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G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social | ||
A MITOLOGIA E SUAS IMPLICAÇÕES COM O FENÔMENO DA IDENTIDADE | ||
Thiago Sousa Felix 1 (thiagosfelix2004@yahoo.com.br) e Karla Patrícia Holanda Martins 1 | ||
(1. Curso de Psicologia, Universidade de Fortaleza - UNIFOR) | ||
INTRODUÇÃO:
A pesquisa em questão traz considerações acerca da mitologia e sua importância na constituição da identidade entre indivíduos de um mesmo grupo. O mito aqui é entendido como uma fala, discurso ou narrativa, como um fenômeno universal que pode fornecer os modelos para a conduta humana, conferindo significação e valor à existência enquanto discurso primordial do pensamento humano. O mito intermediava a relação do homem com o mundo sendo anterior ao discurso filosófico. Com esse amplo conceito de mitologia também apresentamos nosso conceito de identidade que é entendido como um fenômeno que se dá num sujeito que toma sua dimensão no grupo num movimento que gera inclusão ou exclusão do indivíduo. Guiados pela Psicologia Social consideramos identidade como algo gerado pela socialização e garantido pela individualização. Ressalte-se que esse conceito não nos remete a igualdade, mas a um traço comum existente entre os homens. Encontra-se dentre os objetivos dessa pesquisa a compreensão das ligações da mitologia com o fenômeno da identidade. Nossa investigação busca averiguar até que ponto as narrativas míticas que impregnam o inconsciente humano com sua mensagem simbólica afeta os indivíduos na construção da identidade. Ao tempo que se entende essa discussão como axial para a fundamentação da compreensão da consciência coletiva brasileira que, de um modo geral, desconhece completamente seus fatores originários e influenciadores. |
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METODOLOGIA:
A metodologia que possibilitou nossa investigação foi bibliográfica ao passo que as leituras foram marcadas pela busca de teorias, abordagens e áreas do conhecimento que nos apresentassem subsídios para dar conta de tal discussão, segue algumas delas: psicologia, lingüística, antropologia, psicanálise, psicologia analítica, dentre outras. Conseqüentemente se promoveram leituras de vários clássicos e de teóricos que abordaram a questão da identidade, da mitologia e da simbologia, tanto separadamente cada uma, numa primeira etapa da pesquisa, como nas suas possíveis relações e influências recíprocas, na segunda etapa. |
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RESULTADOS:
Dos resultados ressaltamos referências que apresentam os mitos como agentes presentes nos rituais primitivos, na linguagem, na moral e, sendo assim, como fomentadores do fator de identificação entre homens pertencentes à mesma cultura. A mitologia apresenta elevado número dos dispositivos simbólicos que são elementos indispensáveis na produção da identificação coletiva tanto consciente como inconsciente entre os indivíduos de uma comunidade e entre o indivíduo e seu meio. Disso nos fala Nise da Silveira e Carl Gustav Jung com vários casos clínicos e manicomiais. Percebeu-se o mito como o material mediador entre o ambiente e o homem que faz uso dos ritos a fim de dar conta da realidade, da natureza e assim do comportamento dos membros de um grupo. |
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CONCLUSÕES:
Percebemos que o fenômeno da mitologia se faz presente na constituição de um grupo social quando aparece como fator de identificação entre os sujeitos que assimilam os mesmos símbolos e vivenciam experiências de comunidade. Indicamos, por sua vez, uma apropriação de tais discussões a fim de se promover a leitura dos movimentos grupais e de auto-conhecimento dos sujeitos que ainda hoje desconhecem os referenciais que são oriundos das figuras mitológicas. Assim se deve assegurar uma melhor compreensão e reflexão sobre suas questões e implicações tanto no pessoal como coletivo que referendam a simbologia e os rituais como fatores inerentes ao homem e que possuem suas origens nos conteúdos mitológicos. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Mitologia; Simbologia; Identidade e Psicologia Social. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |