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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
CONHECIMENTO DE “MÃES DE PRIMEIRA VIAGEM” SOBRE A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO.
Raphaella Cristino de Paula 1 (raphaella_paula@hotmail.com), Arisa Nara Saldanha de Almeida 1 e Maria Vilani Cavalcante Guedes 2
(1. Graduanda do Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 2. Profa. L. D. do Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE)
INTRODUÇÃO:
Durante a vida intra-uterina, alguns anticorpos presentes no sangue maternos e dotados da capacidade de atravessar a placenta chegam até o bebê, imunizando-o contra algumas infecções. No entanto, quando a criança nasce é exposta a uma série de microorganismos contra os quais ela ainda não possui defesas. Nos seus primeiros meses de vida, a criança adquire imunização por meio do leite materno, que contém anticorpos, sendo a única proteção de que ela dispõe. Posteriormente, a saúde do bebê pode ser garantida através da vacina, a qual é uma forma de imunidade adquirida artificialmente. Mas, infelizmente muitas “mães de primeira viagem” não dão a merecida importância a esse ato preventivo. Ainda há uma certa resistência a vacinação por parte delas, devido à falta de conhecimento e experiência, gerando medo das reações normais às vacinas e dúvidas quanto as suas contra-indicações. Partindo desses princípios, temos como objetivo principal avaliar o conhecimento de “mães de primeira viagem” sobre a importância da vacinação. Dessa forma, é importante conhecermos as principais dificuldades, que essas mães enfrentam para vacinar seus filhos e completar o esquema de vacinação. O conhecimento desses fatores pode auxiliar no desenvolvimento de projetos e campanhas esclarecedoras, que busquem solucionar esse problema, assim como permite aos profissionais responsáveis pela imunização uma reflexão sobre o atendimento prestado a essas mães.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo que foi realizado em um Posto de Saúde da SER III, Fortaleza-CE. Os sujeitos da pesquisa foram “mães de primeira viagem” presentes no local para imunizarem seus filhos, as quais foram escolhidas de forma aleatória conforme sua disponibilidade de tempo e interesse em participar do estudo. Assim, obtivemos uma amostra de 100 mães. O recurso metodológico utilizado para a coleta de dados foi a observação simples e a entrevista estruturada por meio de um formulário elaborado a fim de atender aos objetivos da pesquisa. A coleta de dados foi realizada pelas próprias pesquisadoras, as quais se identificaram, explicaram a finalidade de sua visita, o objetivo da pesquisa e a importância da colaboração da entrevistada. Os resultados foram organizados e apresentados em tabelas e gráficos, analisados de modo descritivo e discutidos com base na literatura revisada.
RESULTADOS:
Os dados originados das respostas dadas pelas mães durante as entrevistas foram agrupados segundo as semelhanças em sub-tópicos para facilitar a apresentação e discussão dos mesmos. Todas as mães entrevistadas conheciam a importância da vacina na prevenção das doenças. Em se tratando da relação entre vacina e doença por ela prevenida, observamos que: 70% conheciam a vacina contra sarampo, 65% a vacina contra hepatite B, 65% a Sabin e 60% conheciam a contra febre amarela. As demais não são bem conhecidas pelas mães. A respeito do número de doses e a idade de aplicação de cada vacina, a BCG é conhecida por 55% da amostra. Quanto ao cumprimento do calendário vacinal, 85% das mães afirmaram que não deixavam atrasar, dado confirmado ao verificar o cartão de vacina da criança. Sobre o conhecimento acerca das falsas contra-indicações, 100% das mães referiram a amamentação, 90% história prévia de doenças preveníveis por vacina, 75% convalescença de doenças e 35% mencionaram a febre baixa como falsa contra-indicação. Em relação ao conhecimento sobre reações normais às vacinas, 100% das mães citaram febre e 40% irritabilidade. Sobre como elas obtiveram essas informações, 55% disseram ter sido através do pediatra ou da família, 50% da enfermeira e auxiliar de enfermagem e 25% através dos meios de comunicação. De acordo com a pesquisa, 80% afirmaram não ter qualquer medo de vacinar seu filho.
CONCLUSÕES:
Ao final do estudo concluímos que ainda existem mães que sentem medo, embora todas reconheçam a importância da vacinação na proteção de seus filhos. A maioria cumpre o calendário, mesmo quando desconhece sobre qual doença a vacina atua, seu número de doses e a idade em que deve ser aplicada. Assim, o estudo mostra que as mães participantes têm bom conhecimento, embora fragmentado, e este é resultado do trabalho de orientação realizado pelos profissionais de saúde.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Vacinação; Conhecimento; Mães.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005