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E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 5. Reprodução Animal | ||
USO DE DIFERENTES PROTOCLOS ANESTÉSICOS DISSOCIATIVOS PARA ELETROEJACULAÇÃO EM GATOS DOMÉSTICOS | ||
Camila Louise Ackermann 1, 3 (camilalouise@hotmail.com), Leonardo Tavernezi 1, 3, Raimundo Diones Carneiro 1, 3, Bruno Matos Brito 1, 3, Janaína de Fátima Saraiva Cardoso 2, 3, Carlos Gabriel Almeida Dias 2, 3, Rita de Cássia Soares Cardoso 2, 3, Ticiana Franco Pereira da Silva 2, 3 e Lúcia Daniel Machado da Silva 1, 2, 3 | ||
(1. Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará- FAVET/UECE; 2. Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Estadual do Ceará-PPGCV/UECE; 3. Laboratório de Reprodução de Carnívoros da Universidade Estadual do Ceará -LRC/UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
Os gatos domésticos são utilizados como modelo experimental para os estudos de felídeos selvagens, visto que esta é a única espécie de felídeos que não se encontra em risco de extinção. Para obtenção do sêmen, a eletroejaculação (EJJ) é considerada o método de eleição para felídeos selvagens, devido à sua eficiência e praticidade, já que possibilita o manuseio do animal vivo submetido à contenção química. Entretanto, para esta contenção nas associações anestésicas mais utilizadas nem sempre são obtidos ejaculados, embora o animal possua produção espermática normal. Desse modo, este trabalho teve por objetivos utilizar 3 diferentes protocolos anestésicos para coleta de sêmen de gatos domésticos por EEJ, determinando o protocolo que melhor mantêm os parâmetros fisiológicos e que permita a obtenção de ejaculado. |
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METODOLOGIA:
Foram utilizados 6 gatos machos púberes sem raça definida, submetido a uma coleta de sêmen por EEJ para cada associação anestésica por via intramuscular com intervalo de 15 dias entre cada coleta. As diferentes associações foram: A1 (n=6)- cloridrato de cetamina (15 mg/ Kg) e xilazina (1 mg/Kg); A2 (n=6)- cloridrato de tiletamina/zolazepam (15 mg/kg); e A3 (n=6)- cloridrato de tiletamina/zolazepam (15 mg/kg) e tramadol (2 mg/kg). A manutenção do plano anestésico foi realizada pela aplicação intravenosa de cetamina (7,5 mg/ Kg) para o A1 e cloridrato de tiletamina/zolazepam (7,5 mg/kg) para o A2 e A3 quando era observada sensibilidade dolorosa. Para a EJJ foram administradas 3 séries de 10 estímulos elétricos de: 2, 3 e 4 V; 3, 4 e 5 V; 5 e 6 V, com intervalo de 5 minutos entre séries. Os ejaculados foram coletados em eppendorfs e imediatamente avaliados em microscopia ótica quanto à presença ou não de espermatozóides (sptz). Os parâmetros fisiológicos de freqüência cardíaca (bpm), respiratória (mpm), temperatura retal (°C) foram aferidos antes, após 10 minutos de indução anestésica (t10), durante as séries da EEJ e após 30 minutos do término da EEJ (t30). A sensibilidade dolorosa foi considerada presente quando durante as séries de choque era emitida vocalização pelo animal. As avaliações dos parâmetros fisiológicos foram expressas por média e erro padrão. |
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RESULTADOS:
Na primeira série de estímulos elétricos foram obtidos para A1, A2 e A3, respectivamente: 22,33 ± 2,1 mpm e 149,33 ± 8,37 bpm; 20,67 ± 1,23 mpm e 172,33 ± 13,68 bpm; e 18,4 ± 1,6 mpm e 189,33 ±10,26 bpm. Na segunda série de estímulos elétricos foram obtidos para A1, A2 e A3, respectivamente: 24,67 ± 1,61 mpm e 150,67 ± 6,34 bmp; 22,0 ± 1,37 mpm e 191,2 ± 9,78 bmp; e 20,0 ± 0 mpm e 169,00 ± 10,50 bpm. Na terceira série de estímulos elétricos foram obtidos para A1, A2 e A3, respectivamente: 22,33 ± 1,31 mpm e 166,67 ± 14,78 bpm; 20,0 ± 1,79 mpm e 170,0 ± 14,15 bmp; 25,33 ± 1,69 mpm e 169,6 ± 13,06 bpm. Após 30 minutos do término da EEJ foram obtidos nos grupos A1, A2 e A3, respectivamente 29,33 ± 3,37 mpm e 129,0 ± 8,58 bmp; 36,0 ± 1,79 mpm e 186,0 ± 16,39 bmp;e 36,0 ± 11,50 mpm e 188,0 ± 14,39 bpm. As temperaturas retais encontradas no tempo t10 em A1, A2 e A3, respectivamente, foram: 39,2 ± 0,28; 38,92 ± 0,20; e 38,85 ± 0,17 °C; e no t30 foram: 38,18 ± 0,21; 37,23 ± 0,23; e 37,43 ± 0,19 °C. No grupo A1, foram obtidos 4 coletas com sptz móveis ou imóveis e 2 coletas não forneceram líquido espermático ou sptz. No A2, 1 ejaculado continha sptz imóveis e 5 eram somente líquido espermático. No A3, 1 coleta não forneceu líquido espermático ou sptz, 2 somente líquido espermático, e 3 continham sptz móveis ou imóveis.Todos os gatos forneceram sptz em pelo menos 1 vez em cada grupo. A dor foi presente em até 33,34%, 50%, e 66,68% das coletas, respectivamente para os grupos A1,A2 e A3. |
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CONCLUSÕES:
Em todas as séries os parâmestros de bmp e mpm mantieram-se dentro do pardrão fisilógico para gatos anestesiados com associações anestésicas dissocitaivas. Observa-se uma queda da temperatura entre os tempos de 10 minutos após a anestesia e 30 minutos após a EJJ, sendo esta queda também esperada após uma anestesia dissociativa. Entretanto, apesar das semelhanças de manutenção de parâmetros fisiológicos entre os protocolos, o grupo A1 (cetamina/xilazina) forneceu mais freqüentemente ejaculado contendo sptz móveis. |
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Instituição de fomento: UECE | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: eletroejaculação; gatos domésticos; anestesia dissociativa. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |