|
||
F. Ciências Sociais Aplicadas - 1. Gestão e Administração - 3. Gestão da Produção e Marketing | ||
QUANTIFICANDO OS ESTOQUES IDEAIS NO BRASIL POR SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO | ||
Emílio Capelo Júnior 1, 3 (emiliocjunior@terra.com.br), Sérgio César de Paula Cardoso 1, 4, Ana Augusta Ferreira de Freitas 1 e Roberta Queiroz Viana 2 | ||
(1. Curso de Mestrado Acadêmico em Administração, CESA / UECE; 2. Curso de Graduação em Administração, CESA / UECE; 3. Curso de Ciências Contábeis, UNICE; 4. Curso de Ciências Atuariais, FEAACS / UFC) | ||
INTRODUÇÃO:
O objetivo deste trabalho é a proposição de um modelo de quantificação de estoques ideais em uma linha de produção, com apoio de uma ferramenta computacional utilizando Simulação de Monte Carlo. A Ciência Administrativa, em sua essência, impõe a otimização do uso dos recursos empresariais em todos os setores e níveis, o que torna obrigatória a integração destes e a implantação de instrumentos de Controladoria. A comprovação da consecução deste mandamento depende da mensuração, a cada unidade monetária utilizada, dos efeitos provocados nas diversas variáveis dependentes envolvidas no processo recebedor de recursos e da conseqüente descoberta do ponto ótimo, a partir do qual, depara-se com rendimentos marginais decrescentes. Pode-se deparar com efeito tangíveis e intangíveis. Dentre os efeitos tangíveis destaca-se a rentabilidade financeira auferida, objetivo final de todo administrador. Após realização de revisão bibliográfica relativa a Administração de Estoques e Controladoria, que abrangeu Ballou (2001), Catelli (2001), Kaplan (2004), Slack(2002), Wanke (2004) e Bowerson (2001), identificou-se que não havia comprovação da validação de várias teorias envolvendo nível de estoques à realidade brasileira, no que diga respeito, entre outros fatores, às taxas de juros, à variabilidade do custo, às alterações da qualidade e do prazo de entrega das matérias primas e às falhas de processo. |
||
METODOLOGIA:
A pesquisa se valerá de método experimental, pois pretende investigar se a variação de certos parâmetros causa efeitos na lucratividade, e se valerá também do método estatístico, pois pretende mensurar esses efeitos. Estas classificações obedecem aos escritos de Barbosa (2001) e Fachin (2001). A pesquisa de laboratório desenvolvida em ambiente de informática, através de um modelo computacional, quantificará o nível ideal de estoques de produtos acabados, de produtos em fabricação e de matérias primas em uma unidade de produção, utilizando-se de simulação de Monte Carlo. Serão atribuídas distribuições de probabilidade para os parâmetros incertos, sendo eles, a) a qualidade dos insumos comprados, b) o preço dos insumos, c) o prazo de entrega, d) a quebra das máquinas, e) o custo da manutenção corretiva, f) freqüência da manutenção preventiva, g) as vendas diárias, h) a taxa de juros ativa, e i) a taxa de juros passiva. Serão atribuídos valores para os parâmetros certos. O modelo, gerando valores para os parâmetros incertos e obedecendo aos valores estabelecidos para os parâmetros certos, irá criar projeções de caixa acumulado para 360 dias. Ao final deste período, o resultado encontrado será guardado. A operação se repetirá por 10.000 vezes, depois do que, o modelo organizará estes resultados em um histograma de freqüência, associado ao nível de estoque tentado. Esta operação será repetida para cada um dos níveis de estoque desejados. |
||
RESULTADOS:
Os resultados encontrados demonstraram dependência direta da lucratividade à estabilidade do ritmo de vendas e às taxas de juros ativas. O estudo também encontrou dependência inversamente proporcional da lucratividade às taxas de juros passivas, aos custos das matérias primas, ao tamanho dos lotes de compra, à quebra das máquinas, às perdas de produção, à preferência temporal do cliente e à quantidade média vendida por pedido. Foi observado que para os parâmetros estoques de matéria prima, estoques de produtos em fabricação e estoques de produtos acabados há um ponto ótimo dependente do nível imposto, pela realidade, aos parâmetros anteriormente citados. Quanto à necessidade de capital de giro, esta foi menor quando da diminuição do tamanho dos lotes de compra aos fornecedores e aumento da quantidade desses lotes e quando da diminuição do tamanho médio dos pedidos de vendas e aumento da quantidade desses pedidos de vendas. |
||
CONCLUSÕES:
Como conclusão, devido aos achados que comprovam dependência significativa da lucratividade ao contexto operacional envolvido, o estudo coloca que os níveis ideais de estoques em uma linha de produção nacional são superiores aos níveis ideais encontrados em outros países. A dimensão continental que apresenta o Brasil e a conseqüente grande amplitude da distribuição geográfica de seus centros consumidores e de suas indústrias, fortalecida pela recente guerra fiscal entre estados e entre municípios, e o estado de saturação e precariedade atual da infra-estrutura do país, envolvendo, entre outros itens, rodovias, frota rodoviária, ferrovias e portos, ocasionam maiores tempos de espera para recebimento de matérias primas e para entrega de produtos vendidos, sendo ainda mais importante, a ocorrência de maiores variabilidades destes tempos de espera, o que leva a necessidade de um maior nível de estoques mínimos. Aliado a isso, a qualidade dos equipamentos utilizados pela indústria nacional ocasiona maiores índices de quebra e maiores índices de defeitos no produto fabricado, aumentando a possibilidade de devolução de matérias primas recebidas, o que também contribui para a imposição de um maior nível de estoque mínimo. |
||
Palavras-chave: Estoques Ideais; Quantificação; Simulação de Monte Carlo. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |