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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública | ||
FATORES DE RISCO ASSOCIADOS AO BAIXO PESO AO NASCER EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO DE FORTALEZA-CE | ||
Hermínia Mª de A. Assis Brilhante 1, 2, 3 (gisabrilhante@yahoo.com.br), Eddie William de Pinho Santana 1, 2 e José Wellington de Oliveira Lima 1, 2 | ||
(1. Universidade Estadual do Ceará – UECE; 2. Mestrado Acadêmico de Saúde Pública - CMASP; 3. Hospital Geral Dr. César Cals - HGCC) | ||
INTRODUÇÃO:
O Baixo Peso ao Nascer (BPN) é um dos principais indicadores para a morbimortalidade infantil. Para diminuir a ocorrência de BPN é importante identificar os fatores de risco associados a essa condição, tais como aspectos socioeconômicos, maternos e ambientais. A sobrevida desses recém-nascidos afeta o vínculo familiar, por necessitar de cuidados intensivos, causando assim a separação do binômio mãe /filho. Isso traz, ainda, um grande ônus para o Estado, que tem que disponibilizar Unidades Especializadas com equipamentos de alta tecnologia e equipes multidisciplinares para o atendimento desses recém nascidos. Buscamos, portanto, no presente trabalho, avaliar os fatores de risco de BPN, num hospital público, terciário, em Fortaleza-CE. |
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METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo caso-controle A amostra constitui-se de 499 gestantes. O grupo caso foi composto por mães de recém-nascidos (RN) menores que 2.500g que pariram no período de março a maio de 2004. O grupo Controle consistia de mães que tinham RN com peso maior ou igual a 2.500g obtidos no mesmo período, com exclusão dos gemelares e de malformados. Foi aplicado um questionário padronizado com informações sócio-demográficas e gestacionais aos grupos Caso (BPN) e Controle (CONTR). Os dados foram analisados através dos programas estatísticos EPI INFO V.6.0 e STATA V. 7. As proporções foram comparadas através do Teste de Fisher, ou do teste do qui-quadrado. No modelo multivariado, foi utilizado o Odds Ratio ajustado, com intervalo de confiança de 95% (p maior ou igual a 0,05). |
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RESULTADOS:
Foram analisados 265 protocolos de BPN (53,1%) e 234 protocolos CONTR (46,9%), na razão de 1:1,13. Os fatores de risco que tiveram impactos estatisticamente significantes para o BPN foram: a procedência na ordem de 60,4% versus 34,5% (p< 0,031, OR=1,68) pela maior probabilidade de transferência de gestantes de alto risco de outros municípios que não disponham de cuidados terciários; quanto ao IMC pré-gravídico, as mães desnutridas tiveram um percentual de 33,1% versus 15,3% (p<0,010), e as que ganharam menos de 8kg no decorrer da gestação tiveram duas vezes maior probabilidade de BPN com 63,8% versus 30,5% (p<0,000), o percentual de pré-natal adequado (>6 consultas) foi de 20,3% versus 75,4% (p<0,000), a prematuridade foi de 83,4% versus 33,2% (p<0,000), algumas patologias como o trabalho de parto prematuro foi de 82,6% versus 17,4% (p<0,000; OR= 6,62), sangramentos transvaginais foi na ordem de 73,7 versus 26,3% (p<0,000; OR= 2,99), a anemia foi de 70,3% versus 29,7% (p<0,000; OR=2,16), as vulvovaginites estavam presentes com um percentual de 81% versus 19% (p<0,000; OR=7,04), os oligoâmnios foram de 76% versus 24% (p<0,020;OR=3,05) não ajustada, as CIUR tiveram um percentual de 85% versus 15% (p<0,016; OR= 5,73), as rupturas prematuras de membranas (RPM) foram presentes na ordem de 58,6% versus 41,4% (p<0,032; OR=2,20) e a Síndrome Hellp foi de 75% versus 25% (p<0,039; OR=3,59). |
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CONCLUSÕES:
A pesquisa demonstra que, com relação à ocorrência de BPN, inúmeros fatores de risco estão interligados, proporcionando uma elevação de complicações relacionadas a essa condição. É, então necessário a identificação e o acompanhamento dessas gestantes em programas de atenção à saúde da gestante com mais assiduidade, já que a prematuridade e o trabalho de parto prematuro foram os fatores de risco mais freqüentes no surgimento do BPN. Para isso, medidas preventivas devem ser instituídas. Os achados da pesquisa sugerem, portanto, que as gestantes de alto risco foram consideradas de risco para o BPN e que a assistência perinatal adequada e de qualidade pode proporcionar um desfecho favorável tanto para as mães como para os seus bebês. |
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Instituição de fomento: Fundação Cearense de Apoio a Pesquisa - FUNCAP | ||
Palavras-chave: Fatores Maternos; Baixo peso ao nascer; Fortaleza. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |