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G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia | ||
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: LEITURA DAS PAISAGENS NA LAGOA DO MUCAMBINHO | ||
Ana Paula Pinho Pacheco 1 (paulapacheco@uvanet.br) e José Falcão Sobrinho 2 | ||
(1. 1. Prof. Especialista em Educação Ambiental, Universidade Estadual Vale do Acaraú - UEVA; 2. 2. Prof. Mestre do Curso de Geografia, Universidade Estadual Vale do Acaraú - UEVA) | ||
INTRODUÇÃO:
O município de Sobral, localizado na Região Norte do Ceará, como todo centro urbano em desenvolvimento e com acelerado crescimento populacional, enfrenta problemas ambientais diversos, tais como: poluição dos mananciais hídricos, uso e ocupação desordenada principalmente às margens dos rios e lagos, enfim toda essa problemática fruto da relação sociedade e natureza ao longo da existência do homem. No contexto desta relação tem-se, entre as ciências, a Geografia que envolve os aspectos físicos e sociais. O presente trabalho objetivou analisar os processos dinâmicos no entorno da Lagoa do Mucambinho, no bairro Terrenos Novos localizado no município de Sobral, procurou-se refletir epistemologicamente a natureza no contexto da Ciência Geográfica, utilizando como categoria de análise a paisagem e posteriormente propor intervenções envolvendo a Educação Ambiental para a conscientização da população local. |
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METODOLOGIA:
Para o cumprimento da pesquisa buscaram-se junto a vários autores os dados históricos da apropriação da natureza pela sociedade, do resgate reuniões ambientais ocorridas ao longo das décadas a partir de uma visão crítica. Adotou-se os seguintes procedimentos metodológicos: para ordenação do quadro natural utilizamos mosaico de fotografias aéreas da cidade de Sobral, elaborado pela PROURB- maio/1997 com escala original de 1: 8.250, o qual foi ampliado para melhor visualização da área de estudo, ficando com uma escala aproximada de 1:643; Carta da cidade de Sobral, com escala aproximada de 1: 8334. Os mapas aqui utilizados foram analisados visualmente, lembrando-se que não foram confeccionados novos mapas por falta de infraestrutura e softwares adequados para o tratamento dos dados; então as informações foram transferidas a partir de um scanner, calculou-se nova escala, não esquecendo os devidos ajustes; utilizou-se também um mapa de Impactos Ambientais da área de estudo, confeccionado em 1999. Aquisição de dados por meio de visitas “in loco”; para levantar informações das intervenções na paisagem, foram aplicados os questionários, com uma amostragem de 84 entrevistados, acompanhados de material fotográfico que identificam as formas de ocupação, dos agentes transformadores. Análise e interpretação das informações colhidas. |
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RESULTADOS:
Os problemas provenientes da falta de planejamento urbano é evidente não somente na degradação da natureza, mas na sociedade, onde podemos destacar: o desemprego, a desnutrição, doenças transmitidas pela água, o desrespeito sistemático aos direitos humanos. Constatou-se que o entendimento ambiental desta comunidade se encontra num plano fragmentado, quando não distante das implementações para o futuro. Isto tudo, repercute inclusive na dinâmica da paisagem. Neste contexto, percebeu-se que das 84 casas entrevistadas, perfazendo um total de 233 pessoas, 61 entre homens e mulheres trabalham fora, destes somente 29 pessoas ganham salário mínimo; o restante está desempregado ou com trabalhos informais. Destacamos também que o abastecimento de água da localidade é feito através do Serviço de Água e Esgoto de Sobral (SAAE), que alcança 68% do total de casas entrevistadas; as demais fazem uso do chafariz, representando 32% e os esgotos são destinados a lagoa do Mucambinho, provocando assim a contaminação da água. A comunidade dispõe de um posto de Saúde, verificou-se que as doenças mais comuns são: infecções respiratórias, infecções de pele e problemas intestinais. Para solucionarmos este problema através da ação comunitária, incentivaríamos campanhas de Educação Ambiental, formais e informais permanentes. |
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CONCLUSÕES:
Uma nova consciência poderá tornar-se prática a partir do processo educativo bem dimensionado e estruturado e a partir da realidade e reivindicações dos moradores. A consciência ambiental torna-se possível se o sujeito participa diretamente na construção do seu conhecimento. Ser construtor de seu conhecimento implica poder criar hipóteses, problematizar os conhecimentos que se tem sobre sua realidade dentro de um mundo globalizado e reconhecer as contradições presentes no mesmo. Pode-se dizer que há um longo caminho a ser percorrido; contudo, a presente pesquisa aproximou-se dos moradores com o intuito de buscar práticas educacionais mais participativas no caminho de uma conscientização que desperte para a busca de soluções, numa construção de cidadania. No caso específico de nossa área de estudo, as atividades deverão ser voltadas à Educação Ambiental, cujo rumo fundamentalmente é o debate, orientando para aquisição de novos hábitos. |
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Palavras-chave: Paisagem; Educação Ambiental; Geografia. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |