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| A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física | ||
| ANÁLISE DA VARIAÇÃO MORFOLÓGICA ASSOCIADA AO RISCO DE BANHO DE MAR NA PRAIA DE ÍCARAI, CAUCAIA-CEARÁ. | ||
| Marisa Ribeiro Moura 1 (marisageog@yahoo.com.br), Jáder Onofre de Morais 1 e Lidriana de Souza Pinheiro 1 | ||
| (1. Departamento de Geociências, Universidade Estadual do Ceará - UECE) | ||
| INTRODUÇÃO:
O litoral em causa está passando por grandes processos de uso e ocupação, devido ao desenvolvimento da exploração turística e da urbanização, que antes era voltada para o interior. Com essa mudança acelerada devido às novas atividades que se desenvolvem no local em busca de investimentos, a tendência é de ocorrer impactos negativos que ocasionam sérios prejuízos de ordem natural, econômica e social para a população, já que estas atividades em geral não se importam com a dinâmica natural da área. Um grande indicador destes impactos negativos é a erosão costeira, que pode ter origem associada aos processos que atuam em longo prazo, como a subida relativa do nível do mar e, em curto prazo, como os processos ocasionados pela intervenção do homem através de construções desordenadas, degradação de dunas, etc. Tais impactos podem ser observados na Praia de Icaraí, localizada no litoral leste do Estado do Ceará, no Município de Caucaia, a 20 km de Fortaleza. Essa região ao longo dos anos vem sofrendo ação dos processos erosivos alterando a morfologia costeira e ocasionando riscos altíssimos aos banhistas. O objetivo deste trabalho é estabelecer a relação entre os diferentes estágios morfodinâmicos e os riscos eminentes nas altas estações ao usuário da Praia de Icaraí identificando as áreas potencialmente perigosas e vulneráveis, associando o risco ao banho de mar nesta praia. |
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| METODOLOGIA:
Para a realização deste trabalho foram realizados levantamentos de dados bibliográficos e cartográficos da área nas bibliotecas das universidades e outros órgãos como: SEMACE, LABOMAR, SEDURB, CPRM, IPLANCE e na Prefeitura Municipal de Caucaia; o recolhimento mensal de registros de acidentes de banho junto ao Corpo de Bombeiros na área em estudo; a fotointerpretação de fotos da área, que permite a identificação das principais feições existentes e da ocupação urbana. Nas etapas de campo foram utilizados aparelhos como GPS (Sistema de Posicionamento Global), Estação Total e mira para fazer os perfis topográficos, salinômetro para medir a salinidade, clinômetro para análise da declividade, e máquina digital para registro fotográfico, nas visitas feitas à área para reconhecimento das principais atividades transformadoras e impactantes. Foram demarcados quatro pontos de monitoramento para análise do perfil da praia, visando locais onde a erosão e as ocupações da praia agem de forma mais intensa e feitos perfis topográficos perpendiculares à linha da costa com coletas de amostras de sedimentos analisadas em laboratório (LGCO). Junto a isto também foi analisado o clima de ondas através de observações visuais sobre a altura da onda e tipo de arrebentação. Daí haverá a integração dos dados obtidos, a identificação dos responsáveis pela transformação da área, a sugestão de medidas que possam minimizar tais impactos e a educação preventiva contra acidentes de banho. |
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| RESULTADOS:
Nos resultados obtidos a partir dos perfis topográficos feitos nos pontos demarcados e das análises sedimentológicas coletadas em campo, pode-se verificar que: no Ponto ICA-01, localizado ao lado da APESC, (Associação dos Professores de Ensino Superior do Ceará), houve a predominância de sedimentos grossos a médios, com presença de beach-rocks em toda a zona de praia. O perfil deste ponto apresentou de 80-90m de extensão. A área é bastante degradada pela erosão costeira, que ocasiona a perda de sedimentos, a destruição de várias construções, tornando tal área inadequada para banho e uso, com riscos permanentes no local. No Ponto ICA-02, localizado na frente do Batalhão do Corpo de Bombeiros notou-se a predominância de sedimentos variando de médios a finos, com um acúmulo de sedimentos na zona de berma. Neste perfil há um desnível na zona de berma que atinge 4m, o que dificulta o acesso a praia. Nos Pontos ICA-03 e ICA-04, localizados em barracas situadas na porção mais oeste da área monitorada onde há um grande fluxo de pessoas, verificou-se a predominância de sedimentos médios a finos em toda a extensão da zona de praia. Observou-se riscos associados à altura e força das ondas, em média de 0,80-1,20m e também a presença de cavas na antepraia, sendo um grande risco de acidentes no período de preamar. Verificamos também a falta de sinalização em toda a praia, a presença de lixo em alguns pontos da praia, o difícil acesso a zona praial e a ausência de salva-vidas nas praias. |
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| CONCLUSÕES:
A partir da análise destes resultados, podemos identificar áreas de grande risco para o uso da população, assim como áreas tranqüilas para o uso ao banho de mar nesta praia. Deve-se salientar que em se tratando da dinâmica costeira, não podemos ser imprudentes já que existem épocas em que tal dinâmica exige uma atenção redobrada, como é o caso das ressacas e das marés altas. A Praia de Icaraí é bastante freqüentada por surfistas que são atraídos pelas ondas altas do local, o que é um dos riscos identificados para pessoas sem habilidade com natação. Assim como a presença de beach-rocks em algumas regiões da praia e a presença de cavas ocasionadas pela corrente de retorno que retira o sedimento do local e também puxa os usuários para águas mais fundas, além do lixo. Foram registrados alguns acidentes por afogamento no local, com poucas vítimas fatais. Identificou-se também a ação antrópica em quase todo o litoral estudado, com construções desordenadas nas áreas de constante influência das marés. Portanto, para aumentar a segurança dos banhistas, é necessário o uso de sinalizações dos locais mais perigosos tais como as cavas, os beach-rocks e as altas ondas. Para minimizar os impactos da área, as construções civis devem ser localizadas onde não haja possibilidade de interação de processos com a dinâmica natural da área. |
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| Instituição de fomento: FUNCAP | ||
| Trabalho de Iniciação Científica | ||
| Palavras-chave: Riscos; Morfologia; Hidrodinâmica. | ||
| Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |