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F. Ciências Sociais Aplicadas - 1. Gestão e Administração - 4. Gestão de Negócios | ||
A GESTÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL COMO DIFERENCIAL NOS PROCESSOS DE GERAÇÃO DE NEGÓCIOS EM INCUBADORAS DE BASE TECNOLÓGICA | ||
Vanessa de Queiroz Rocha 1 (vqrocha@uol.com.br), Danielle Pantoja da Silva 1, Iacy Maria Ramos Pinheiro 1 e Ewerton Larry Ferreira 1 | ||
(1. Incubadora de Negócios, Centro de Biotecnologia da Amazônia - CBA) | ||
INTRODUÇÃO:
A profusão de inovações mercadológicas, tecnológicas, científicas e gerenciais, que acontece atualmente cria um cenário propício e estimulador para o estudo e desenvolvimento da Gestão de Propriedade Intelectual - GPI. Este é um tema de crescente importância para a economia do País e um canal de inserção na comunidade internacional, pois pode agregar valor em uma empresa, e em setores da economia. Quando a Propriedade Intelectual é protegida legalmente, e há uma demanda pelos produtos e serviços relativos, pode transformar-se em recurso valioso para um negócio, gerando renda através dos processos de licença, venda e comercialização. Em geral, um dos caminhos para a disseminação de tal processo nas empresas, é o acompanhamento dos negócios desde sua geração. Portanto, nas Incubadoras de Empresas, especialmente naquelas de base tecnológica, este tema é relevante, haja vista serem ambientes focados na inovação. Dessa feita, este artigo objetiva descrever o papel da gestão de Propriedade Intelectual em Incubadoras de Empresas de base tecnológica, destacando o exemplo de incubadoras de referência. Como alicerce para alcançar tal intuito, conta-se com a análise da importância da GPI no contexto das Incubadoras de Empresas e identificam-se modelos utilizados em Incubadoras de Referencia. |
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METODOLOGIA:
Adotou-se como meio para realização da pesquisa, a abordagem qualitativa, focalizando-se o conteúdo e as informações caracterizadas por opiniões, percepções e idéias. Coerente com esta perspectiva, utilizou-se a pesquisa descritivo-exploratória a fim de atingir os objetivos propostos. Por meio da aplicação de um questionário com questões abertas, foram coletados os dados primários, juntamente a uma amostra intencional de Incubadoras, escolhidas conforme as necessidades da pesquisa, ou seja, conforme indicação de entidades que atuam na área e apontam os elementos chaves de referência. As incubadoras que representam os elementos-chaves nesta pesquisa são: InCBA, C.E.S.A.R., CRITT/UFRJ, Multiincubadora da UNB, PUC-RIO, C.I.D.E, Incubadora de Empresas de Alagoas, INCEFET-AM, CELTA. Os dados secundários foram coletados por meio de Pesquisa Bibliográfica, fundamentada em fonte impressa e eletrônica. A análise dos dados foi realizada com base nos resultados da coleta, os quais foram organizados, categorizados e descritos confrontando-se os aspectos divergentes e convergentes identificados, respaldados estes pelo referencial teórico disponível |
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RESULTADOS:
Incubadoras de Empresas têm como objetivo o apoio ao desenvolvimento de novas empresas, geralmente de micro e pequeno porte, nascidas a partir de iniciativas empreendedoras. Esse apoio manifesta-se através de assessoria técnica e financeira aos projetos incubados durante um período de tempo determinado. As Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica, por sua vez, são aquelas que concentram suas atividades no apoio a projetos empresariais oriundos de atividades de Pesquisa de Desenvolvimento, cuja aplicação pode resultar em um produto inovador. Produtos inovadores podem gerar recursos de Propriedade Intelectual, e a exploração dos mesmos pode transformar-se em um fator que agrega retornos econômicos, financeiros e mercadológicos ao negocio, e sua conseqüente viabilidade. A concretização disto depende, dentro de uma incubadora, de fatores como a definição de quem será o responsável pelo acompanhamento do processo de gestão da propriedade intelectual, e também da indicação do modo utilizado para estabelecer a titularidade da invenção. Quanto à responsabilidade em relação ao processo, é comum delegar-se a instituições especializadas, mas existe uma tendência à criação de setores dentro das próprias incubadoras. Em relação ao modo de concessão da titularidade do invento, pode-se optar por conceder a titularidade à instituição de pesquisa, à incubadora ou à empresa envolvida, ou ainda, pode ser definido um modo específico de compartilhar a mesma entre tais elementos. |
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CONCLUSÕES:
O modo mais comum de gerenciamento da propriedade intelectual nas incubadoras pesquisadas é a utilização de um órgão responsável, instalado dentro da própria incubadora. Tomando a forma de escritório ou assessoria jurídica, ou ainda núcleo de Propriedade Intelectual, o órgão responsável adota ações de forma a disseminar a importância da proteção à propriedade intelectual, acompanhamento do que está sendo desenvolvido e do que já foi, assessoria no que tange a busca de Informação Tecnológica contida em Documentos de Patentes, além da assessoria Jurídica nos pedidos de proteção junto aos órgãos competentes. Em relação ao sigilo, o procedimento mais comum é a assinatura de um termo ou contrato de sigilo por parte das pessoas que participam do projeto ou pesquisa em desenvolvimento no ambiente da incubadora e dos setores envolvidos. O que se observa, portanto, é que a gestão da propriedade intelectual em uma incubadora de negócios de base tecnológica está estreitamente relacionada com a capacidade de a mesma estruturar-se para acompanhar o processo desde o início e disseminar a consciência, por parte de pesquisadores e empreendedores, a respeito da importância de tal fator como elemento potencial pra agregar valor econômico ao negócio ou produto, e consequentemente, destacar a própria instituição de pesquisa como originária de inovação. |
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Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas | ||
Palavras-chave: GESTÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL; INOVAÇÃO; INCUBADORA DE EMPRESAS. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |