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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional | ||
AUTOPERCEPÇÃO DA IMAGEM CORPORAL POR IDOSOS INTEGRANTES DO GRUPO FISIOTERAPÊUTICO “ESCOLA DE POSTURAS DA 3ª IDADE” DE JOÃO PESSOA – PB | ||
Ana Carolina Patrício de Albuquerque Sousa 1 (acapas@ig.com.br), Daniella de Souza Barbosa 1, Aglaê Dias Arruda 1, Bianca Nunes Guedes 2, Catarina de Oliveira Sousa 1, Cauby da Costa Moura 1, Richard Diogo Rocha de Oliveira 1, Rosana Cavalcante Pereira 1 e Maria Cláudia Gatto Cardia 1 | ||
(1. Departamento de Fisioterapia, Universidade Federal da Paraíba - UFPB; 2. Departamento de Enfermagem, Universidade Federal da Paraíba - UFPB) | ||
INTRODUÇÃO:
A proporção de idosos no Brasil, em relação ao total da população, atinge, atualmente, níveis superiores aos de qualquer outra época da história. O envelhecimento, enquanto fenômeno demográfico, desperta de forma significativa o interesse de pesquisadores em diferentes áreas do conhecimento. Uma das áreas que poderia ser mais bem explorada pelos profissionais vinculados a Gerontologia é a de ações de educação em saúde com ênfase na autopercepção e na autoproteção, conscientizando os idosos para a necessidade de cuidados com seus corpos e, conseqüentemente, com sua imagem corporal. Para isso é essencial entender como a pessoa percebe, objetiva e subjetivamente, as mudanças corporais surgidas ao longo dos anos, pois o seu comportamento é condicionado por esta percepção e pela importância dada a ela. O objetivo desta pesquisa foi avaliar o nível de autopercepção da imagem corporal por idosos com 60 anos e mais de idade que freqüentavam o programa fisioterapêutico Escola de Posturas da 3ª Idade bem como avaliar os fatores sociodemográficos, socioeconômicos, domiciliares e funcionais que interferiram nesta percepção. |
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METODOLOGIA:
Participaram do estudo 16 pessoas do programa Escola de Posturas da 3ª Idade, realizado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no município de João Pessoa – PB, e que se enquadravam nos seguintes pré-requisitos demarcados pelo programa supracitado: (a) idade mínima de 60 anos; (b) apresentar quadro crônico de dor na coluna vertebral e; (c) ter disponibilidade de completar o programa em um período pré-determinado de três meses consecutivos. A Escola de Posturas da 3ª Idade foi desenvolvida num período expandido de três meses, entre janeiro e abril de 2004, possuindo uma programação terapêutica/pedagógica de 20 sessões, com aulas de 90 minutos de duração, sendo realizadas duas vezes por semana, que incluía, além das 16 aulas teórico-práticas extraídas originalmente da Escola de Posturas da UFPB, mais 04 sessões de atividades práticas e educativas sobre o corpo e sobre aspectos relativos ao processo de envelhecimento humanos. A avaliação da clientela foi feita por meio de um questionário auto-aplicável, contendo 50 questões fechadas de múltipla escolha referentes a (1) autopercepção da imagem corporal; (2) análise das características sociodemográficas, socioeconômicas e domiciliares; e (3) auto-avaliação da capacidade funcional por idosos. Para apuração dos dados, foi realizada análise descritiva, com base no método classificado como estudo de caso, para determinação de possíveis associações entre as variáveis investigadas. |
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RESULTADOS:
Os resultados mostraram que, dos idosos investigados, 7 (43,75%) indicaram imagem corporal favorável e 9 (56,25%) indicaram imagem corporal desfavorável. A maioria dos idosos com imagem corporal favorável moram sem cônjuge (42,85% são solteiros; 14,3% são divorciados; e 42,85% são viúvos), tendo a prevalência absoluta de mulheres (100%), se enquadravam como idosas jovens entre 60 – 70 anos de idade (57,15%), sendo todas alfabetizadas (100%), se declarando pertencentes à raça branca (71,42%), e todas chefes de seus arranjos domiciliares (100%), que por sua vez, possuíam mais de um arranjo nuclear em seu interior (85,7%). A apreciação das estatísticas relativas aos idosos com imagem corporal desfavorável mostrava que a maioria deles são casados (66,66%), pertencentes ao gênero feminino (77,77%), sendo parte da categoria de idosos jovens entre 60 – 70 anos de idade (55,55%), alfabetizados (100%) e se declarando integrantes da raça branca (66,66%). Grande parte desses mesmos idosos morava com seu cônjuge e com filhos (66,66%), sendo 55,55% chefes de seus arranjos domiciliares, que por sua vez, têm, na maioria, apenas um arranjo nuclear em seu interior (55,55%). Quanto a capacidade funcional, obteve-se uma predominância absoluta da condição excelente (100%) entre os avaliados. |
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CONCLUSÕES:
O nível de autopercepção da imagem corporal por idosos depende da avaliação individual de marcadores biológicos, sociais e psicológicos inerentes ao seu processo de envelhecimento em comparação com outras pessoas de sua idade. Na amostra, a percepção de ter uma imagem corporal favorável durante a velhice esteve associada a estar sem cônjuge, a co-residência entre idoso e filhos e a condição de chefe do arranjo domiciliar familiar do tipo multinuclear simples feminino. As características relacionadas com a imagem corporal desfavorável foram estar casado, co-residir com cônjuge e filhos e ser chefe de arranjo domiciliar familiar do tipo uninuclear composto. Esses dados mostram também que, a co-residência, freqüente entre os avaliados, indica que grande parte do cuidado dispensado aos segmentos sociais tidos ‘vulneráveis’ tem cabido às famílias, ao invés do Estado, o que parece ser positivo do ponto de vista dos idosos com imagem corporal favorável. Mas, se a co-residência resulta da falta de opção por pressões sociais e/ou econômicas, pode associar-se à imagem corporal desfavorável. Visto que a maioria dos idosos questionados (entre 60-70 anos) referiram possuir capacidade funcional excelente, conclui-se que houve co-relação entre faixa etária e ocorrência de dependência funcional. Estes dados mostram a complexidade dos arranjos familiares e a heterogeneidade do segmento populacional estudado, o que requer uma maior qualificação da noção de dependência entre os grupos etários. |
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Palavras-chave: Capacidade funcional; Imagem corporal; Velhice. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |