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D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 4. Farmacotecnia | ||
AVALIAÇÃO FISICO-QUÍMICA DE EMULSÕES CONTENDO PRÓPOLIS: UMA CONTRIBUIÇÃO AO CONTROLE DE QUALIDADE. | ||
Alexandre Bronharo Fioratti 1 (fioratti@pop.com.br), Marcel Padovani Giolo 1, Flaviane Cristina de Brito Guzzo 1, Karimi Sater Gebara 1, Joyce Ruiz Rezende 1 e Selma Lucy Franco 1 | ||
(1. Departamento de Farmácia e Farmacologia, Universidade Estadual de Maringá - UEM) | ||
INTRODUÇÃO:
A própolis apresenta diversas atividades farmacológicas, dentre as quais a antifúngica. A partir do conhecimento da eficiência do extrato de própolis frente a fungos causadores de onicomicoses, surge o interesse em desenvolver um medicamento de aplicação tópica contendo própolis para a aplicação nesse tipo de infecção. As onicomicoses então entre as doenças mais comuns do mundo e estimativas propõem que cerca de 8% a 9% da população total apresente essas infecções. Para seu tratamento, optou-se pelo desenvolvimento de uma forma farmacêutica de ampla ação e baixo custo, a fim de atender as necessidades dos pacientes que sofrem dessa doença. A forma farmacêutica emulsão tipo O/A apresenta uma série de características essenciais para o sucesso de um medicamento para esse fim, tais como a possibilidade de obtenção de produtos com a desejada consistência, a facilidade com que se espalham sobre a área afetada e sua fácil remoção. O controle de qualidade de um medicamento é de extrema importância, pois garante principalmente sua eficácia, estabilidade, segurança e qualidade, adequando-o ao uso. No caso das emulsões, a espalhabilidade é uma das características importantes a ser determinada, classificando assim a fluidez da emulsão obtida o que permite selecionar a mais adequada. A determinação do valor de EHL também é um fator importante, pois auxilia no estudo da estabilidade das emulsões e na quantificação dos tensoativos. |
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METODOLOGIA:
A própolis foi coletada das colméias de abelhas Apis mellifera L., na Fazenda Experimental de Iguatemi da Universidade Estadual de Maringá, sendo então submetida à turboextração. Ambos, própolis e extrato, tiveram sua qualidade controlada. Na elaboração da emulsão, os componentes hidrofílicos foram misturados em béquer e levados ao banho-maria até atingirem a temperatura de 65ºC. Já as substâncias lipofílicas foram misturadas em gral de porcelana e levadas ao banho-maria até atingirem a temperatura de 70ºC. Em seguida, a fase hidrofílica (dispersante) foi lentamente adicionada à fase lipofílica (dispersa), sob agitação mecânica constante, utilizando pistilo de porcelana, até resfriamento e obtenção da emulsão. Foram elaboradas doze emulsões com diferentes componentes a fim de se poder escolher a mais apta ao fim proposto. Na determinação da espalhabilidade, um grama de emulsão foi pressionado entre duas placas horizontais de 20 cm2, sendo que a de cima pesando 125g. O diâmetro foi medido depois de 1 minuto. Após, a seguinte classificação foi adotada: um diâmetro menor ou igual a 5 cm corresponde a um creme semi-sólido, um diâmetro entre 5 e 7 cm corresponde a um creme semi-fluido e diâmetro maior que 7 cm, a um creme fluido. Para o cálculo do EHL, multiplicou-se o valor próprio de EHL de cada substância lipofilica pela sua porcentagem na formulação sendo os valores obtidos determinando-se assim o valor total de E.H.L. de cada emulsão. |
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RESULTADOS:
Com a obtenção de 12 diferentes formulações (F-01 a F-12), todas foram encaminhadas à avaliação fisico-química para que assim fosse possível a escolha da melhor formulação. Realizados os testes propostos, os resultados obtidos da determinação da espalhabilidade (em cm do diâmetro, como proposto na metodologia) foram os seguintes: F-01: 6,70 cm; F-02: 8,50 cm; F-04: 9,00 cm; F-09: 6,50 cm; F-10: 7,50 cm; F-11: 11,0 cm; F-12: 8,20 cm. Nas formulações F-03, F-05, F-06, F-07 e F-08, não foi possível a realização do teste por problemas apresentados nessas emulsões, como cremagem, sedimentação e não formação de emulsão. Em relação ao cálculo do EHL, foram obtidos os seguinte resultados: F-01: 9,58; F-02: 9,58; F-04: 9,00; F-09: 9,64; F-10: 9,64; F-11: 9,00; F-12: 9,00. Novamente, as formulações que não resultaram em formação de emulsão não foram incluídas neste teste. |
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CONCLUSÕES:
A partir dos resultados foi possível concluir que as formulações F-01 e F-09 são semi-fluidas e as formulações F-02, F-04, F-10, F-11 e F-12 são consideradas fluidas, conforme referido na metodologia. Em relação ao EHL, de acordo com a escala proposta por Griffin, uma emulsão do tipo A/O deverá ter um E.H.L. compreendido entre 3 e 8, ao passo que o E.H.L. das emulsões O/A vai desde 8 a 16. Portanto, com os valores obtidos de EHL, conclui-se que todas as emulsões se encontram dentro do parâmetro permitido, de 8 a 16. Outros testes de controle de qualidade estão sendo propostos, adequados e/ou desenvolvidos para a completa garantia da qualidade da formulação desenvolvida. |
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Instituição de fomento: CNPq | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Própolis; Sistemas emulsivos; Análise fisico-química. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |