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D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 8. Periodontia
ESTUDO DO EFEITO DO ALECRIM PIMENTA (Lippia sidoides) E AROEIRA DO SERTÃO ( Myracrodruon urundeuva ) NA DOENÇA PERIODONTAL EXPERIMENTAL (DPE): AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA
Marco Antônio Botelho 1, 5 (marcobotelho10@yahoo.com.br), Cibele B. M. Carvalho 2, Said G. C. Fonseca 3, Júlia A. L. de Souza 3, Danusa Montenegro 6, Tábita Serena Fontenele 1, Sabrine Mustafa Aguiar 1, Ronaldo de Albuquerque Ribeiro 1, Gerly Anne C. Brito 1, 4 e Jörg Heukelbach 5
(1. Depto. de Fisiologia e Farmacologia, Universidade Federal do Ceará - UFC; 2. Depto. de Patologia e Medicina Legal, Universidade Federal do Ceará - UFC; 3. Depto. de Farmácia, Universidade Federal do Ceará - UFC; 4. Depto. de Morfologia, Universidade Federal do Ceará - UFC; 5. Depto. de Saúde Comunitária, Universidade Federal do Ceará - UFC; 6. Faculdade de Odontologia, Universidade de Fortaleza - UNIFOR)
INTRODUÇÃO:
A doença periodontal experimental resulta de um processo inflamatório que pode vir a destruir todo o periodonto de sustentação. Um fator importante para o surgimento da doença é a persistência de fatores irritantes como o cálculo dental e a placa bacteriana. A microbiota presente na cavidade oral é responsável pelo início deste processo. Sabe-se que bactérias gram-positivas e negativas estão intimamente relacionadas à formação de biofilme bacteriano e ao desenvolvimento de tais doenças. Conseqüentemente, prevenção e controle da proliferação bacteriana constituem-se num importante recurso na prevenção da periodontite. Atualmente vários fitoterápicos apresentam ações antibacteriana e antiinflamatória que podem vir a contribuir de forma expressiva no controle e tratamento de tais patologias.
METODOLOGIA:
Testou-se um gel base de carbopol 940 a 1%, gel contendo 1% de óleo essencial de alecrim-pimenta estabilizado com tensoativo e gel contendo 10% de extrato fluido de aroeira do sertão, todos com pH corrigido para a faixa compreendida entre seis e sete com trietanolamina.Foram utilizados 23 ratos Wistar, machos, com massa corpórea média de 177,95 +/- 18,38 gramas. Induziu-se DPE através da inserção cirúrgica de um fio de sutura de náilon (3.0) ao redor do segundo molar superior esquerdo, com o nó voltado para a face vestibular. Os animais foram divididos em quatro grupos. No grupo um, aplicou-se gel à base de Alecrim-pimenta; no dois, gel com Aroeira; no três, gel base (sem principio ativo). O quatro não recebeu tratamento. As substâncias foram aplicadas sobre a região afetada por 11 dias, com intervalo de 12 horas entre as aplicações, sendo suspensas a alimentação e água por duas horas. Para a avaliação microbiológica, um swab umedecido em salina estéril foi introduzido na cavidade oral e girado durante 10 segundos. As amostras colhidas foram diluídas em salina estéril, a uma proporção de 1:100, sendo inoculadas (10ml) com o auxílio de uma alça de Drigalski em placas contendo Agar Sangue. As placas em duplicatas foram incubadas em condições de microaerofilia sob atmosfera de 5% CO2 por 24 horas. A quantificação foi realizada a partir da contagem do número de unidades formadoras de colônias em cada placa, sendo, este, multiplicado pelo fator de diluição.
RESULTADOS:
Verificou-se uma diferença estatisticamente significante (p<0,05) no número de unidades formadoras de colônias (UFC), nos dois grupos nos quais foram administrados fitoterápicos à base de Alecrim pimenta e de Aroeira do sertão em relação ao grupo controle, assim como no grupo tratado com o gel base (sham). Identificaram-se as seguintes médias de crescimento bacteriano por placa petri quantificada: no grupo um (Alecrim-pimenta), a média foi de 102,79; no grupo dois (Aroeira), 103,44; no grupo três (sham), 104,33; e no controle, a média encontrada foi de 108,0. Ao final dos 11 dias de administração dos fitoterápicos, observou-se nos grupos um e dois uma melhora significativa na halitose dos ratos tratados.
CONCLUSÕES:
Os resultados deste estudo demonstraram que o Alecrim pimenta e a Aroeira do sertão foram eficazes em inibir a halitose, assim como o crescimento no número de microorganismos totais após os 11 dias de tratamento em ratos com DPE. Futuros estudos clínicos são necessários para evidenciar a viabilidade do uso destas substâncias fitoterápicas na prevenção e tratamento da doença periodontal.
Instituição de fomento: CNPq, FUNCAP
Palavras-chave:  Alecrim pimenta; Aroeira do sertão; Doença Periodontal.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005