|
||
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem | ||
EDUCAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA: PESPECTIVA DO PROFESSOR | ||
Deysen Kerlla Fernandes Bezerra 1 (deysencmdm@yahoo.com.br), Ana Ruth Macedo Monteiro 1, 2, Aleide Barbosa Viana 1 e Núbia Maria Saldanha Viera Alves 1 | ||
(1. Universidade Estadual do Ceará; 2. Hospital de Messejana) | ||
INTRODUÇÃO:
INTRODUÇÃO: A escola é um local muito propício para que a educação sexual seja trabalhada, já que se verifica nesse espaço múltiplas expressões de sexualidade, sendo a figura do professor ideal para liderar essas ações, pois este já está, pela convivência, familiarizado com a linguagem das crianças e adolescentes, exercendo para com eles uma relação de autoridade e de confiança. O professor pode, através do diálogo, propiciar a discussão desse assunto, favorecendo a vivência de uma sexualidade mais responsável e mais autônoma, promovendo saúde mental. A abordagem da educação sexual nas escolas tem uma história marcada por forte repressão, principalmente porque a Igreja Católica dominou por muito tempo a educação das elites brasileiras. Somente em 1978, início da abertura política, esse tema ganhou destaque entre os profissionais da educação. Os Ministérios da Saúde e da Educação através dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) dão ênfase à educação sexual, propondo que ela, além de ser abordada de forma transversal dentro dos conteúdos programados, também possa ser adicionada às atividades escolares, se identificada alguma necessidade. Esse trabalho tem o objetivo de conhecer a percepção dos professores sobre a abordagem do tema educação sexual nas escolas. Acreditamos que isso seja de muita relevância, pois a forma que os professores percebem a sexualidade reflete diretamente em sua prática docente. |
||
METODOLOGIA:
METODOLOGIA: O estudo foi do tipo descritivo, no qual tem importância fundamental a descrição de populações e fenômenos ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Esta investigação teve como locus uma escola da rede pública de Fortaleza/CE, localizada na Secretaria Executiva Regional IV- SER IV, a qual se mostrou aberta a desenvolver trabalho com professores e aceitou colaborar com a pesquisa. A população foi composta por 17 professores de ensino fundamental, dos turnos manhã e tarde, que interessaram-se em participar do estudo. Foram distribuídos questionários, com questões abertas e fechadas, objetivando compreender como esses profissionais percebem a educação sexual nas escolas. Os aspectos éticos e legais que envolvem pesquisas com seres humanos foram respeitados. Os participantes assinaram termo de consentimento livre e esclarecido. |
||
RESULTADOS:
RESULTADOS: Os questionários evidenciam que os professores tem um conceito muito limitado de educação sexual, diferente do que é proposto pelos Ministérios da Saúde e Educação nos Parâmetros Curriculares Nacionais, que compreende esse fenômeno visto sobre o enfoque biológico, psicológico, cultural e social. Declararam que utilizam a linguagem científica para discutir esse tema em sala de aula e que acreditam que sua importância esteja em ser uma forma de prevenir doenças sexualmente transmissíveis, gravidez precoce e preconceitos. Alguns referiram que os pais não dialogam com os filhos, devendo a escola, na pessoa dos professores assumir o papel da orientação das questões inerentes à sexualidade, outros disseram ter a escola apenas papel de auxiliar os pais nessa função. Durante a coleta de dados uma professora da instituição recusou-se a participar do estudo, argumentando que trabalhava com crianças, não necessitando as mesmas de informações sobre o assunto, pois com elas não era possível abordar um tema tão complexo. |
||
CONCLUSÕES:
CONCLUSÕES: Apesar do intenso avanço tecnológico e científico da atualidade, algumas questões, dentre elas a educação sexual, ainda são difíceis de ser trabalhadas. Principalmente para aqueles que foram educados dentro de uma estrutura rígida, onde esse assunto era visto como crime, como pecado. Existe uma carência muito grande de ferramentas que ajudem as crianças e adolescentes a lidarem com a sexualidade. A famílias e a escola não tem assumido a função de orientação por se considerarem despreparadas para tal. Contudo, nenhuma atitude é tomada. Os pais continuam à espera dos professores e os professores à espera dos pais. Enquanto isso, os jovens vivenciam a sua sexualidade sem o preparo adequado, colocando em risco a sua saúde física e mental. Diante dos dados encontrados, propomos uma análise mais profunda da percepção dos professores sobre educação sexual através de grupo focal, seguida de uma ação de suporte aos professores para que tal tema seja abordado com mais embasamento científico e compromisso nas escolas. |
||
Palavras-chave: educação sexual; escola; professor. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |