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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia | ||
PORTA-ENXERTOS PARA CAJUEIRO ANÃO PRECOCE NA REGIÃO SEMI-ÁRIDA, FASE DE VIVEIRO | ||
Márcio Cleber de Medeiros Corrêa 1 (cleber-marcio@ig.com.br), João Rodrigues de Paiva 1, Jonas Cunha Neto 1 e Eustáquio da Silva Alencar 2 | ||
(1. Embrapa Agroindústria Tropical - CNPAT/Embrapa; 2. Companhia de Óleos do Nordeste - CIONE) | ||
INTRODUÇÃO:
A cultura do caju apresenta relevante importância sócio-econômica para o Brasil, particularmente na região Nordeste. Ressalta-se que, mais da metade do território nordestino apresenta clima semi-árido, com elevada irregularidade pluviométrica e, que a cajucultura constitui-se numa das poucas opções de atividade econômica rentáveis nessa região. Embora apenas o clone BRS 226 seja oficialmente recomendado para cultivo no Semi-Árido, outros sete clones também estão atualmente disponíveis: CCP 76, CCP 09, EMBRAPA 51, BRS 189, CCP 1001, EMBRAPA 50 e CCP 06, sendo os cinco primeiros, inclusive o BRS 226, explorados comercialmente em maior intensidade para copa e, o último, o mais utilizado como porta-enxerto. A despeito da influência que possam exercer sobre o comportamento da variedade copa, são escassos na literatura trabalhos de avaliação e seleção de porta-enxertos adequados à cajucultura, adaptados aos diferentes agroecosistemas. A utilização de porta-enxertos recomendados, obtidos adequadamente em jardins de sementes, trás benefícios inerentes ao uso de materiais adaptados à cada região e que proporcionem boa interação entre enxerto e porta-enxerto, bem como, permite a redução da variabilidade imposta pelo uso de sementes na propagação dos porta-enxertos. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar, sob condições de viveiro, a formação de mudas de cajueiro anão precoce para o plantio na região Semi-Árida, utilizando-se seis diferentes clones como porta-enxertos. |
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METODOLOGIA:
O ensaio conduzido no viveiro de mudas da Fazenda Planalto/CIONE (6o 43’ S e 40o 35’ W, 730 m acima do nível do mar), BR 020 km 4, localizada no município de Pio IX, PI. Como porta-enxerto foram utilizados 6 clones de cajueiro anão precoce (CCP 06, CCP 09, CCP 76, CAC 38, CAC 40 e BRS 226) oriundos do programa de melhoramento de caju da Embrapa Agroindústria Tropical e, como enxerto, os clones CCP 76 e BRS 226. A enxertia foi realizada pelo método da garfagem em fenda lateral, aos 65 dias após o semeio. O delineamento experimental adotado inicialmente foi em blocos ao acaso com 6 tratamentos (porta-enxertos), 4 repetições e 36 vasos (saco de polietileno, 15 x 28cm; sendo 1 planta/vaso) por parcela. Após a realização da enxertia implementou-se o esquema em parcelas subdivididas, mantendo-se o delineamento, sendo, as parcelas principais (36 vasos por parcela) constituídas dos seis porta-enxertos e as subparcelas constituídas pelos dois clones usados como copa (18 vasos por subparcela), num total de 12 tratamentos (6 porta-enxertos x 2 enxertos). Avaliou-se a germinação das sementes e, imediatamente antes da realização da enxertia (65 dias após o semeio), foram avaliados o diâmetro do caule (~5 cm do colo da planta) e a altura dos porta-enxertos. Aos 70 dias após a data de enxertia avaliou-se o pegamento da mesma, o diâmetro do caule do porta-enxerto (~5 cm abaixo do ponto de enxertia), o diâmetro do caule do enxerto (~5 cm acima do ponto de enxertia) e a altura das mudas. |
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RESULTADOS:
Pelos resultados os clones CCP 06 e CAC 38 apresentaram maior percentual de germinação das sementes nos vasos, 95 e 94%, respectivamente, seguidos pelos clones CCP 09, CAC 40, BRS 226 e CCP 76, com 73; 63; 57 e 38%, na mesma seqüência. Com relação ao diâmetro do caule dos porta-enxertos (DCPE) aos 65 dias após o semeio, logo antes da enxertia, houve destaque para o clone CAC 38, com 5,9 mm, significativamente superior aos demais clones (DCPE entre 5,2 e 5,3 mm), exceto ao CAC 40, este com DCPE = 5,5 mm. Na mesma ocasião o clone CAC 38 apresentou 31,2 cm de altura média, superior a todos os demais, os quais mantiveram altura entre 22,7 e 25,4 cm. A análise estatística dos percentuais de pegamento da enxertia, 70 dias após sua realização, revelou dois grupos distintos, o primeiro formado pelos clones CAC 38 e CCP 76, cujo pegamento foi de 97,2 e 95,8%, respectivamente e, o segundo, formado pelo clone BRS 226 (81,9%), estatisticamente inferior ao primeiro. Além destes, há um terceiro grupo, intermediário, formado pelos clones CCP 06 (91,0%), CAC 40 (90,0%) e CCP 09 (89,0%) que não diferem estatisticamente de nenhum outro. Após a enxertia, os porta-enxertos CAC 40, CCP 09, CAC 38 e CCP 06 apresentaram DCPE entre 7,7 e 7,8 mm, não diferindo do BRS 226 (7,4 mm), mas, superiores ao CCP 76 (7,3 mm). Quanto ao diâmetro do caule do enxerto (DCE) e à altura das mudas enxertadas, após a realização da mesma, não houve efeito significativo. Foi feito o plantio para avaliação da fase de campo. |
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CONCLUSÕES:
Nas condições em que foi desenvolvido o trabalho o clone CAC 38 apresentou elevado potencial de utilização como porta-enxerto na formação de mudas de cajueiro anão precoce. |
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Instituição de fomento: Embrapa, CNPq e CIONE | ||
Palavras-chave: Ancardium occidentale; seleção de clones; formação de mudas. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |