o estado republicano como José Murilo de Carvalho e sobre o pensamento positivista como José Ribeiro Jr. além da contextualização maranhense proporcionada por Mario Meireles conseguimos montar uma idéia do funcionamento do estado republicano no Maranhão. E com os ofícios expedidos pelas delegacias de polícia e subdelegacias deste período além dos relatórios feitos por um ou outro jurista da Secretária de Justiça foi proporcionado um debate para com esses autores.
RESULTADOS:
Percebemos, então, a inevitável presença das mazelas sociais sobre várias crianças no momento. O estado republicano através da constituição deveria garantir a toda e qualquer criança, sem um núcleo familiar bem definido, o resguardo num orfanato ou outra instituição onde pudesse ser compensada pelos estudos e exemplos do lugar. Contudo, havia ainda na cidade vários meninos e meninas abandonadas, e dentro das famílias infantes entregue a violência ou a trabalho compulsório.
CONCLUSÕES:
Enfim, o estado republicano declarado em 1789, alicerçado, em boa dose, pelo pensamento positivista, visava manter sua sobrevivência na boa modelação das crianças que viriam a exercer futuramente sua cidadania através de um núcleo familiar idealmente bem construído. Mas a realidade nas capitais da república era outra. Em São Luís havia várias crianças nas ruas e já, desde cedo, entregues aos vícios e ao roubo, ou seja, o ideário iria fracassar.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  crianças; primeira república; positivismo.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005