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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 14. Ensino Superior
O CARÁTER TRANSFORMADOR DA INVESTIGAÇÃO : PESQUISA-AÇÃO NO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE EDUCADORES.
Teresinha Rodrigues de Oliveira 1 (teresinha.rodrigues@terra.com.br) e Vanda Arantes de Araújo 1
(1. Curso de Pedagogia/FaE/CBH/UEMG; 2. Curso de Pedagogia/FaE/CBH/UEMG)
INTRODUÇÃO:
Trata-se de prática na formação de educadores,na disciplina Estudos de Avaliação Educacional. Parte da convicção sobre o papel da pesquisa na relação ativa com os saberes e a realidade. Objetivou desenvolver a autonomia e aprendizagens significativas,em âmbito coletivo de colaboração e de conhecimentos compartilhados,sendo a investigação o eixo estruturante da experiência desenvolvida.
METODOLOGIA:
Todos os alunos das turmas responderam a um pré-teste para diagnóstico e verificação de seus conhecimentos sobre tópicos de avaliação educacional e os resultados serviram para definição compartilhada dos programas de curso;produziram um memorial,instrumento investigativo sobre suas vivências estudantis e profissionais em avaliação,e recurso para : análise das práticas educativas,compreensão de sua complexidade, identificação de suas variáveis intervenientes, busca dos significados das avaliações praticadas e dos aspectos necessários ao seu redirecionamento. A partir do seu memorial o aluno traçou um plano de estudo,recebendo do docente sugestões de bibliografia pertinentes aos temas delimitados e a garantia da gestão das aprendizagens de seu interesse. Os alunos receberam assessoria, teórica e metodológica, presencial e a distância(correio eletrônico) com monitoramento docente no desenvolvimento das suas investigações. Paralelamente,durante o semestre letivo,com a mediação do docente,os alunos construíram portfólios,auxiliar para as avaliações formativas,prática das auto-avaliações, regulação das aprendizagens e,ainda,para as avaliações formais na disciplina.Ao final do semestre letivo os resultados das investigações foram socializados para toda a turma,com debates coletivos e troca de experiências e, ainda, os alunos fizeram um pós-teste cujo propósito foi verificar a efetiva contribuição da experiência, na disciplina, no processo de formação inicial de educadores.
RESULTADOS:
Em geral, em todas as turmas, durante o desenvolvimento do semestre letivo, percebia-se a evolução das aprendizagens e o amadurecimento geral dos alunos que, com raras exceções, iam se mostrando mais autônomos,mais seguros e "falantes", motivados para fazer intervenções externando opiniões e julgamentos.Pode-se constatar os avanços,especialmente, nas socializações dos resultados das investigações,quando os comentários realizados,por muitos, ultrapassavam as fronteiras das temáticas desenvolvidas e convidavam a um diálogo rico sobre contribuições teóricas da avaliação educacional e sobre práticas avaliativas como um todo.A verbalização de argumentações teoricamente fundamentadas e articuladas aos temas debatidos,as síntese pertinentes formuladas indicavam (re)construções de saberes específicos sobre avaliação.Além disso, nos portfólios apresentados pode-se constatar as aprendizagens efetivadas por meio de: riqueza e sutileza de detalhes das ilustrações apresentadas com desenhos próprios ou gravuras;mosaicos montados com recortes de figuras e materiais diversos;poemas e acrósticos elaborados por muitos;conjunto de textos e reportagens selecionados de livros,artigos de revistas especializadas ou de circulação ampla,jornais,sites,outros;depoimentos, questionamentos, articulações entre teoria e prática, sínteses parciais, tudo isso registrado no corpo do trabalho. Acrescente-se a consistência teórica e as reflexões das dissertações finais,da maioria dos alunos, nos pós-testes.
CONCLUSÕES:
Olhar para a sala de aula real,além de saberes teóricos e técnicos relativisados,exige compromissos éticos e políticos na criação e administração do espaço em que a heterogeneidade possa se expressar e se potencializar num movimento simultaneamente individual e coletivo, interno e externo,singular e plural. Ninguém defendeu mais do que Paulo Freire o direito de sermos sujeitos do nosso conhecimento,de conquistarmos a liberdade e a autonomia.Para isso é preciso aprender a aprender,a refletir e a rever posições, capacidades dificilmente adquiridas num ambiente sem estímulo e diálogo.O processo educativo como prática de pesquisa promove o desenvolver da consciência individual e da autonomia dos sujeitos. Porém, fazer da sala de aula um espaço investigativo,de descobertas,de criação e de construção de saberes exige respeito à diversidade de pensamentos,às diferenças individuais,aos ritmos próprios de cada um,à liberdade de escolhas.A experiência desenvolvida indicou ser a elaboração própria um estímulo a novas aprendizagens e que a independência, a reflexão e análise crítica são fundamentais para as práticas de formação. Indicou que uma proposta para a formação inicial de educadores deve ser ampla,flexível,crítica,solidamente fundada e voltada para a investigação como processo educativo e científico.Portanto,os alunos precisam pesquisar e elaborar seus pensamentos sendo que nenhum artifício conseguirá substituir tais exigências nos processos de formação inicial de educadores.
Palavras-chave:  Processo investigativo; Construir autonomia, saberes e práticas; Formação de educadores.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005