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C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 5. Zoologia Aplicada
INCIDÊNCIA DE MOLUSCOS DO GÊNERO Biomphalaria PELA CERCÁRIA DO Schistossoma mansone NO CÓRREGO VEADINHO EM PEIRÓPOLIS MUNICÍPIO DE UBERABA-MG
Luciene santana Ferreira 1 (lu.biox@bol.com.br), Jaqueline Lopes Matos 1, Giovane Marcos Leonel 1, Samuel César Barbosa Maciel 1, Marília Borges Ribeiro 1, Cláudia Lucia da Cunha 1, Eubia Massias da Silva 2, Tony Marcio da Silva 3 e José carlos da Silva 1
(1. Insttituto de Ciências da Saúde; Centro Un iversitário do Planalto de Araxá-UNIARAXÁ-MG; 2. Faculdade de Educação de Uberaba- FEU; 3. Universidade Estadual de São Paulo-UNESP)
INTRODUÇÃO:
A doença de esquistossomose é causada pelo protozoário conhecido como , que parasita o molusco do gênero Biomphalaria que é encontrado em uma vasta distribuição geográfica no Brasil. Esta doença vem tornando nos tempos atuais um grande problema para os municípios que não apresentam uma política adequada quanto aos destinos dos recursos hídricos. Atualmente a grande preocupação dos municípios é o combate aos doentes contaminados, esquecendo dos outros fatores que deveriam ser analisados em conjunto, para combater aos focos de infecção interrompendo o ciclo do protozoário. O protozoário tem a necessidade de parasitar o molusco, completando seus vários estádios de desenvolvimento para posterior infectar o homem e completar seu ciclo, mas, pesquisas apontam à importância de conhecer mais a biologia dos outros mamíferos silvestres como o rato, que podem também completar o ciclo deste protozoário, mantendo focos sempre em potenciais. Com base em conhecer a biologia dos moluscos aquáticos e em particular do gênero Bionphalaria este trabalho fornecerá informações importantes para o poder público municipal quanto à existência e incidência de larva de cercaria do Schistosoma mansoni e outras formas infectantes que possam existir no Rio Veadinho no município de Uberaba, Minas Gerais.
METODOLOGIA:
A captura foi feita sempre no período da tarde com temperaturas amenas em torno de 22 graus, pois o córrego Veadinho apresenta boa proteção de mata ciliar. Com auxilio de uma peneira em forma de concha adaptada com um cabo de um metro de cumprimento descemos córrego abaixo fazendo a captura doa moluscos. O trabalho foi desenvolvido de agosto a dezembro de 2004, sendo feitas 2 coletas mensais, chegando a um número de 200 organismos vivos. Apesar do grande número de animais encontrados, grande parte estava morto e estes foram descartados, pois não iríamos encontrar as cercarias vivas. Os moluscos foram capturados no fundo, nos barrancos, em cima de folhas flutuando e nas paredes das rochas de quedas d´água. À medida que os moluscos foram coletados eram colocados com uma pinça em um recipiente com água para posterior identificação e caracterização. A caracterização dos moluscos fez se importante devido existir outros gêneros presentes, e que não são hospedeiros do Schistosoma. O processo adotado para o exame foi o esmagamento, usando duas placas de Petri. Em seguida os animais esmagados eram levados para serem observados em uma lupa eletrônica. As observações foram analisadas com cautela, visando encontrar também outros tipos de cercarias. Adotamos esmagar 3 moluscos de cada vez para facilitar o trabalho. Após esmagar e analisar os animais, os dados eram anotados em uma planilha para posterior análise estatística.
RESULTADOS:
O fato de existir um grande número de moluscos no Rio Veadinho foi o que despertou o interesse em realizar a pesquisa. Grande número de moluscos que foram capturados, estavam mortos, os que estavam vivos estavam alimentando ou acasalando. Em todo o período das coletas e análises observamos o mesmo comportamento dos animais, sendo que no final da estação das secas os moluscos concentram mais nas margens e nas folhas. O volume de água do rio é muito pequeno nesta época do ano, ficando fácil sua captura e análise. O número de animais capturados foi de 420 moluscos, sendo que apenas 220 foram esmagados e analisados. O gênero mais encontrado foi o Biomphalaria glabrata. Dos duzentos e vinte animais analisados, encontramos 4 cercaria de trematódeo não humano e nenhuma cercaria de Schistosoma. Com a entrada da estação das chuvas os moluscos foram desaparecendo e ficando difícil sua captura, pois o volume das águas subiu e a força das água aumentou arrastando os moluscos para cursos maiores e profundos.
CONCLUSÕES:
Neste trabalho comprovamos a presença do molusco do gênero Biomphalaria glabrata em grande quantidade, fato não observado em outros cursos d`água corrente da região. As características do córrego são de baixo volume de água na estação da seca, com fundo sólido de basalto preto com pouca sedimentação devido a proteção da mata ciliar. A vegetação nas margens e as folhas no fundo do córrego fornecem substrato e alimento aos moluscos. Encontramos moluscos aderidos em todos os substratos, até mesmo nos paredões de rochas basálticas formando as cachoeiras. Apesar do grande número de moluscos encontrados não encontramos a cercaria do Schistosoma mansoni. Identificamos a presença de outra cercaria não humana, conhecida com hemiura. Com base nestes dados podemos concluir que outros trabalhos terão que ser feitos para conhecer melhor a biologia destes seres animais, principalmente da cercaria hemiura.
Instituição de fomento: UNIARAXÁ
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Biomphalaria; Schistosoma mansoni; Schistosomose.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005