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D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 2. Clínica Odontológica
AVALIAÇÃO DE PONTOS DE CONTATO EM PRÓTESES TOTAIS BIMAXILARES
Samuel Ilo Fernandes de Amorim 1 (pramonjour@hotmail.com), Ana Acácia Marinho Almeida Simões 1, Patrícia Maria Soares Lima 1, Cecília Holanda de Figueiredo 1, 2 e Breno S. Benevides 1
(1. Curso de Odontologia, Universidade de Fortaleza - UNIFOR; 2. Departamento de Saúde Pública, Universidade Estadual do Ceará - UECE)
INTRODUÇÃO:
Em reabilitações de pacientes totalmente desdentados, os esforços induzidos sobre as próteses poderão ser danosos aos tecidos de suporte, se condições de equilíbrio oclusal não forem criadas, garantindo resultados positivos para seu desempenho. Como estas próteses têm todos os dentes artificiais unidos por uma estrutura basal rígida de resina e são instaladas sobre um suporte ósseo revestido por uma fibromucosa resiliente e deslocável, qualquer desajuste oclusal, como um contato prematuro ou deslizante, pode refletir na instabilidade e retenção dos aparelhos, acarretando deficiência mastigatória, desconforto e prejuízo para a preservação do rebordo residual. O interesse por esta pesquisa surgiu da necessidade de avaliar os pontos de contato obtidos após a reabilitação de pacientes desdentados totais bimaxilares, em dentaduras confeccionadas pela mesma técnica. O objetivo deste trabalho é analisar a quantidade de pontos de contato oclusais obtidos em dentaduras completas bimaxilares, observando cada paciente em duas etapas: na consulta de instalação das próteses e no primeiro retorno do paciente.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi desenvolvida na Clínica Multidisciplinar do Curso de Odontologia da Universidade de Fortaleza, após aprovação pelo Comitê de Ética e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pelos pacientes. Teve como amostra 29 desdentados totais bimaxilares reabilitados na disciplina de Prótese Total da Universidade de Fortaleza no período de março de 2003 a junho de 2004. As próteses totais foram confeccionadas pelos alunos da graduação do sexto semestre, utilizando a mesma técnica de confecção em pacientes de ambos os sexos e com montagem de dentes pela técnica do plano reto de acordo com CAPUSSELLI & SCHVARTZ, 1987. Foi avaliada a quantidade dos pontos de contato na dentadura inferior dos dentes posteriores nas seguintes localizações: ponta de cúspide de contenção, crista marginal mesial e distal e fundo de sulco central. Essa avaliação foi realizada com o uso da pinça Miller e carbono odontológico Accu Film II double-sided S017 – RED/BLACK; (3-1/2 “l x 7/8” W). Os pontos registrados foram anotados em fichas individuais por dois operadores previamente calibrados para tal procedimento. Após uma semana, os pacientes retornaram para um novo ajuste oclusal e anotados todos os pontos de contatos obtidos neste retorno. Após a coleta dos dados foi realizada uma análise estatística, comparando a média de pontos obtidos na instalação (POI) e retorno subsequente (POR), no programa estatístico EPI-INFO versão 0.6.
RESULTADOS:
Na literatura não foi encontrada descrição numérica comparativa dos contatos oclusais obtidos, em próteses totais bimaxilares, após instalação e em ajustes subseqüentes, que permita avaliar a progressão do número de contatos. Na amostra deste estudo, observou-se a média de 9,5 pontos de contato oclusais no momento da instalação (PCI) e de 10,5 pontos de contato no subseqüente retorno do paciente para ajuste (PCR), o que representa o acréscimo de um contato, na média. Os valores quantitativos dos toques de oclusão encontrados por outros autores são largamente discrepantes entre si, o que está de acordo com os nossos resultados, onde o número de contatos variou bastante entre os pacientes. Contudo, na instalação, predominou a média de sete contatos, registrados em 17,2% da amostra, enquanto, no retorno, o número mais registrado foi de treze contatos, em 24,1% da amostra, seguido de dez contatos, em 20,7%. Com base na freqüência acumulada, verificou-se que, na instalação, 44,8% dos pacientes tinham, no máximo, oito contatos. No retorno, apenas 20,7% dos pacientes permaneciam nesta categoria. Foi observa nesse estudo que houve um acréscimo de 1,0 ponto na média dos contatos oclusais do momento da instalação para o retorno subseqüente para ajuste, na amostra em estudo..Nesta pesquisa foi registrada desistência de 15%.
CONCLUSÕES:
De acordo com os resultados obtidos, baseando-se na análise dos dados podemos chegar as seguintes conclusões:
- Não se pode analisar quantitativamente o número de pontos de contatos sem que haja discrepância, pois são vários os fatores que interferem na confecção de próteses totais bimaxilares como: estabilidade, retenção, grau de polimerização da resina acrílica termopolimerizável, qualidade do rebordo residual, adaptação do pacientes às novas próteses.
- Houve aumento no número de pontos de contatos oclusais do ajuste no ato da instalação/ retorno subseqüente com apenas um retorno realizado.
- O retorno para ajustes em próteses totais bimaxilares se faz necessário para que haja um equilíbrio oclusal minimizando as sobrecargas no rebordo residual.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Prótese Total; Equilíbrio Oclusal; Reabilitação.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005