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C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal | ||
EFEITO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE 2,4-D NA CALOGÊNESE E REGENERAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR | ||
Ana Rafaela de Souza Timoteo 1 (arstimoteo@yahoo.com.br), Raquel Andrade de Lima Araújo 1, Raphael Dantas de Araújo 1, Lucila Karla Félix Lima de Brito 1 e Cristiane Elizabeth Costa de Macedo 1 | ||
(1. Departamento de Biologia Celular e Genética/ Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN) | ||
INTRODUÇÃO:
O cultivo da cana-de-açúcar é uma importante atividade econômica para o estado. Entretanto, são observados problemas de produtividade em algumas usinas, como na Usina Estivas. Isso é devido ao fato das mudas utilizadas não serem bem adaptadas ao clima e solo da região, uma vez que, grande parte dessas, são provenientes do sudeste do país. Para contornar essas dificuldades, a obtenção de mutantes resistentes às condições ambientais apresenta-se como alternativa, sendo isso possível através da utilização das técnicas de cultivo in vitro e da variação somaclonal, através da qual se obtém um aumento da variabilidade genética para que depois seja feita uma seleção a partir dos aspectos desejados. Para tanto, faz-se necessário o estabelecimento de um protocolo para cultivo in vitro utilizando o hormônio sintético 2,4-D, que favorece a formação de calos e interfere na regeneração dos mesmos. Sendo, portanto, o objetivo do trabalho testar o efeito de diferentes concentrações de 2,4-D, nas etapas de calogênese e regeneração da cana-de-açúcar de modo a encontrar a concentração de melhor resposta in vitro para o cultivo desta espécie. |
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METODOLOGIA:
Foram utilizados explantes provenientes do meristema apical de duas variedades (SP 791011 e RB 75126) de cana-de-açúcar, os quais, após desinfestação feita com Hipoclorito de sódio e água destilada autoclavada, foram inoculados em placas de Petri contendo meios de cultura MS (Murashige & Skoog, 1962) com quatro diferentes concentrações de 2,4D, a saber: 2,0; 3,0; 4,0 e 5,0mg/L; sendo esses meios denominados A, B, C e D, respectivamente. Após a inoculação, a cultura foi mantida em ambiente escuro, para evitar oxidação do material, por cerca de 100 dias sob temperatura de 25-28°C, sendo realizados subcultivos a cada 25 dias aproximadamente. A taxa de conversão de explantes em calos foi computada e, em seguida, os calos obtidos foram colocados para regenerar em meio MS sem o hormônio, com fotoperíodo de 12h/dia, sob mesma temperatura. Sendo realizados subcultivos subseqüentes em meio de regeneração durante 75 dias. A taxa de regeneração de plântulas (conversão de calos) foi então computada ao final do experimento. |
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RESULTADOS:
A taxa de conversão de explantes em calos (calogênese), bem como a de conversão de calos em plântulas (regeneração) variou em função da concentração do hormônio 2,4 D adicionado ao meio de cultura. O meio A, contendo 2,0mg/L da auxina, apresentou uma porcentagem de 46% de calos e 81% de plântulas na variedade RB 75126; e na SP 791011 foi de 83% e 94%, respectivamente. As taxas de calogênese e regeneração para os demais meios que continham concentrações mais elevadas do 2,4 D foram bem menores quando comparadas ao meio A. Pode se supor, através desses resultados que nessas variedades, o 2,4D nas concentrações mais altas pode ter ocasionado algum efeito tóxico interferindo no desenvolvimento e na multiplicação das células. Com exceção do meio B da variedade SP 791011 que não apresentou resultados, uma vez que houve perda total de material vegetal, ocasionada por contaminação do mesmo. |
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CONCLUSÕES:
Baseando-se nos resultados obtidos, pode-se afirmar que o meio A é o mais viável para ser utilizado no cultivo in vitro da cana, pois apresentou a maior produção de calos e a maior taxa de regeneração em ambas as variedades. Podendo-se, a partir daí, prosseguir com os experimentos de melhoramento desta espécie, utilizando essa concentração nas primeiras etapas para obtenção de material vegetal. |
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Instituição de fomento: CNPq; FINEP | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: 2,4-D; calogênese; regeneração. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |