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G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 1. Antropologia da Religião | ||
ILÊ ASÊ OSUN NAVÊ: ESTÉTICA E RELIGIÃO | ||
Danielly Brito dos Santos 1 (danielly_brio@yahoo.com.br) e Álvaro Roberto Pires 2 | ||
(1. Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Maranhão/ UFMA; 2. Prof. Dr. do Departamento de Sociologia e Antropologia) | ||
INTRODUÇÃO:
Muitos pesquisadores das religiões afro-brasileiras apontaram dimensões significativas para a compreensão do fenômeno religioso de origem africana, ressaltando aspectos distintos. Exemplos de tais pesquisadores seriam: Sérgio e Mundicarmo Ferretti, Roger Bastide, Nunes Pereira, e também Nina Rodrigues. No entanto, a dimensão estética não foi suficientemente enfocada com a atenção necessária. A presente pesquisa pretende perseguir este objetivo, ou seja, lançar luz sobre a relação entre religião e estética, como dimensões do universo sócio-religioso interconectadas entre si. |
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METODOLOGIA:
Esta pesquisa está centrada nas festas e nos cultos realizados no Ilê Asê Osun Navê Terreiro de Mina e Nações Iorubanas, chefiado pelo babalorixá José Ribamar de Aquino Filho. Posso considerar que a mesma foi, e está sendo, realizada em duas etapas: na primeira etapa, foram assistidas numerosas cerimônias, fazendo com que houvesse uma familiarização com a casa e com alguns indivíduos do grupo; a segunda parte, foi realizada de forma mais intensa em torno do projeto de pesquisa referido. Todo material coletado, juntamente com descrições de festas, observações sobre a questão estética das vestimentas e dos ritos foram anotadas em caderno de campo, assim como toda paramentação tanto dos integrantes como da própria casa, e seus significados simbólicos. |
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RESULTADOS:
Durante as conversas realizadas com o Babalorixá Aquino Júnior, o mesmo explicou a origem da casa e o que é cultuado neste Ilê(casa). A casa faz cultos a Orixás e Voduns e tem como perspectiva manter a tradição do tambor-de-mina em nossa cidade pois, segundo ele, muitos terreiros estão misturando o tambor com a umbanda. A vestimenta é um paramento essencial nos cultos e sua preparação é feito de forma bastante simbólica já que alguns voduns, caboclos e encantados escolhem o modo e o tipo de roupa que querem se vestir em determinada festa. Cada Orixá tem sua preferência em cor, fazendo assim com que todos os paramentos, desde o guia até as partes das roupas, sejam de acordo com a vontade da divindade. Faz parte dos paramentos as partes da roupa, os colares e rosários, os lenços, os contra-egum, entre outros objetos, cada um com uma simbologia específica. A estética é uma das característica mais importante deste terreiro, pois tanto o babalorixá quanto seus filhos-de-santo seguem um padrão montado pelo próprio pai-de-santo na hora de fazer e se paramentar, fazendo assim com que o culto se torne belíssimo no olhar do espectador. |
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CONCLUSÕES:
Conclui que a simbologia está fortemente presente nas religiões afro-brasileira, e no caso do Ilê Asê Osun Navê, essa simbologia está, na questão estética, nas comidas que são oferecidas aos convidados, nas obrigações feitas e na preparação para o culto. Muitos traços da religião afro estão desaparecendo com o tempo por egoísmo de muitos seguidores que não passam a tradição religiosa para os iniciados de forma correta. Essa pesquisa tem a perspectiva de compreender todos os aspectos estéticos e ritualísticos presente neste terreiro, assim como suas múltiplas significações referidas ao universo sócio-religioso. |
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Instituição de fomento: CNPq | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: religião; estética; simbologia. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |