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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia | ||
AVALIAÇÃO DA DENSIDADE E PUREZA ATRAVÉS DE MÉTODO GRAVIMÉTRICO DO ÁCIDO FÚLVICO EXTRAÍDO DE SERAPILHEIRA COLETADA EM ÁREA DE CULTIVO DE AÇAÍ Euterpe oleracea . | ||
Rose Luiza Moraes Tavares 1 (roseufra@bol.com.br) e Carlos Augusto Cordeiro Costa 1 | ||
(1. INSTITUTO SÓCIO-AMBIENTAL E DE RECURSOS HÍDRICOS, UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA - UFRA) | ||
INTRODUÇÃO:
Uma das propriedades principais da matéria orgânica, é sem dúvida, a de fornecer elementos essenciais ao desenvolvimento e produção dos vegetais. A riqueza de nutrientes depende, entre outras coisas, da composição química e mineralógica do solo. Entretanto, esta propriedade da substância húmica em fornecer nutrientes, não se prende somente as concentrações que contenha estes elementos, mas em particular ao ambiente e a facilidade com que se formam e como são assimilados pelos vegetais. A função das substâncias húmicas no solo está intimamente ligada às vertentes: física, química e biológica. Fisicamente, o húmus interfere no solo modificando-lhe a cor, textura, estrutura, etc. Quimicamente, atua modificando a solubilidade de certos minerais do solo, combinando-se com alguns elementos. Biologicamente, o húmus serve para o desenvolvimento das plantas superiores e propiciando um lento e contínuo fluxo de elementos nutritivos para a alimentação vegetal. O objetivo da pesquisa foi averiguar a potencialidade da serapilheira coletada em área de açaí , localizado no município de Ponta de Pedras/PA (Ilha de Marajó) através do grau de humificação da matéria orgânica, assim como, o grau de pureza através do método gravimétrico, procurando-se buscar meios para iniciar discussão de como essa serapilheira poderá contribuir para o desenvolvimento da cultura em questão. |
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METODOLOGIA:
Levando em consideração o descrito por Schnitzer e Khan (1989), foi desenvolvido no Laboratório de Húmus e Ecologia Química da Universidade Federal Rural da Amazônia o presente trabalho. O primeiro passo consistiu na secagem em estufa do material coletado, em temperatura de 45 graus por duas horas. Depois de seco, o material foi peneirado em peneirador elétrico, malha 2 mm. Posteriormente colocou-se 10g em 50 frascos de vidro, adicionando-se 400 ml de KOH a 0,5N. O segundo passo foi levar os frascos para máquina de agitação horizontal por 1h, obtendo-se substância húmica. A partir daí, procedeu-se a separação do ácido fúlvico e do ácido húmico em proveta de 200 ml, adicionando-se HCl até atingir pH próximo a 2. O próximo passo foi verificar a razão AF:AH. Em seguida determinou-se a densidade utilizando-se 10 ml de ácido fúlvico em cadinhos de porcelana, os quais foram colocados em placa aquecedora até o ponto de secagem. Foi feito a seguir, o cálculo médio da densidade do ácido fúlvico. Os cadinhos com ácido fúlvico em ponto de secagem foram colocados em mufla de bancada (capacidade máxima de 5 cadinhos) a uma temperatura de 300 graus no período de uma hora, e, calculado o teor de cinzas do ácido fúlvico. |
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RESULTADOS:
Foi efetivada análise do grau de humificação do material inerte coletado (serapilheira) obtendo-se em 50 (cinqüenta) sub-amostras, a razão média de ácido fúlvico/ Ácido húmico na ordem de 14,28:1, razão essa que serve como parâmetro indicativo que o processo de mineralização da matéria orgânica está em estágio avançado, já contribuindo substancialmente na liberação de elementos nutritivos, prontamente adsorvidos nos colóides do solo, e assim disponibilizado para o processo de absorção por parte do sistema radicular dos vegetais. A análise da densidade do ácido fúlvico extraído, bem como o teor de cinzas do mesmo, são ferramentas importantes para averiguação do processo físico-químico, principalmente se levarmos em consideração a importância da matéria orgânica humificada como vetor de liberação de nutrientes que ficam localizados nos interstícios cristalinos dos argilominerais. Nesse contexto, a densidade média encontrada na ordem de 0,058g/ml e o teor de cinzas médio na ordem de 3,6%, são dados importantes para deduzirmos que este processo de mineralização da matéria orgânica está intimamente relacionada com os fatores ambientais, principalmente com o regime hídrico regional, que também, contribui carreando através da água do rio partículas sedimentares que juntamente com o material mineralizado, são responsáveis pela eutrofização da área em questão. |
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CONCLUSÕES:
Sabe-se que para o desenvolvimento das plantas é necessária uma concentração adequada de elementos químicos adsorvidos em substâncias húmicas. Para que os vegetais possam utilizar a matéria orgânica, torna-se necessária a transformação das complexas moléculas minerais em compostos humificados , solúveis na solução do solo. Foi observado então, que o material coletado está em estágio avançado de decomposição, propiciando a ciclagem de materiais, ou seja, está repondo nutrientes para o ambiente, essenciais para o ciclo biogeoquímico, pois a medida em que a matéria orgânica vai sendo decomposta, húmus vai sendo continuamente formado. A mineralização da matéria orgânica libera continuamente uma certa concentração de compostos minerais simples, em forma assimilável pelas plantas. Por outro lado, o ambiente aluvial, onde foi coletado o material, é propício à liberação de substâncias simples que, com o tempo, são carreados pelas águas de infiltração se não houver nada que as retenha no solo. O húmus, graças as suas propriedades coloidais, adsorve parte desses produtos, evitando desse modo, uma perda total e possibilitando posteriormente a sua liberação gradual em forma assimilável pelas plantas. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Ácido Fúlvico; Serapilheira; Açaí. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |